Chitofoam: Sistema circular usa larvas-da-farinha para produzir alternativa ao isopor

Chitofoam: Sistema circular usa larvas-da-farinha para produzir alternativa ao isopor

Desenvolvido por Charlotte Böhning e Mary Lempres, o Chitofoam é um sistema de economia circular que transforma os exoesqueletos de larvas-da-farinha comedoras de plástico em uma alternativa biodegradável ao poliestireno. Este material é resistente a quedas, leve e resistente à água. Assim, o Chitofoam pode ser usado na fabricação de embalagens de alimentos, copos, preenchimento para proteção de produtos frágeis, além de muitas outras formas.

O poliestireno expandido, também conhecido como isopor, não é biodegradável; e, ao longo dos anos, ele apenas se quebra em pedaços menores que chamamos de “microplásticos”. Os microplásticos estão em todos os lugares: nos oceanos, nos aterros sanitários, nos parques. Nos últimos anos, cientistas vêm monitorando e analisando o ciclo dos microplásticos; e, de acordo com um levantamento realizado pelo Laboratório Marítimo de Plymouth, publicado no periódico Environmental Pollution, o volume total de microplásticos em todo o mundo está entre 12,5 e 125 trilhões de partículas. Apesar de usarmos o prefixo “micro” para falarmos sobre esses plásticos, quando olhamos para os números totais é possível perceber o problema gigantesco que estamos enfrentando. E soluções de impacto como o Chitofoam são importantes para darmos os primeiros passos.

Com a ajuda das larvas-da-farinha, o Chitofoam usa um material de embalagem nocivo e o regenera para criar uma solução circular para gerenciamento de resíduos de isopor. Em 2015, pesquisadores da Universidade de Stanford descobriram que as larvas-da-farinha podem comer isopor com segurança e, portanto, realizar o processo de biodegradação do material. 100 larvas-da-farinha podem comer 40 miligramas de isopor por dia sem impacto em sua saúde ou comestibilidade.

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“Em nosso estúdio, começamos a descartar nossa espuma de modelagem e resíduos de embalagens em um biodigestor caseiro de larvas-da-farinha. Como desenvolvedores de materiais e designers, começamos a coletar os exoesqueletos que nossos vermes comedores de plástico liberam e extraímos um gel de biopolímero chamado quitosana”, explicam as designers. “Depois de muito desenvolvimento, criamos um material de embalagem leve, resistente a quedas e à água e compostável, análogo ao isopor. Estamos no processo de impulsionar ainda mais nosso sistema de Chitofam, reimaginando as embalagens e projetando formas mais eficientes e melhor estruturadas para preservar e proteger produtos.’

Charlotte Böhning e Mary Lempres também sabem que produção e o consumo de isopor têm um efeito nocivo em várias formas de vida: os trabalhadores que o fabricam estão expostos a potenciais agentes mutagênicos e cancerígenos, traços de estireno que são encontrados no leite materno, pessoas que fazem suas refeições em recipientes de isopor, ou a vida marinha que interage com os detritos nocivos de vários tipos. Ao substituir esses produtos de isopor não por um material saudável, antifúngico e antimicrobiano, a dupla de designers busca melhorar a qualidade de vida de seres vivos ao redor do planeta.

Para saber mais sobre o Chitofoam, clique aqui.

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