Running Tide: por que essa startup está colocando boias de madeira no oceano?

Running Tide: por que essa startup está colocando boias de madeira no oceano?

Em um dia frio de maio, um barco partiu da costa oeste da Islândia com uma carga inusitada: milhões de pequenas boias de madeira, do tamanho de uma bola de golfe. Este era o teste piloto da Running Tide, uma startup de tecnologia climática com uma proposta inovadora de combate às mudanças climáticas.

A genialidade está na origem e destino dessas boias. Feitas a partir de resíduos de madeira da indústria florestal, que seriam queimados liberando carbono, elas são revestidas com calcário, potencializando a captura de carbono e combatendo a acidificação oceânica. Uma vez no oceano, rastreadas por sensores e monitoradas por câmeras em jaulas flutuantes, estas boias se tornam futuros sumidouros de carbono.

O objetivo maior é que essas boias sirvam de base para cultivar algas marinhas. Essas algas absorvem o carbono enquanto crescem. E o final dessa jornada? Ambas – boias e algas – afundam, armazenando o carbono no leito oceânico. Sob as condições corretas, esse método pode aprisionar carbono por centenas de milhões de anos.

Essa estratégia é ajustável. Manipulando a densidade, tamanho e revestimento das boias, a equipe da Running Tide consegue determinar quanto tempo elas flutuarão. Em alguns testes, as boias foram feitas para afundar rapidamente, enquanto em outros, elas permaneceram à deriva por até um mês.

A colaboração com a Shopify, uma gigante do e-commerce, deu o impulso financeiro necessário. Na primeira implantação, 275 toneladas de CO2 foram removidas da atmosfera, um feito patrocinado pela Shopify que, aliás, já havia apostado na Running Tide antes mesmo de seu lançamento oficial. O objetivo da Shopify é clara: ela busca soluções que aproveitem o oceano, o maior sumidouro natural de carbono do planeta, como ferramenta contra as mudanças climáticas.

Marty Odlin, CEO da Running Tide, segue um princípio de simplicidade, inspirado na lei de Gall: começar com um sistema simples e, então, gradualmente adicionar complexidade. Com metas ambiciosas, ele vislumbra a remoção de bilhões de toneladas de carbono por ano.

Para Marty, a missão transcende os números: “Queremos reequilibrar o ciclo de carbono da Terra para interromper os danos ao mundo natural.”

E aí, está pronto para navegar nessa maré de inovação? Mergulhe mais fundo no assunto assistindo ao vídeo a seguir.

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