Na Flórida, pesquisadores transformam CO2 em plástico

Na Flórida, pesquisadores transformam CO2 em plástico

Pesquisadores da Faculdade de Engenharia FAMU-FSU na Flórida realizaram um avanço significativo ao desenvolver um novo tipo de plástico biodegradável e infinitamente reciclável a partir de dióxido de carbono (CO2) e lignina, um subproduto da produção de papel. Este novo material promete ser uma alternativa viável e sustentável aos plásticos tradicionais derivados de combustíveis fósseis.

O processo inovador apresentado na revista “Advanced Functional Materials” é notável por sua simplicidade e eficiência. Diferente de métodos anteriores que exigem altas temperaturas e pressões, este novo método pode ser realizado à temperatura ambiente e sob pressão atmosférica normal. O material resultante é composto por aproximadamente 90% de lignina e 10% de CO2. A proporção entre lignina e CO2 pode ser ajustada para modificar as propriedades do plástico, tornando-o mais rígido ou mais flexível conforme necessário.

“Utilizamos apenas 2% da lignina produzida para aplicações úteis,” diz Hoyong Chung, professor associado em engenharia química e biomédica no colégio, e coautor do estudo. “É um grande desperdício de um recurso natural. O custo da lignina é muito baixo, é um material muito barato, e temos um suprimento suficiente.”

A aplicabilidade deste novo biomaterial é vasta, incluindo construção, têxteis e até mesmo a fabricação de fraldas. No entanto, a prioridade inicial do professor Hoyong Chung é a produção de embalagens, dada a grande participação desse setor no mercado de plásticos e seu consequente impacto ambiental significativo.

Uma das maiores vantagens deste material é sua capacidade de ser reciclado repetidamente sem degradação de sua estrutura química, o que contribui para a economia circular. Em contraste, os plásticos comuns geralmente só suportam alguns ciclos de reciclagem antes de perderem qualidade.

Apesar da possibilidade de parte desse novo material acabar em aterros sanitários ou oceanos, ele é projetado para degradar-se naturalmente em cerca de um ano. Isso implica que o CO2 armazenado seria eventualmente liberado, o que não representa uma solução permanente para o armazenamento do gás. No entanto, a verdadeira vantagem está na redução de emissões ao desvincular a produção de plástico dos combustíveis fósseis, que são grandes emissores de gases de efeito estufa durante a fase de produção.

Com essa inovação, o potencial para diminuir as emissões e reduzir a dependência de combustíveis fósseis é significativo, marcando um avanço promissor na busca por soluções mais sustentáveis e ambientalmente responsáveis. Clique aqui para conferir o artigo científico completo.

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