Tendências e tecnologias inovadoras para 2021

Tendências e tecnologias inovadoras para 2021

Já não é novidade que toda virada de ano, nós trazemos uma breve análise das tendências do novo ano. Apesar de 2020 ter quebrado todas as previsões possíveis, 2021 parece ser um cenário um pouco mais “previsível”. Mesmo que a pandemia e o isolamento social tenham, aparentemente, mudado nosso caminho para o futuro, os textos “As previsões da Singularity University até 2038 – Parte I: A próxima década e Parte II: O futuro”, onde falamos sobre as visões da SU para os próximos 20 anos, seguem sendo um compilado de previsões concisas e com poucas mudanças — comentaria mais a seguir.

Ainda no mês de outubro, no texto “Trabalho remoto, mudanças climáticas e muito mais: Um balanço das tendências de 2020”, fizemos uma breve análise de quais tendências viraram realidade e quais ficaram para os próximos meses. Sugiro que também dê uma lida neste artigo, pois fala muito sobre alguns pontos que não abordaremos nesse texto.

Outro aviso que preciso fazer, caro leitor(a), é que esse texto é composto por uma análise comentada em texto e um podcast. Eles são independentes, mas também se complementam. Diferente dos anos anteriores, decidimos adicionar um episódio do podcast do InovaSocial para podermos aprofundar em alguns temas. Ouça o episódio abaixo e confira os temas comentados e os links no fim do texto.

Por fim, o último recado antes de iniciarmos a nossa lista de 2021, vale comentar que — assim como na lista anterior — somada às nossas previsões, também vamos comentar as tendências segundo os editores do LinkedIn e o Future Today Institute. Como afirma Scott Olster, editor sênior do LinkedIn News, “esta não é uma lista completa, e nós convidamos você a se juntar a nós! Quais grandes temas você acha que surgirão no próximo ano?”

As mudanças climáticas e o meio ambiente no centro das questões

Mudanças climáticas é um tema tão complexo e denso, que precisa ganhar um tópico com subitens. O ano de 2020 tinha tudo para ser o ano da mudança climática. Não só da mudança negativa, como também da positiva, ou seja, da aplicação de iniciativas que nos impactarão nos próximos anos. Com a eleição de Joe Bide, o Green New Deal deve ganhar fôlego em 2021 e, arrastado por uma das maiores economias, o mundo deve iniciar um processo de transformação no campo das discussões sobre mudanças climáticas e consumo consciente.

Além disso, adiamos a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26) devido a pandemia. “O Reino Unido continuará trabalhando para ampliar as ações climáticas, aumentando a resiliência e reduzindo as emissões”, postou a organização da COP-26 no Twitter oficial, ao divulgar que a conferência acontecerá em Glasgow, na Escócia, entre os dias 1 e 12 de novembro de 2021. Até lá, serão meses de discussões.

Ondas de calor terão nomes: Segundo os editores do LinkedIn, 2021 será o ano em que ondas de calor ganharão nomes, assim como já acontece com furacões e ciclones. “A última década foi a mais quente da história e, só nos últimos meses, vários recordes de calor foram quebrados ao redor do mundo: Death Valley, nos Estados Unidos, superou 54,4 graus Celsius; a Sibéria e a Europa atingiram várias vezes temperaturas 7 graus e 2 graus Celsius acima das suas médias, respectivamente; e ondas de calor extremo na Austrália causaram as piores queimadas já vistas no país. O Brasil registrou uma onda histórica de calor em 2020 entre o fim de setembro e a primeira quinzena de outubro, e a maior temperatura já registrada oficialmente no país foi atingida nos dias 4 e 5 de de novembro de 2020, em Nova Maringá (MT), onde os termômetros marcaram o recorde de 44,8°C.”

