Categories PodcastPosted on 23/12/202012/05/2022Podcast #66: Outras tendências para 2021 – Home office, Recessão Global e Millennials Como adiantei no texto “Tendências e tecnologias inovadoras para 2021“, integramos um episódio do podcast do InovaSocial a nossa análise anual de tendências. Existe uma explicação para isso, as previsões do texto têm ligação direta com mudanças climáticas e suas consequências. Já dentro do podcast, você encontrará outras tendências para 2021 que não estão ligadas diretamente ao clima. Confira abaixo os links e a transcrição do podcast. Seja bem-vindo ao podcast do InovaSocial, eu sou Victor Vasques e hoje vamos falar sobre as tendências para 2021. Esse episódio é bem diferente do que estamos acostumados, até mesmo para mim, porque desta vez não teremos um convidado. Hoje será apenas você e eu, ouvinte. Antes de iniciarmos, alguns recados importantes sobre o episódio. Ele faz parte de uma análise de tendências muito mais ampla, por isso dividimos em um podcast e um Inova+. Se você está ouvindo o podcast a partir de algum player, não se preocupe, o episódio pode ser ouvido separadamente. Sem problemas! Mas se você quiser aprofundar em alguns temas e ver os links comentados neste episódio, sugiro que vá no inovasocial.com.br para ver o conteúdo completo. Dividimos as tendências de 2021 em duas partes. A primeira, em texto, são questões que têm ligação direta com as mudanças climáticas e o meio ambiente. Discussões que devem ser o grande destaque de 2021. Já no podcast, dividimos o episódio em 5 blocos e a ideia é que seja um breve resumo das tendências de 2021 em outros cenários, como inovação social e tecnologia. Dado os recados, vamos ao nosso ensaio de futurismo. Vamos começar nossa lista pelo grande tema do ano: o home office. Em 2021, os escritórios vão precisar nos conquistar de volta. Isso não quer dizer que queremos ficar longe do escritório ou do contato com outras pessoas, mas o formato como estamos trabalhando nos últimos anos precisará se reinventar e este será um dos grandes desafios para 2021. Muitas empresas ainda não têm previsão de retorno para o escritório tradicional, outras abriram mão de suas salas e andares em prédios corporativos. E a tendência é que espaços compartilhados devem ganhar força a partir de 2021. Além disso, a rotina de trabalho deve ser mais remota e flexível. Segundo pesquisas da Nike, os funcionários querem trabalhar em um escritório, mas só duas vezes por semana. Além disso, com o home office obrigatório que a pandemia nos gerou, aprendemos que podemos ter mais qualidade de vida. Dados recentes do Índice de Confiança do Trabalhador do LinkedIn mostram que 46% das pequenas empresas no Brasil têm chance de adotar um modelo híbrido de trabalho no futuro pós-pandemia. Já entre negócios de maior porte, com mais de 10 mil funcionários, a taxa é de 29%. Por fim, teremos o início de uma nova fase de adoção do ambiente virtual. A realidade virtual e a realidade aumentada se mostram como duas das grandes tendências tecnológicas para 2021. Inicialmente muito utilizadas em jogos, essas tecnologias têm chamado a atenção por mostrarem uma grande capacidade de agregar qualidade e inovação em setores como educação e entretenimento. No campo do entretenimento, uma empresa que vale ficar de olho é a Epic Games. Dona do famoso jogo Fortnite, a empresa tem promovido eventos, como shows e exibições de séries dentro do universo do jogo. O último evento da marca reuniu mais de 15 milhões de jogadores, além de 3,4 milhões de telespectadores no Youtube e na Twitch. Ainda no campo da realidade virtual, com o investimento de big techs como Apple e Facebook neste mercado, podemos ver soluções que nos transportam para ambientes virtuais que permitem, não apenas a diversão, mas também uma interação interpessoal totalmente diferente do que estamos acostumados. Imagine fazer uma reunião com uma pessoa do outro lado do planeta, mas com ela na sua frente, em 3D. Ou aprender um novo hobby sem sair de casa. Parece coisa de ficção científica, mas pode virar uma realidade comum em breve. Lembrando que, no nosso texto “As previsões da Singularity University até 2038”, já havíamos mostrado que, por volta de 2026, teríamos a chamada Era da Realidade Virtual, onde o sistema estaria completamente implementado ao nosso cotidiano, impactando nas mais diversas atividades, do trabalho ao entretenimento. Home