Como não se tornar um disseminador de desinformação

Como não se tornar um disseminador de desinformação

Na era digital, a desinformação se espalha rapidamente, distorcendo verdades e influenciando opiniões. É crucial entender que todos estão suscetíveis a essa onda, independente do nível de educação ou habilidade com tecnologias. Ninguém está completamente protegido contra as armadilhas das fake news, que muitas vezes parecem convincentes e são compartilhadas em larga escala.

A disseminação de desinformação pode ter consequências graves, afetando desde a saúde pública – como visto nos casos de vacinas, onde informações falsas levam a baixas taxas de vacinação – até a segurança de indivíduos, que podem ser erroneamente acusados de crimes e sofrer agressões ou linchamentos virtuais. Há também o aumento da discriminação e do ódio, alimentados por notícias falsas que estigmatizam grupos e incitam conflitos.

Este risco universal nos mostra a importância de sermos vigilantes e questionadores das informações que recebemos e passamos adiante. O excesso de confiança em nossa própria capacidade de discernir entre o que é verdadeiro e o que é falso pode nos deixar vulneráveis a erros de julgamento.

Adotar estratégias para identificar e verificar informações é mais do que necessário para evitar a propagação de conteúdo falso. A seguir, confira cinco formas eficazes para manter a integridade informativa em suas interações digitais e ajudar a criar um ambiente online mais saudável e verídico.

1. Eduque-se através do “prebunking”

A melhor vacina contra a “infodemia”, conforme destacado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é educar-se. O “prebunking” ou pré-refutação, é uma abordagem proativa que envolve aprender sobre as táticas comumente usadas na desinformação antes de ser exposto a elas. Este conhecimento prévio ajuda a identificar e neutralizar notícias falsas eficientemente.

Entenda os mecanismos: Estudar como as notícias falsas são fabricadas e disseminadas é crucial. Elementos comuns incluem:

  • Fontes não verificáveis: Notícias falsas frequentemente citam dados ou “especialistas” sem credibilidade reconhecida. Aprenda a verificar a origem das informações.
  • Manipulação de emoções: Conteúdos que provocam fortes reações emocionais, como raiva ou medo, são típicos em campanhas de desinformação. Reconhecer esse padrão pode ser um sinal de alerta.
  • Uso de manchetes sensacionalistas: Títulos exagerados ou provocativos são usados para atrair atenção imediata. Avalie se o corpo do texto realmente suporta a manchete.

Refine seu senso crítico: Ao entender os truques usados para espalhar desinformação, você se torna mais apto a questionar e verificar informações antes de aceitá-las como verdadeiras.

Promova o conhecimento: Compartilhar suas descobertas sobre as técnicas de desinformação com amigos e familiares não só ajuda a protegê-los, mas também fortalece a resiliência da comunidade contra a infodemia.

2. Reconheça suas vulnerabilidades

Compreender e admitir seus próprios vieses é um passo poderoso para o pensamento crítico. As pessoas tendem a ser mais influenciadas por informações que confirmam suas crenças pré-existentes, um fenômeno conhecido como “viés de confirmação”. Ao reconhecer suas predisposições, você pode avaliar criticamente as informações provenientes de fontes ou grupos preferidos, reduzindo o risco de aceitar e disseminar conteúdo falso.

Viés pessoal: Estar ciente de seus próprios vieses permite uma análise mais crítica das informações que você consome e compartilha.

Diversidade de fontes: Buscar ativamente por diferentes pontos de vista e fontes de informação ajuda a obter uma perspectiva mais equilibrada e menos parcial.

Autoavaliação constante: É crucial ser honesto consigo mesmo sobre suas inclinações para evitar ser manipulado por notícias que parecem corroborar suas opiniões sem fundamento factual.

3. Avalie a fonte

A credibilidade e imparcialidade das fontes de informação são essenciais para determinar a autenticidade do conteúdo que fornecem. No Brasil, existem várias ferramentas e plataformas desenvolvidas especificamente para ajudar na verificação de fatos e combater a disseminação de notícias falsas. Utilizar esses recursos pode ajudar significativamente a desenvolver um olhar crítico sobre as notícias que você encontra diariamente.

• Utilize agências de checagem de fatos: Ferramentas como Lupa, Aos Fatos, Fato ou Fake e E-Farsas são especializadas em analisar e verificar a veracidade das informações que circulam na internet e mídia brasileira. Familiarize-se com essas plataformas e consulte-as regularmente para verificar as notícias. Clique aqui para conferir uma lista previamente publicada no InovaSocial.

Checagem dupla: Sempre que se deparar com uma notícia potencialmente suspeita, consulte mais de uma dessas agências. Verificar a informação através de múltiplas fontes confiáveis pode esclarecer se a notícia é verdadeira ou falsa.

Pensamento crítico: Avalie não apenas o conteúdo, mas onde e como a informação é apresentada. Notícias verdadeiras são geralmente reportadas por múltiplos veículos respeitáveis que citam fontes claras e verificáveis. Desconfie de sites que não têm transparência sobre suas fontes ou que apresentam notícias com um viés extremamente polarizado.

4. Pause antes de compartilhar

No mundo acelerado das redes sociais, fazer uma pausa antes de compartilhar conteúdo pode impedir a disseminação de informações falsas. Reflita sobre a precisão da informação e considere as implicações de compartilhá-la. Essa pausa permite que você avalie a necessidade e o impacto de suas ações, promovendo uma comunicação mais responsável e ponderada online.

Momento de reflexão: Perguntar-se “Isso é verdade?” antes de compartilhar pode interromper a propagação de desinformação e encorajá-lo a verificar os fatos.

Consequências do compartilhamento: Pensar nas possíveis consequências de disseminar uma notícia falsa pode dissuadir de tais ações, reforçando a importância da precisão.

Sem pressa: Não há necessidade de apressar-se para ser uma fonte de notícias; tomar seu tempo pode reduzir erros e mal-entendidos.

5. Mantenha a calma e utilize o pensamento crítico

As emoções podem turvar o julgamento, fazendo com que reações impulsivas predominem sobre o raciocínio lógico. Em um estudo recente, descobriu-se que pessoas que acessam suas redes sociais em um estado emocional são significativamente mais propensas a compartilhar desinformações do que aquelas em um estado racional.

Emoções e compartilhamento: A raiva e a ansiedade, em particular, podem tornar as pessoas mais vulneráveis a cair em desinformações.

Pensamento crítico vs. reações emocionais: Abordar as redes sociais com uma mente racional ajuda a reduzir o risco de ser enganado por informações falsas.

Impacto das emoções: Estar consciente de como seu estado emocional pode influenciar suas decisões de compartilhamento é vital para combater a desinformação.


Créditos: Imagem Destaque – Alina Kolyuka/Shutterstock

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