Categories Saúde Mental & Bem-EstarPosted on 12/03/202512/03/2025O que seu celular está fazendo com o seu cérebro (e como reverter isso) O que você vai descobrir a seguir: • Como o excesso de notificações e redes sociais impacta nosso cérebro e humor. • Por que o vício em celular é comparável a outros tipos de dependência química. • Três estratégias cientificamente comprovadas para reduzir o uso do smartphone. Se alguém dissesse, há 15 anos, que passaríamos mais de 11 horas por dia conectados às telas, soaria como exagero. Mas hoje, essa é a realidade de grande parte da população. O celular, antes uma ferramenta prática, se tornou uma extensão do nosso corpo – e, segundo diversos estudos, um dos principais vilões da nossa saúde mental. Não é coincidência. Redes sociais e aplicativos são desenhados para capturar nossa atenção e nos manter rolando infinitamente, ativando os circuitos de recompensa do cérebro. Isso acontece porque cada notificação, curtida ou mensagem dispara a dopamina, neurotransmissor associado ao prazer e à motivação. O mesmo mecanismo que nos faz buscar comida e interação social também nos prende em ciclos viciantes de checagem constante do celular. O problema? Quanto mais estímulos recebemos, mais queremos – e maior a dificuldade de encontrar prazer fora da tela. Estudos já associam esse uso excessivo ao aumento da ansiedade, depressão e à dificuldade de concentração. Quando estamos sempre bombardeados por pequenos picos de satisfação digital, as experiências do mundo real – com suas recompensas mais espaçadas – podem parecer desinteressantes. Esse fenômeno é tão preocupante que o termo “brain rot” (podridão cerebral) foi eleito a palavra do ano pelo Dicionário Oxford em 2024, simbolizando o impacto negativo do consumo excessivo de conteúdo superficial e da hiperconectividade. Mas não precisa ser assim. Com algumas mudanças simples, é possível recuperar o controle do seu tempo e atenção. Aqui estão três estratégias para te ajudar nessa jornada: 1. Use a tecnologia como aliada para gerenciar o uso do celular A ironia? O próprio celular pode ser um aliado para reduzir seu uso. Aplicativos especializados podem auxiliar na gestão do tempo de uso do celular, promovendo um equilíbrio saudável entre a vida digital e offline. Algumas ferramentas, como o Forest, incentivam o foco ao permitir que você “plante” árvores virtuais que crescem enquanto evita usar o dispositivo. Como aplicar: Experimente aplicativos que ajudam a monitorar e limitar o tempo de uso do celular. Definir metas diárias e ativar lembretes pode ajudar a criar hábitos digitais mais equilibrados. 2. Aumente a dificuldade de acesso a aplicativos viciantes Quanto mais fácil for acessar um aplicativo viciante, maior a tentação de usá-lo sem pensar. Pequenos obstáculos podem fazer toda a diferença para quebrar esse ciclo. Como aplicar: Remova atalhos da tela inicial, desative notificações não essenciais e até desinstale temporariamente apps que te fazem perder tempo sem perceber. Outra dica é definir horários específicos para acessar redes sociais, em vez de checá-las a qualquer momento do dia. 3. Aceite o tédio como um estímulo para a criatividade e bem-estar mental O tédio sempre foi um combustível para a criatividade, mas a era dos smartphones eliminou quase todas as pausas reflexivas do dia a dia. Em qualquer momento livre, pegamos o celular. O resultado? Menos momentos de introspecção, mais ansiedade e menor capacidade de concentração. Como aplicar: Tente deixar o celular de lado em situações do cotidiano, como quando está esperando o elevador ou na fila do mercado. Use esse tempo para refletir, observar o ambiente ou simplesmente deixar a mente vagar. Seu cérebro precisa desse espaço para processar informações e descansar. A boa notícia é que nosso cérebro tem neuroplasticidade, ou seja, pode se adaptar e recuperar sua capacidade de atenção e prazer na vida real. Reduzir o uso do celular pode parecer difícil no começo, mas, assim como qualquer hábito, a adaptação acontece com o tempo. Se você sente que o celular tem mais controle sobre sua vida do que gostaria, experimente essas estratégias e observe as mudanças. Afinal, a ideia não é abandonar a tecnologia, mas garantir que ela trabalhe a seu favor – e não contra você. Crédito: Imagem Destaque – Roman Samborskyi/Shutterstock Compartilhe esse artigo: