Categories Inova+Posted on 29/03/202110/05/2022Mercado de wearables cresce acelerado em 2020 e 2021, afirma IDC Brasil No texto “Facebook Reality Labs: Os próximos passos da realidade aumentada e dos wearables“, iniciei o texto falando como estava utilizando mais frequentemente meu Apple Watch, não só para ver as horas, mas para medir frequência cardíaca, oxigenação do sangue e por aí vai. O wearable da Apple virou meu companheiro neste mais de um ano de isolamento. Sim, já tem alguns dias que completei um ano de isolamento e devo contar minha experiência em breve, talvez em um podcast do InovaSocial. Voltando aos wearables, esta foi uma categoria de produtos que explodiu em vendas em 2020 e deve seguir em alta em 2021. Segundo o Prêmio Canaltech, que trouxe a categoria “Campeões de Vendas Magalu”, o Apple Watch Série 3 foi o smartwatch — relógio inteligente — mais vendido da rede varejista. Além do exemplo da Grande Maçã, no Brasil, duas categorias de dispositivos vestíveis (wearables) tiveram performance de vendas surpreendente. Em 2020, foram vendidos 1.394.857 fitbands e smartwatches, alta de 81% em relação a 2019, e 569.781 fones de ouvido truly wireless com alguma conexão com a internet ou função inteligente, alta de 284%. Somando as duas categorias, a receita foi de R$ 2.2 milhões. Os dados são da IDC Brasil, que no ano passado passou a estudar também a categoria de fones de ouvido sem fio e integrados a outros dispositivos. Leia também: Tendências e tecnologias inovadoras para 2021 Ainda de acordo com a consultoria, o bom desempenho de vendas começou no 1º trimestre de 2020, quando foram comercializados 319.074 pulseiras e relógios inteligentes, e 113.340 fones de ouvido truly wireless, números que indicavam um crescimento, ano a ano, de 266% e 312%, respectivamente. No 2º trimestre, com a reforço da quarentena e o fechamento do comércio, as vendas diminuíram, mas, comparadas a 2019, continuaram em alta. Entre abril, maio e junho foram vendidos 209.907 fitbands e smartwatches (+21%) e 74.678 fones de ouvido (+308%). “O boom foi no 3º trimestre, quando alguns fabricantes reportaram índices históricos de vendas, e com uma demanda que se estendeu pelo 4º trimestre”, conta Renato Murari de Meireles, analista de pesquisa e consultoria em Mobile Phones & Devices da IDC Brasil. Segundo ele, a pandemia estimulou o uso de aparelhos para monitorar a saúde e as atividades físicas, e levou o mercado a contabilizar vendas de 335.871 pulseiras e relógios inteligentes nos meses de julho, agosto e setembro de 2020, e de 530.005 no 4º trimestre, altas de 24% e 122%, respectivamente. Leia também: Wearables para crianças: mais funcionalidade na rotina com os pequenos Segundo o analista da IDC, vários fatores contribuíram para o crescimento acentuado do mercado. “Além da pandemia, que transferiu as videoconferências profissionais e as aulas para a sala de casa e levou o consumidor a investir em devices para executar as atividades de trabalho ou de estudo com mais privacidade e conforto, novos players surgiram no mercado e aumentaram a competitividade”. Meireles ainda destaca o fechamento das fronteiras, que fomentou o mercado interno, iniciativas de bundle [conjuntos] e a oferta de produtos no varejo. “De modo geral, tudo conspirou a favor do mercado de wearables em 2020. Não faltou produto no varejo e ainda houve uma erosão nos preços, com produtos mais acessíveis”. Em 2021, as fitbands, smartwatches e fones de ouvido truly wireless continuarão experimentando forte crescimento. “São categorias novas, com muito espaço para crescer e que vêm sendo bastante demandadas por um público adepto a estas tecnologias e consequentemente muito ofertado pela indústria, com recursos e conceitos cada vez mais aprimorados”, justifica o analista da IDC Brasil. A projeção para este ano é de vendas de mais de dois milhões de unidades de pulseiras e relógios inteligentes, e de quase um milhão de fones de ouvido sem fio e com integração a outros dispositivos. A IDC Brasil também prevê que o setor corporativo entrará no mercado de wearables com um pouco mais de força. Segundo Meireles, o varejo continuará sendo o caminho natural dos dispositivos vestíveis, mas com o trabalho remoto cada vez mais adotado e com perspectivas desse modelo se manter ou ser adequado mesmo com o fim da pandemia, deve aumentar o número de empresas que, além de equipar seus funcionários com um notebook, oferecerá também um fone de ouvido com as facilidades de conexão com a internet e/ou outros dispositivos. Quanto à categoria de pulseiras e relógios, que já contou com iniciativas B2B na área da saúde em 2020, em 2021 deve ganhar um reforço. “A indústria percebeu o que o IDC Consumer Behavior 2020 constatou — que os jovens aderem aos wearables pelos recursos fitness e os mais velhos pelas possibilidades de cuidados com a saúde — e está investindo em devices com recursos como oxímetro, e medidor de frequência cardíaca, entre outras funções mais avançadas, sendo uma conexão com médicos e hospitais”, conta o analista da IDC Brasil. Compartilhe esse artigo: