De novos humanos a sinalização no chão: A vida de quem não larga o smartphone

No início de novembro, a Toll Free Forwarding, uma empresa de telecomunicações dos EUA, criou uma certa polêmica ao demonstrar o que seria a evolução do ser humano no ano 3000. De acordo com o estudo, “Mindy”, a representação do nosso futuro, seria uma versão com músculos atrofiados e mãos em forma de “garra”, para segurar o smartphone. Segundo os responsáveis pelo projeto, o hábito de estar sempre olhando para baixo para a tela de smartphones impacta diretamente na postura. No comunicado de divulgação do estudo, o especialista em saúde e bem-estar Caleb Backe explica que a prática “cansa o pescoço e desequilibra a coluna”.

“Passar horas olhando para o telefone cansa o pescoço e desequilibra a coluna. Consequentemente, os músculos do pescoço precisam fazer um esforço extra para sustentar a cabeça. Sentar-se em frente ao computador no escritório por horas a fio também significa que seu torso é puxado na frente de seus quadris, em vez de ser empilhado em linha reta e alinhado”, explicou o especialista.

Como futurista, não posso deixar de dizer que o estudo leva em conta apenas uma linha de influências (os aspectos negativos da tecnologia no cotidiano), ignorando movimentos que têm impactado positivamente nossa sociedade. Afirmar que o ser humano será desta forma, para finalizar o comunicado com “dicas para manter a saúde no escritório” é algo que me cheira a conflitos de interesse. De qualquer forma, você pode ver o comunicado completo neste link.

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Apesar do estudo da Toll Free Forwarding ser polêmico, isso não quer dizer que a nossa sociedade não tenha tornado o smartphone uma extensão das mãos. Na Coréia do Sul, um dos países mais conectados do planeta, as ruas da capital Seul ganharam iluminação no chão, que substituem os semáforos de pedestres, para alertar aqueles que estão de olho na tela do smartphone e, consequentemente, olhando para baixo (veja abaixo).

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De acordo com a Reuters, os projetistas do sistema foram motivados pela preocupação de que um número crescente de pedestres permanecem grudado em seus aparelhos ao atravessar as ruas. A Coreia do Sul tem a maior taxa de penetração de smartphones do mundo, de acordo com o Pew Research Center (dados de 2017), cerca de 94% dos adultos possuem dispositivos, em comparação com 77% nos EUA e 59% no Japão.

Vale dizer que a capital sul-coreana não é a primeira a adotar este tipo de iniciativa, Israel e Cingapura também são países que vêm testando nos últimos anos uma sinalização urbana mais baixa ou, até mesmo, na altura do chão, para evitar acidentes de trânsito com pedestres que não saem de suas telas.