“Desde os anos 1950, nós damos nomes às tempestades tropicais e aos furacões. Batizar ondas de calor deve criar uma cultura de conscientização e preparação para os riscos e impactos do calor, além de estimular a busca por recursos necessários para proteger e salvar vidas. Em 2021, nós vamos chamar ondas de calor por nomes, assim como fazemos com tempestades e furacões, e o calor extremo deixará de ser um causador silencioso de mortes”, afirma Kathy McLeod, diretora do Adrienne Arsht-Rockefeller Foundation Resilience Center do Atlantic Council.

Mudanças climáticas também no turismo: Com a pandemia e o isolamento social, o mundo não vê a hora de sair de casa. Os Jogos Olímpicos 2020 foram adiados para junho de 2021 e farão com que Tóquio receba um grande número de visitantes. No entanto, as mudanças climáticas também têm impactado no turismo e o exemplo também virá do Japão. O clima alterou a estação das flores de cerejeiras no Japão, onde as temperaturas mais altas estão fazendo com que as delicadas pétalas floresçam mais cedo do que o normal. De acordo com pesquisas do governo japonês, as temperaturas no Japão estão subindo mais do que a média global. Em agosto de 2020, a cidade de Hamamatsu estabeleceu um recorde de calor (41 °C), enquanto várias cidades japonesas tiveram temperaturas acima de 40 °C por uma semana inteira. Com o aumento das temperaturas afetando os ciclos sazonais das plantas anuais, quem sabe, no futuro, turistas e locais terão que usar óculos de realidade aumentada para desfrutar do esplendor virtual de um dos festivais mais celebrados do Japão.

A pandemia mostrou a resiliência do planeta: A cidade de Veneza é emblemática não só por seus canais, mas também por causa das repercussões das mudanças climáticas. Com os níveis da água atingindo níveis recordes em 2019, alguns cientistas especulam que a cidade estará inabitável até o final do século. De acordo com os registros da igreja, a icônica Basílica de São Marcos foi inundada seis vezes nos últimos 1.200 anos de história, mas mais da metade dessas inundações ocorreram nos últimos 20 anos. Quando o Covid-19 atingiu a cidade, o tráfego de barcos diminuiu e os canais ganharam um novo visual; limpos e cheios de vida marinha. Isso não será esquecido em 2021.

Construções, reciclagem e resíduos que absorvem CO2: Segundo o artigo dos editores do LinkedIn, “em 2017, a ONU calculou que prédios, métodos de construção e suas fontes de energia responderam por 39% das emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia. Esse número é alarmante, na visão de Kate Simonen, chefe do departamento de arquitetura da Universidade de Washington. No entanto, ela é otimista quanto a alternativas para aliviar a carga sobre o meio ambiente — e reduzir essa porcentagem.” Ainda no texto do LinkedIn, segundo o site CasaCor, afirma que, “no Brasil, cerca de 1450 edificações são certificadas pelo LEED, selo para construções sustentáveis concedido pela organização não-governamental United States Green Building Council. Em 2019, o país ocupava o 4º lugar entre dez países e regiões fora dos Estados Unidos com maior área certificada pelo selo.”

Durante a pandemia, vimos que a reciclagem e o lixo doméstico (ainda) é um desafio que precisa ser transposto — leia mais no texto “Reciclagem, lixo doméstico e a luta sanitária durante a pandemia”. Com novos materiais e métodos de construção, uma das tendências deve ser o reforço deste cenário, com novas soluções, a preocupação pela busca de certificações e novas formas de consumo.

Vale dizer que os resíduos não são preocupação apenas em terra, mas também no espaço. Micro constelações de pequenos satélites estão obscurecendo nossa visão do céu noturno. Empresas como a SpaceX e a Amazon lançarão milhares destes dispositivos nos próximos anos e, de acordo com um estudo do Observatório Europeu do Sul, os satélites já impactaram grandes telescópios científicos. Em setembro de 2020, havia quase 2.200 satélites operacionais orbitando a Terra, junto com uma enorme quantidade de lixo espacial. A previsão é que, se nada for feito, podemos chegar a 60.000 satélites em órbita nos próximos anos.

Novas cidades e os refugiados do clima: Consumo, reciclagem, pandemia, mudanças climáticas e novos conceitos (como a “Cidade de 15 Minutos”) transformarão os grandes centros urbanos. O home office virou realidade, mas isso também gerou impactos na forma como vivemos a cidade e discutimos mobilidade, repercutindo de duas formas: como adaptamos as cidades existentes e na criação de novas cidades projetadas do zero. O combinado do crescimento da população e o aumento das temperaturas podem levar três bilhões de pessoas (um terço da população estimada do planeta) a viver em condições “impróprias para a vida” até 2070.

Segundo o artigo do LinkedIn, “o resultado inevitável será a migração em massa para ‘refúgios climáticos’ ou para cidades protegidas dos extremos climáticos com capacidade para crescer. A preparação para esse futuro não pode mais ser adiada. Líderes políticos, membros da comunidade científica, ONGs e organizações de jovens vão se reunir para discutir o assunto na primeira Cúpula de Adaptação Climática já realizada no mundo em janeiro de 2021. À medida que as cidades pelo mundo desenvolvem planos de ação para o clima, deveremos ver mais projetos imobiliários no modelo “zero carbono” e mais cinturões verdes substituindo o asfalto. “A pergunta que deveríamos estar nos fazendo agora é sobre como proteger os cidadãos mais vulneráveis”, diz Greg Lindsay, diretor de pesquisa aplicada na ONG NewCities Foundation. “Precisamos pensar em como desenvolver mecanismos de estímulo para atrair as pessoas para longe das áreas de alto risco”.”

De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), a escassez de água é um dos fatores responsáveis pelos fluxos migratórios atuais. Conhecidos como “refugiados do clima”, esses grupos estão presentes em diversos países pelo mundo, entre eles países do norte da África, mas, também, na Espanha e Portugal — leia mais no texto “Na ‘dobradiça da história’: Estamos em um momento único da humanidade?”.

Outras tendências para 2021: Home office, Economia, China e Millennials

Como adiantei no início do texto, integramos um episódio do podcast do InovaSocial a nossa análise anual de tendências. Existe uma explicação para isso, as previsões acima tem ligação direta com mudanças climáticas e suas consequências. Já dentro do podcast, você encontrará outras tendências para 2021 que não estão ligadas diretamente ao clima ou mudanças climáticas. Coloque o fone e aproveite o podcast!

Links do podcast: Tendências para 2021

Home office, os novos escritórios e o potencial da RV/RA:

  • O benefício mais desejado no trabalho será o tempo — Leia mais aqui
  • Home office ou não, eis a questão! Conseguiremos e queremos trabalhar de casa? — Leia mais aqui
  • Como estruturar o retorno ao escritório no pós pandemia — Leia mais aqui
  • Fortnite: evento do Galactus reúne mais de 15 milhões de jogadores e quebra recorde — Leia mais aqui
  • Nova tecnologia da EPIC pode colocar suas expressões faciais no Fortnite (inglês) — Leia mais aqui

Millennials investindo, os novos empreendedores e a Recessão Global 2.0:

Novas vacinas, exoesqueletos e a interface humano-máquinas:

  • Vacina da Pfizer: como funciona a nova tecnologia — Leia mais aqui
  • Cientistas não estão impressionados com o implante cerebral de Elon Musk — Leia mais aqui

O acerto de contas com as Big Techs e os produtos focados no bem-estar:

  • Facebook é processado e pode vender Instagram e WhatsApp — Leia mais aqui
  • Japão utilizará IA para aumentar taxa de natalidade (inglês) — Leia mais aqui
  • Podcast #39: Saiba mais sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) — Ouça aqui
  • Análise: Apple Watch Series 6, o melhor relógio — Leia mais aqui
  • LG TONE Free: Fones com autolimpeza são um vislumbre do futuro? — Leia mais aqui

A China no olho do furacão:

  • China em 2020: Novo coronavírus, economia em baixa e tendências em tecnologia — Leia mais aqui
  • Podcast #57: Tendências de consumo no mundo pós pandemia — Ouça aqui
  • Os carros elétricos da China e o movimento europeu — Leia mais aqui
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