Blockchain verde: Depois dos NFTs milionários, agora é a vez do meio ambiente

Blockchain verde: Depois dos NFTs milionários, agora é a vez do meio ambiente

Blockchain ainda é uma palavra complicada para muitos. Não digo a sua escrita, mas o que ela representa. Se você procurar no Google, verá definições como: “um livro razão digital, público, descentralizado e compartilhado”. Por se tratar de um conceito do mundo da contabilidade, a função do livro razão já é algo complicado de entender (leia mais aqui). No entanto, assim como vimos no texto sobre tendências para 2022, o blockchain deve virar algo do nosso cotidiano muito em breve.

E eu não estou falando que este cotidiano será a compra NFTs ou o uso de criptomoedas em jogos eletrônicos. A tecnologia blockchain pode ser utilizada para diversas funções, entre elas a conservação do meio ambiente. Já vimos no podcast n. 68, como tokens podem ser utilizados na compra de créditos de carbono (ouça abaixo). Bem semelhante a Moss.Earth, a estoniana Single Earth é um serviço baseado em blockchain que busca utilizar tokens como ativos digitais, que podem ser negociados, e visando a transformação em renda para os proprietários de terras, incentivando a conservação ambiental.

“Não estamos tentando nos tornar os maiores proprietários de terras do mundo. Estamos tentando fornecer a tecnologia para que as pessoas que possuem a terra possam gerar lucro sem ter que vendê-la como matéria-prima”, afirma Andrus Aaslaid, diretor técnico da iniciativa, em entrevista para a Forbes. Em teoria, o processo é bem simples: 

  1. Os proprietários inserem suas terras no sistema da  Single Earth;
  2. A Single Earth envia biólogos para avaliar o valor ecológico da terra;
  3. Após a avaliação, a iniciativa tokeniza a propriedade;
  4. Os investidores compram esses tokens, obtendo créditos de compensação de carbono;
  5. Os tokens geram lucros por meio de compensações de carbono, mas também podem aumentar ou diminuir de valor ao longo do tempo e ser negociados como qualquer outro ativo;
  6. Em paralelo, a Single Earth monitora a terra via satélite, sensores de qualidade do ar e outros indicadores para garantir que o valor do investimento seja mantido.

Por ser uma empresa estoniana, a Single Earth está focada nas florestas da Europa e a primeira rodada de investimentos (cerca de US$ 3,9 milhões), oriunda dos fundadores da unicórnio de softwares Pipedrive, deve ser utilizada para a construção das operações na região e início das atividades ainda em janeiro de 2022. Além disso, iniciativas como a Single e a brasileira Moss mostram que existe um espaço imenso para a utilização do blockchain em diversas funções.

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