Câncer de mama: 5 mitos que precisam ser quebrados

Câncer de mama: 5 mitos que precisam ser quebrados

O Outubro Rosa é um movimento internacional que incentiva a conscientização a respeito da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Existem vários mitos que giram em torno desse tema e acreditamos que a informação seja uma das ferramentas mais potentes que temos para combater essa doença, que atinge mais de 60 mil pessoas anualmente no Brasil.

Hoje, confira os fatos por trás de 5 mitos relacionados ao câncer de mama que precisam ser quebrados.

Mito: Se você não tem um histórico familiar de câncer de mama, você não corre o risco de ter a doença.

Fato: A maioria das pessoas que são diagnosticadas com câncer de mama não possuem um histórico familiar da doença.

Muitas pessoas veem o câncer de mama como uma doença hereditária. Mas apenas cerca de 5% a 10% dos tipos de câncer de mama são considerados hereditários – o que significa que são causados ​​por alterações anormais (ou mutações) em certos genes passados ​​de pais para filhos. A maioria das pessoas que contraem câncer de mama não tem histórico familiar.

Ainda não é possível explicar por que uma pessoa tem câncer de mama e outra não. Os maiores fatores de risco são simplesmente ser mulher e o envelhecimento. Com o tempo, as células saudáveis ​​da mama podem desenvolver mutações por conta própria, eventualmente se transformando em células cancerosas.

Ainda assim, se você tem um forte histórico familiar de câncer de mama por parte de sua mãe ou de seu pai, este é um fator de risco importante que deve ser levado a sério. Se houver um ou mais casos de câncer de mama em parentes de sangue próximos, especialmente antes dos 50 anos – e/ou outros tipos de câncer, como: câncer de ovário e próstata – compartilhe essas informações com seu médico.

Mito: Se você mantém um peso saudável, se exercita regularmente, se alimenta de forma saudável e não consome bebidas alcoólicas, não precisa se preocupar com o câncer de mama.

Fato: Embora existam evidências de que tais comportamentos possam ajudar a reduzir o risco de câncer de mama, eles não podem eliminá-lo.

É importante gerenciar os fatores de risco que podem ser controlados, como o que você come e bebe, e o quão fisicamente ativo você é. Mas ainda é importante fazer exames regulares, realizar o autoexame e prestar atenção a quaisquer mudanças incomuns em suas mamas.


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Mito: Mamografias anuais garantem que o câncer de mama será detectado precocemente

Fato: Embora a mamografia seja a melhor ferramenta de detecção precoce que temos, ela nem sempre detecta o câncer de mama em um estágio inicial.

Mas ela não é uma ferramenta é infalível. Ela pode dar um resultado falso negativo, o que significa que as imagens parecem normais mesmo com a presença de câncer. Estima-se que as mamografias omitem cerca de 20% dos tipos de câncer de mama no momento da triagem. Os resultados falso negativos tendem a ser mais comuns em mulheres com tecido mamário denso, que é composto de mais tecido glandular e conjuntivo do que tecido adiposo. Mulheres mais jovens são mais propensas a ter mamas densas.

A existência dos falsos negativos explica por que uma mulher pode ter um resultado de mamografia normal e ser diagnosticada com câncer de mama alguns meses depois. Algumas mulheres podem fazer uma série de mamografias normais e ainda assim serem diagnosticadas com câncer de mama avançado. Além disso, há casos em que o câncer de mama se desenvolve e cresce rapidamente em um ano ou mais após uma mamografia verdadeiramente negativa.

A mamografia detecta a maioria dos tipos de câncer de mama e é por isso que exames regulares são essenciais. Mas também é importante prestar atenção a quaisquer mudanças em suas mamas, realizar autoexames mensais e ter um exame físico de suas mamas feito por um profissional de saúde todos os anos.

Mito: O câncer de mama sempre causa um caroço que pode ser sentido

Fato: O câncer de mama pode não causar um caroço, especialmente quando se desenvolve pela primeira vez.

Às vezes, as pessoas têm a ideia de que o câncer de mama sempre causa um caroço que pode ser sentido durante o autoexame; e podem usar isso como um motivo para pular as mamografias, pensando que serão capazes de sentir qualquer mudança que possa indicar um problema. No entanto, o câncer de mama nem sempre causa um caroço. Quando isso acontecer, o câncer pode já ter passado da mama para os nódulos linfáticos. Embora a realização de autoexames da mama seja importante, essa prática não substitui uma mamografia anual.

Existem alguns outros mitos sobre quais tipos de caroço na mama são menos preocupantes, como: “Se o caroço doer, não é câncer de mama” ou “Se você sentir um caroço que é suave e/ou se move livremente sob a pele, não é câncer de mama.” Qualquer caroço ou massa incomum que possa ser sentida através da pele deve ser verificada por um profissional de saúde. Embora a maioria dos caroços seja benigna (não câncer), a possibilidade de câncer de mama nunca pode ser descartada até que todos os exames sejam feitos.

Mito: O câncer de mama só acontece em mulheres de meia-idade ou mais velhas

Fato: Mulheres mais jovens podem e têm câncer de mama. E os homens também.

É verdade que ser mulher e envelhecer são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama. Em 2017, cerca de 4% dos tipos de câncer de mama invasivos foram diagnosticados em mulheres com menos de 40 anos, enquanto cerca de 23% foram diagnosticados em mulheres na faixa dos 50 anos e 27% em mulheres com idades entre 60 e 69 anos. Embora 4% possa parecer um índice pequeno, ele não é zero: isso significa que 1 em cada 25 casos de câncer de mama invasivo ocorreu em mulheres com menos de 40 anos.

Mulheres de todas as idades precisam prestar atenção em suas mamas, realizar autoexames e relatar quaisquer alterações incomuns a seu médico. Mulheres com um forte histórico familiar de câncer de mama, especialmente aqueles diagnosticados em parentes antes dos 40 anos, devem iniciar os exames mais cedo do que o recomendado para a população em geral.

O câncer de mama é ainda mais raro em homens, mas acontece. As pessoas costumam pensar que os homens não podem ter câncer de mama porque não têm seios, mas eles têm tecido mamário. Embora o câncer de mama masculino seja raro, a doença tende a ser diagnosticada em um estágio mais avançado porque as alterações e caroços na mama geralmente não levam os homens e seus médicos a pensarem em “câncer de mama”. As alterações nas mamas masculinas também precisam ser investigadas.

Outubro é o mês de conscientização sobre a prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, mas é preciso estar alerta durante o ano todo. Para saber mais sobre o assunto, confira o podcast abaixo.

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Créditos: Imagem Destaque – Khosro / Shutterstock

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