Categories Tecnologias SociaisPosted on 18/05/202318/05/2023Baliston: um tênis inteligente 100% reciclável Imagine um tênis inteligente capaz de identificar o seu tipo de pisada e então sugerir as palmilhas ideais para a melhor ergonomia. Com a tecnologia atual, também seria interessante se ele indicasse quando a sola está gasta, certo? E que tal se, além de trocá-lo por um par novinho, você também pudesse reciclar o antigo sem preocupações? Genial ou visionária demais para o seu tempo, essa é justamente a premissa dos novos tênis inteligentes da Baliston, assinados por ninguém menos que Philippe Starck. Amplamente conhecido por seus trabalhos na arquitetura e no desenho industrial, o designer francês acaba de lançar sua mais recente colaboração – e contou alguns detalhes sobre o processo de desenvolvimento. Segundo o próprio, o interesse em trabalhar com calçados vem do fato desses itens terem uma vida útil muito curta. Em alguns casos, pares em boas condições de uso são precocemente descartados – e graças à tecnologia desenvolvida pela Baliston, a ideia é evitar que isso aconteça. Para além de simplesmente associar seu nome a um item de moda high-tech, Starck também afirma se preocupar com o impacto ambiental do produto. Em razão disso, 100% dos tênis inteligentes é reciclável, e o envio dos pares gastos para a reciclagem sequer tem gastos pro cliente. Mas como os tênis inteligentes funcionam? Cada calçado possui um módulo eletrônico integrado à sola, com sensores que se comunicam via bluetooth. A fim de formar uma espécie de DNA da sua pisada, os tênis trocam informações em tempo real, medindo quantos passos você deu, quantos degraus de escada subiu e até a intensidade dos seus exercícios físicos. Tais informações são acessíveis por meio de um app, e uma vez munidos desses e de outros dados, os tênis também passam a fornecer dicas. Caso a sua pisada seja assimétrica, por exemplo, o aplicativo pode sugerir exercícios para a sua perna mais fraca, evitando futuras dores na lombar. Adicionalmente, os calçados ainda podem indicar como melhorar a sua postura, bem como a propulsão da sua passada. Conforme você já deve estar pensando, todos esses cálculos e conclusões são aferidos por uma Inteligência Artificial – que, segundo os criadores, levou oito anos para ser desenvolvida. Parte da tecnologia, contudo, se inspira nas mesmas técnicas aplicadas por podólogos, que desenham palmilhas customizadas para a pisada dos pacientes. Nesse ponto, a única diferença é que, no caso dos tênis inteligentes, as palmilhas são fornecidas por correio. Design reciclável demandou mais três anos de desenvolvimento De acordo com o fundador da Baliston, Karim Oumnia, a maioria dos calçados casuais têm de 20 a 40 componentes, o que os torna difíceis de reciclar. Em razão disso, o novo tênis tem apenas cinco, todos com base biológica, mas apesar de serem fáceis de reaproveitar, alguns materiais desafiaram o time de design. Inicialmente, Starck gostaria que os calçados fossem da cor cinza. Só então ele descobriu que o algodão orgânico a ser utilizado no modelo só estava disponível na cor preta. Eventualmente, apesar desse e de outros obstáculos, a equipe conseguiu entregar um sapato 100% reutilizável. Uma vez que os pares atinjam o final de sua vida útil, os consumidores são orientados a separar as solas, para então enviar todo o conjunto à reciclagem – sem custos. A partir daí, tanto a parte superior dos tênis quanto as solas podem formar outros calçados, sem prejuízo de que outras partes também sejam reaproveitadas. Atualmente, os tênis inteligentes da Baliston só podem ser obtidos por assinatura (US$ 249 ao ano). Por esse motivo, diz-se que o usuário não compra o calçado, mas sim o acesso a ele. Como resultado, uma vez que o par fica gasto, o comprador recebe um novo sem custos adicionais. Já o sensor eletrônico, por sua vez, pode ser retirado e reutilizado nos novos tênis. Para saber mais, assista ao vídeo a seguir: Philippe Starck: The Importance of Timeless Shoe Design & Innovative Technology | Baliston by STARCK Compartilhe esse artigo: