Xiong’an New Area: Uma cidade sustentável e autossuficiente na China

Xiong’an New Area: Uma cidade sustentável e autossuficiente na China

Uma área a pouco mais de 120 km de Pequim (na China) irá, futuramente, se transformar em uma cidade sustentável para 5 milhões de pessoas. A “Xiong’an New Area”, tem seu projeto arquitetônico desenvolvido pela Guallart Architects, movido por energia limpa, com menor circulação de carros, repleto de espaços verdes, estufas para o cultivo de alimentos e oficinas com impressoras 3D e outras ferramentas.

Os prédios usarão 80% menos energia do que as construções tradicionais costumam consumir e serão abastecidos com energia solar, capturada através de painéis solares localizados nos telhados. A maioria das ruas é projetada para priorizar as pessoas em bicicletas e a pé, não em carros. Além da questão da sustentabilidade, um dos objetivos principais do projeto é fazer com que toda a área seja autossuficiente, caso um novo lockdown aconteça no futuro. 


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“Esta pandemia demonstrou a importância dos recursos e serviços essenciais e como a dependência externa em termos de energia, alimentos ou produtos industriais pode afetar seriamente as pessoas em tempos de crise,” disse Honorata Grzesikowska, diretor da Guallart Architects. “Desenvolvemos este projeto durante o lockdown [na Espanha]. Toda a equipe trabalhou de casa e decidimos incluir no projeto todos os aspectos que poderiam tornar a nossa vida melhor.”

Os apartamentos são projetados com espaço para home office, com conectividade 5G como padrão. E os moradores também poderão usar espaços de coworking localizados em cada prédio residencial.  A produção de alimentos no local poderá fornecer produtos frescos diariamente (embora as estufas e jardins no local não possam produzir todos os alimentos para os residentes, os arquitetos estimam que a área poderá cultivar 40% dos alimentos necessários para uma dieta vegana.), enquanto os terraços proporcionam a cada apartamento um espaço externo privativo (além disso, eles também são projetados para ter uma zona de pouso para futuras entregas feitas por drones). 

Composta por quatro blocos, a cidade sustentável irá mesclar habitações com escritórios, comércio e uma feira de alimentos, além de um escola do jardim de infância, uma piscina comunitária e um prédio do corpo de bombeiros. Os apartamentos possuem diferentes layouts, capazes de acomodar casais com ou sem filhos, bem como famílias multigeracionais, casais idosos ou jovens solteiros que desejam compartilhar instalações comuns.

O escoamento da água da chuva será coletado para reutilização e as áreas verdes também serão usadas para o plantio de vegetais. Dentro das estufas, uma mistura de agricultura hidropônica e sistemas de luzes LED para cultivo irão fornecer instalações para a agricultura indoor que complementarão as plantações externas e os jardins de ervas medicinais. Telhados verdes, jardins públicos e pomares plantados com flores que atraem abelhas ajudariam a manter a biodiversidade local.

“Acreditamos que é necessário fortalecer as comunidades locais e passar de um modelo de cidades centralizadas, típico da era industrial, para um modelo de cidades distribuídas, típico da era da internet”, diz Vicente Guallart, fundador da Guallart Architects. “Acreditamos que estamos caminhando em direção a cidades que promovam a vida, o que poderíamos chamar de biocidades. O planejamento urbano precisa aprender mais com a natureza e se desenvolver em harmonia com ela”.

O projeto ganhou um concurso promovido pelo governo chinês, mas os próximos passos para o desenvolvimento da cidade sustentável ainda não foram anunciados. Confira mais imagens abaixo:

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