Tactical Urbanism: Intervenção artística reivindica ruas de Barcelona para pedestres

Tactical Urbanism: Intervenção artística reivindica ruas de Barcelona para pedestres

Em Barcelona, na Espanha, uma intervenção artística busca dar nova vida e significado à infraestrutura urbana. Batizados como “Tactical Urbanism”, uma série de gráficos, dispostos nas ruas e passagens de pedestres, dão uma nova cara ao asfalto, tornando as vias mais lúdicas e interessantes. Ao mesmo tempo, eles também incentivam um uso mais consciente da cidade como um todo.

Projetados pela Arauna Studio, os designers se inspiram nas tradicionais pedras de pavimentação da cidade. Mais do que somente uma intervenção artística os desenhos também são parte de uma iniciativa do conselho de Barcelona, que busca reduzir os níveis de poluição sonora e do ar – típicos de qualquer cidade tomada por carros.

A ideia por trás do Tactical Urbanism está em humanizar o asfalto, descartando a ideia de que as vias pavimentadas são pensadas somente para os carros. Considerando isso, em adição aos gráficos, bancos e outros elementos de conforto também estão presentes, convidando os pedestres a reivindicar as ruas revitalizadas.

Em homenagem à história da metrópole Espanhola, todos os desenhos e formatos utilizados no projeto derivam dos panots – uma linguagem visual implementada na cidade em 1906, a partir das pedras de pavimentação (lajotas) instaladas nas calçadas. Fazendo um paralelo com o Brasil, é como se os panots fossem o calçadão de Copacabana – um símbolo da cidade materializado na pavimentação das calçadas.

Com isso, a partir dos padrões presentes nas lajotas, o projeto da Arauna Studio “imprime” os mesmos desenhos, mas, dessa vez, diretamente no asfalto. Apesar de beber dessa fonte de inspiração, os gráficos do Tactical Urbanism também têm personalidade própria, uma vez que incorporam as formas e desenhos com um toque de modernidade.

Para cada rua, esquina ou vizinhança, por exemplo, o padrão de estampas é “remixado” com diferentes cores, escalas e figuras. Dessa forma, é como se o sistema se comunicasse com os cidadãos, unindo elementos históricos a uma visão de futuro – proposta para ter menos carros e, consequentemente, menos poluição.

Além disso, conforme contam os organizadores, o visual também é fácil de se aplicar, visto que depende das mesmas ferramentas utilizadas para pintar as faixas de trânsito.

Assim, Barcelona reinventa-se, mostrando como a criatividade e a história podem juntas transformar o asfalto em palco de convivência e reflexão. Afinal, se o asfalto pode ser uma tela, que outras áreas da nossa vida cotidiana poderíamos reimaginar para um futuro mais consciente e humano?

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