office, os novos escritórios e o potencial da RV/RA: O benefício mais desejado no trabalho será o tempo — Leia mais aquiHome office ou não, eis a questão! Conseguiremos e queremos trabalhar de casa? — Leia mais aquiComo estruturar o retorno ao escritório no pós-pandemia — Leia mais aquiFortnite: evento do Galactus reúne mais de 15 milhões de jogadores e quebra recorde — Leia mais aquiNova tecnologia da EPIC pode colocar suas expressões faciais no Fortnite (inglês) — Leia mais aqui Outro grande tema é, sem dúvidas, a economia. O relatório do LinkedIn sinaliza três pontos importantes: os millennials transformando o mundo dos investimentos; uma nova onda de empreendedores e a Recessão Global, Parte 2. Vamos começar pelos millennials. A gercação nascida na década de 80 está entrando no pico de renda de suas carreiras e isso já tem transformado o setor financeiro. PIX, bancos digitais e outras soluções são e serão parte do nosso cotidiano. Mas existe um outro movimento, ainda pouco explorado, que são as criptomoedas. Talvez você até tenha torcido o nariz neste momento ou lembrado de algum esquema de pirâmide envolvendo as criptomoedas, mas calma. As criptomoedas e soluções em blockchain são maiores do que isso. Falando de forma bem simples, a solução trazida pela Blockchain resulta em várias possibilidades. Dentre elas a tradicional “ação de empresa”, chamada de Security Token. Ela é parte de um grande bloco. Quanto mais partes você tem, mais ações, entre aspas, você tem daquele item. Temos também as Utility Tokens, uma forma de utilizar criptomoedas para ter acesso a um serviço. Talvez seja bem complexo de entender, mas quem trabalha com mercado financeiro ou costuma investir em ações já está de olho nesta solução. Com os millennials investindo, reflexos econômicos da pandemia e uma geração mais aberta ao empreendedorismo, 2021 será o ano da nova onda de empreendedores: os empreendedores sociais. Esta já era uma tendência para 2020, mas que não conseguiu ganhar tração devido a pandemia. No InovaSocial nós temos uma área só dedicada ao tema, então sugiro que vá conhecer, caso ainda não esteja familiarizado com o termo ou queira conhecer exemplos deste tipo de empreendedor que busca, não só o retorno financeiro, mas também gerar impacto social. Por último, mas não menos importante, está a Recessão Global 2.0, a segunda parte da recessão que já vem se desenhando há alguns anos. Essa previsão tem estado presente nos nossos dois últimos textos sobre previsões, em 2018 e 2019, e – segundo economistas – segue firme e forte para os próximos anos. “O caminho para um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo será longo e difícil”, afirmou a chefe do Fundo Monetário Internacional, ao LinkedIn Notícias. Então, vamos continuar preparados, que o cenário econômico continuará conturbado. Millennials investindo, os novos empreendedores e a Recessão Global 2.0: O que é a tecnologia blockchain? — Leia mais aquiEmpreendedorismo social — Leia mais aquiNovo ciclo do Capitalismo e seu impacto na sociedade — Leia mais aquiRenda básica universal: Uma discussão que impacta o nosso futuro — Leia mais aqui Para 2021, a vacina contra Covid-19 é apenas a ponta do iceberg. Não só na luta contra a pandemia, mas nas inovações da medicina. Veja bem, começamos 2020 discutindo medicina remota e estamos terminando o ano com sessões de terapias agendadas via internet. Só isso já foi um avanço, mas a coisa toda não termina aí. A proposta das vacinas gênicas, como a anunciada pela Pfizer e BioNTech, é diferente. Em vez de injetar em nós um vírus ou parte dele, a ideia é fazer com que o nosso próprio corpo produza a proteína do vírus. Além de ser mais barata, a vacina é mais rápida. Estávamos acostumados com prazos de, em média, 4 anos para criar uma vacina. Criamos algumas em questão de meses. Essas inovações podem ser o primeiro passo para um processo que já vem se desenhando há anos, o da busca pela imortalidade mortal, ou seja, não seremos imortais, mas viveremos bem mais do que 100 anos. Os gregos antigos criaram mitologias de deuses e deusas para representar atributos maiores que a vida. A edição do genoma pode retardar o processo de envelhecimento, dando aos humanos a imortalidade ou, pelo menos, estendendo nossa expectativa de vida. Além disso, exoesqueletos robóticos podem nos dar a força sobre-humana. E se levarmos a biologia sintética ao limite da nossa imaginação, talvez possamos criar asas como alguns deuses e voar – embora amarrar em um jetpack possa ser uma opção mais plausível. Somado a tudo isso, ainda temos as interfaces humano-máquinas. Talvez a pandemia não nos tenha permitido dar a atenção necessária para o que foi o anúncio da Neuralink e seu chip para conectar o cérebro. Um novo passo para a nossa evolução, mas que trará uma série de questionamentos, que vão desde a ética até futuras leis. Novas vacinas, exoesqueletos e a interface humano-máquinas: Vacina da Pfizer: como funciona a nova tecnologia— Leia mais aquiCientistas não estão impressionados com o implante cerebral de Elon Musk — Leia mais aqui Se a inteligência artificial já não é mais tendência, mas atualidade, o que podemos esperar deste cenário em 2021? No campo da tecnologia cotidiana, duas tendências devem se desenhar em 2021. A primeira delas é o acerto de contas das Big Techs, segundo o relatório do LinkedIn. Isso é algo que já vem se orquestrando nos últimos meses, mas deve ganhar fôlego em 2021 e impactará muita gente. Nos EUA, o congresso quer que as plataformas sejam responsáveis pelo conteúdo publicado pelos usuários. No combate às fake news, muita coisa pode mudar nas mídias sociais e aplicativos de mensagens. Em outra frente, Google está sendo processado por concorrência desleal e abuso de poder. Já o Facebook é processado por práticas anticompetitivas e pode ser obrigado a vender Instagram e WhatsApp. Por mais que duvide que isso vá para frente, os processos das Big Techs devem gerar acordos como grandes soluções pacíficas. Isso ainda teremos que acompanhar de perto. No Brasil, a LGPD deve ganhar fôlego e finalmente um órgão fiscalizador, o que irá resultar numa série de mudanças, com o surgimento da Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais, a ANPD. Em paralelo, mas ainda no setor de tecnologias cotidianas, veremos o boom de produtos que fazem nos sentir mais seguros aparelhos como o AppleWatch, que detecta os níveis de oxigênio no sangue, e o LG TONE Free, que utiliza case com luz UV para autolimpeza, devem virar algo cada vez mais comum. O acerto de contas com as Big Techs e os produtos focados no bem-estar: Facebook é processado e pode vender Instagram e WhatsApp — Leia mais aquiJapão utilizará IA para aumentar taxa de natalidade (inglês) — Leia mais aquiPodcast #39: Saiba mais sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) — Ouça aquiAnálise: Apple Watch Series 6, o melhor relógio — Leia mais aquiLG TONE Free: Fones com autolimpeza são um vislumbre do futuro? — Leia mais aqui Chegando ao fim do nosso podcast sobre tendências para 2021, temos um último tópico, a China. O país era visto como uma das grandes tendências para 2020, mas começou o ano no olho do furacão da pandemia. Quando falamos que o século asiático se iniciaria sob nuvens escuras, não imaginávamos que seria uma pandemia. A perspectiva para 2021 segue a mesma do ano anterior. As economias asiáticas serão mais fortes do que todo o resto do mundo somado pela primeira vez desde o século XIX. A Ásia também abrigará mais da metade da classe média do mundo e, pela primeira vez em muitos anos, o mundo verá o poder passar de mãos, indo do Ocidente para o Oriente. Apesar da China ser o único país com PIB positivo em 2020, o índice de 1,9% está bem abaixo dos 6,1% de 2019. A vantagem dos chineses está em uma economia robusta e no fomento da inovação. Um exemplo está no setor de carros elétricos. A XPeng é, junto com a Tesla, a única fabricante de carros elétricos em grande volume e que também domina tecnologias para transformar seus veículos em autônomos. É também da China que vem uma das maiores redes sociais da atualidade, o TikTok, e tantos outros aplicativos e soluções tecnológicas, como, por exemplo, a rede 5G, que deve atrair ainda mais discussões em 2021. Em resumo, é um país que tem volume e economia para movimentar o planeta, e devemos ficar de olho não só em soluções relacionadas à pandemia, mas como as empresas chinesas se comportam em vários mercados relacionados à inovação, novas tecnologias e soluções de impacto. A China no olho do furacão: China em 2020: Novo coronavírus, economia em baixa e tendências em tecnologia — Leia mais aquiPodcast #57: Tendências de consumo no mundo pós pandemia — Ouça aquiOs carros elétricos da China e o movimento europeu — Leia mais aqui Compartilhe esse artigo: