Estudo aborda a representatividade das mulheres no setor tecnológico

Estudo aborda a representatividade das mulheres no setor tecnológico

A Laboratória, organização que busca inserir mais mulheres no mercado de tecnologia, como parte de sua parceria com o BID Lab (laboratório de inovação do Grupo BID, fonte de financiamento e conhecimento para o desenvolvimento focado em melhorar vidas na América Latina e Caribe), acaba de publicar um estudo inédito — disponível aqui e em espanhol — que demonstra as barreiras e obstáculos que enfrentam as mulheres para trabalhar com tecnologia na América Latina, um setor que conta com pouca diversidade.

O panorama da América Latina é muito semelhante ao que ocorre globalmente: 76% dos homens participam da força de trabalho e apenas 52% das mulheres. A configuração de gênero pode ser percebida a partir do ensino superior. Historicamente, as carreiras STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) têm a menor participação feminina nas universidades. De acordo com a UNESCO, na América Latina as mulheres constituem em média 32% dos alunos.

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A publicação “O futuro da tecnologia: inclusão feminina” faz parte dos esforços conjuntos do BID Lab, o laboratório de inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento, e da Laboratória para gerar diálogo e promover ações concretas a favor da diversidade de gênero nas equipes de tecnologia, assim como a inclusão das mulheres latino-americanas em todos os espaços produtivos.

“As lacunas de gênero deixam muitas meninas, adolescentes e mulheres sem possibilidades de adquirir habilidades críticas para se desenvolver em um mundo com cada vez mais mudanças tecnológicas”, aponta Irene Arias  Hofman, CEO do BID Lab.

Parceiras desde 2015, ambas as instituições realizaram iniciativas para formar mais de 1.000 mulheres como desenvolvedoras de software, conseguindo inserir no setor de tecnologia mais de 80% delas, o que permitiu com que muitas melhorassem suas rendas após a conclusão do bootcamp de programação da Laboratória. Em 2020 renovaram a parceria com o objetivo de promover e acompanhar as empresas, em particular as pequenas e médias, em seu processo de transformação digital com uma visão de inclusão, promovendo que as mulheres façam parte do crescimento da economia digital da região. 

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O estudo demonstra que na América Latina existe um contexto generalizado de menor participação feminina na força laboral. Entre as causas desta lacuna social e econômica são citados os impactos  dos papéis de gênero, estereótipos e a desigualdade na carga de responsabilidades domésticas. No setor de tecnologia, particularmente, a inclusão é ainda mais difícil por limitação dos sistemas educativos tradicionais, a adoção de vieses inconscientes, as expressões de discriminação em ambientes de trabalho e a ausência de referências mulheres para serem seguidas. Todas estas barreiras limitam as oportunidades das mulheres para acessar e desenvolver-se em tecnologia.

Para superar estes desafios, a publicação propõe recomendações concretas para as organizações e empresas da região e aponta que, na economia digital, o setor de tecnologia é um espaço de oportunidades de trabalho bem remunerado para todas as pessoas. O desenvolvimento de software, na verdade, é uma profissão do futuro relevante que, segundo previsões, vai precisar de mais de um milhão de novos programadores em três anos somente na América Latina. Diante deste panorama, propõe-se que as empresas desenvolvam iniciativas que, de forma paralela às políticas públicas dos países, fomentem a participação das mulheres nas áreas STEM.

“A Laboratória, junto com centenas de organizações aliadas, como o BID Lab, continua trabalhando para construir um cenário de tecnologia competitivo, diverso e inclusivo, que abra oportunidades para que cada mulher alcance seu potencial e para que, assim, juntos, possamos transformar o futuro da América Latina. Esperamos que esta publicação possa ser o início de uma colaboração com muitas empresas e organizações que queiram somar a esta mudança. Todos e todas podem contribuir para alcançarmos esse objetivo.” finaliza Mariana Costa Checa, CEO da Laboratória.

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