6 tendências para 2022: Tecnologias e inovações que mudarão o nosso futuro – Parte 2

6 tendências para 2022: Tecnologias e inovações que mudarão o nosso futuro – Parte 2

Dando continuidade ao texto sobre tendências para 2022, nesta segunda parte trago uma explicação mais detalhada sobre NFTs, informações sobre impacto social e consumo ao redor do mundo, e como vamos nos preparar para a próxima pandemia.

Os NFTs além da arte e a ascensão do Blockchain

No texto de 2021 já havíamos sinalizado o crescimento em torno do Blockchain e como ele poderia ser utilizado para diversas soluções. Ainda no mesmo ano, vimos que os NFTs explodiram e criaram uma série de notícias nos moldes de “NFT XYZ é vendido por milhões de dólares”. Agora em 2022, veremos o NFT sendo utilizado para soluções que vão além de obras de arte caríssimas.

“As marcas têm atuado com NFT (Token não Fungível) nos últimos 18 meses, embora esses esforços tenham se concentrado principalmente na arte e na novidade. Os Correios dos Estados Unidos acabaram de lançar selos como NFT, mas que são apenas artigos de arte, sem qualquer outra função além de serem colecionáveis. A novidade da arte é apenas o valor inicial do que um NFT pode ser, e para aproveitar todo o seu potencial, as marcas devem começar a oferecer alguma utilidade por meio do token, e a Time é um ótimo exemplo. Eles lançaram TimePieces, um item colecionável útil. Cada NFT concede ao proprietário acesso ilimitado ao conteúdo da Time, eventos especiais e alguns outros pequenos benefícios. Em 2022, você ouvirá muito mais sobre NFT com vencedores e perdedores. Os vencedores colocarão de lado os NFTs como meros itens colecionáveis ​​para encontrar maior utilidade por meio do token”, afirma Bruce Richardson, chefe de estratégia de negócios e estratégia de mercado da Salesforce.

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Além disso, o uso da tecnologia Blockchain para aplicações que vão além das criptomoedas já é uma realidade aqui no Brasil. A tecnologia tem sido utilizada em cartórios, e sua adoção tem sido rápida: em apenas quatro meses, mais de 156 mil páginas de documentos já foram autenticados pelo sistema em Blockchain da plataforma e-Notariado. Regulamentada em maio de 2020 pela Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) e administrada pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal, a plataforma permite que qualquer cidadão realize diversos serviços por meio de videoconferência, podendo acessar o tabelião diretamente por um computador, tablet ou celular. Entre os serviços disponíveis estão diversos tipos de escrituras — compra e venda, divórcios, doações, inventários e partilhas —, testamentos, atas notariais e autenticação digital.

O fim do consumo em abundância e o impacto social no centro das mudanças

Você deve ter visto o complexo cenário que tem gerado a escassez de microchip. Se não viu, sugiro que veja mais aqui e aqui. Este cenário pode ser mais comum no futuro e isso pode estar atrelado a forma como consumimos matéria prima do planeta. Aqueles que puderam contar com a disponibilidade e conveniência das coisas que desejam, terão que pensar novamente. Escassez, escassez, atrasos na distribuição, leis de austeridade e fatores de sustentabilidade estão impulsionando o movimento positivo para a natureza e uma abordagem mais comedida para o consumo.

Segundo o relatório Fjord Trends 2022, “à medida que questionamos o papel do pensamento de abundância nos negócios, ‘menos’ não precisa significar ‘perda’. Repensar nossa configuração padrão de abundância é um primeiro passo importante. A segunda é começar a colaborar com outras pessoas no ecossistema para enfrentar a mudança climática — nosso desafio mais urgente.” Essa reconfiguração no consumo deve alavancar iniciativas de economia circular e, impulsionadas pelo verdadeiro ESG, veremos uma nova formatação no modo como  fazemos negócios e consumimos, tendo o impacto social no centro das mudanças.

A mudança climática tem sido outro catalisador. Na esteira dos desastres naturais, desde inundações fora de época a incêndios florestais devastadores, as pessoas estão começando a entender o impacto de seus hábitos de consumo no planeta.

A pandemia não acabou, mas já precisamos pensar na próxima

Existe quase que um consenso entre os especialistas que teremos outras pandemias no futuro próximo. Entretanto, uma das grandes características do ser humano é a capacidade de adaptação. E, por mais que a política tenha atrapalhado a vacinação pelo mundo, a ciência soube responder rapidamente contra um vírus altamente contagioso. Além disso, aprendemos como agir contra uma pandemia global.

Isso não quer dizer que tenhamos que ficar de braços cruzados. A H3N2 é o primeiro vírus que vemos acender o alerta amarelo para o futuro. Em entrevista para a BBC, a professora Sarah Gilbert, uma das criadoras da vacina Oxford-Astrazeneca, alertou sobre as variantes e seus efeitos. “Esta não será a última vez que um vírus ameaça nossas vidas e meios de subsistência. A verdade é que o próximo pode ser pior. Pode ser mais contagioso, ou mais letal, ou ambos”, disse a cientista.

Uma das grandes tendências para 2022 é a vigilância em torno do surgimento de novos vírus. Alertas devem surgir com mais frequência, mas isso não quer dizer que seja motivo para pânico. “Não podemos permitir uma situação em que passamos por tudo o que passamos e depois descobrirmos que as enormes perdas econômicas que sofremos significam que ainda não há financiamento para a preparação para uma pandemia”, afirmou. “Os avanços que fizemos e o conhecimento que adquirimos não devem ser perdidos.”

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Créditos: Imagem Destaque – Chaosamran_Studio / Shutterstock

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