DIY Girls: Por um mundo com mais garotas inventoras, cientistas e engenheiras

DIY Girls: Por um mundo com mais garotas inventoras, cientistas e engenheiras

Incentive as crianças, diziam eles. Eles são o nosso futuro, bradava outro. Mas ninguém mudava o jeito de educar. Nosso sistema de ensino continua sendo o mesmo de séculos atrás. Mesas e cadeiras em fila, professor no quadro negro (ou quadro branco, ou projetor holográfico, não importa, o sistema hierárquico é igual, só muda a tecnologia) e o conteúdo sendo entregue para decoreba. Fórmulas mágicas para o vestibular, que não fazem o menor sentido, mas o estudante só precisa memorizar, saber aplicar e “correr para o abraço” ao ver o nome na lista de aprovados.

O cenário geral já é um grande sofrimento, mas quando partimos para um nicho, a coisa fica ainda pior. Vejamos o caso de meninas que se interessam pelo STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, em inglês). Segundo a organização DIY Girls, menos de 15% das garotas da 4ª à 8ª série mostram interesses nessas áreas. Nos EUA, as mulheres representam 25% da força de trabalho do STEAM, além de apenas 2% das cientistas e engenheiras serem latinas. Reflexos de uma cultura arcaica onde, muitas vezes, vêem ligação entre a sua profissão e a sua opção sexual. Longa discussão, que vai além do nosso texto.

Nos EUA, as mulheres representam 25% da força de trabalho do STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, em inglês)

Para nossa alegria, a cultura maker é mais democrática e tem dado espaço para quem nunca teve oportunidade de mostrar o talento. Ainda usando o DIY Girls como exemplo, em junho deste ano o Mashable publicou um artigo assinado pela jornalista Brittany Levine Beckman, onde mostra como 12 adolescentes de Los Angeles desenvolveram uma barraca com energia solar para moradores de rua. Uma inspiração!

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Mas não precisamos ir tão longe para vermos exemplos como os da DIY Girls. Basta desbravar os fab labs brasileiros ou passear pelos hackathons para encontrarmos diversas meninas como as 12 garotas do DIY Girls. Exemplos como a Manoela Meroti, que com apenas 9 anos venceu um hackthon com um brinquedo social e foi destaque na Campus Party Brasil 2017.

Ironicamente, aqueles que mais sofrem com os pré conceitos, são os que mais pensam em projetos de inovação social. Eles buscam muito mais que um trabalho, buscam um propósito, são os empreendedores criativos. Por um mundo com mais Manoelas, DIY Girls e tantas outras empreendedoras criativas, e menos adolescentes educados para simplesmente passar no vestibular.

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