X Congresso GIFE: O Brasil de amanhã e um resumo do primeiro dia

X Congresso GIFE: O Brasil de amanhã e um resumo do primeiro dia

Começou nesta quarta-feira (04), em São Paulo, mais edição do Congresso bianual do GIFE. Com uma série de painéis aberto ao público, somado aos conteúdos exclusivos para inscritos, o evento abriu as portas da sua décima edição com discussões apimentadas voltadas ao tema “Brasil, democracia e desenvolvimento sustentável.”

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Pela manhã, o Congresso recebeu discussões abertas sobre temas como cidades sustentáveis, gestão pública, entre outros. Já no período da tarde, Neca Setubal, presidente do conselho do GIFE, deu as boas vindas com a abertura oficial do evento. No discurso inicial, a socióloga sinalizou para a plenária que o momento atual é de integração. Do primeiro ao terceiro setor, Neca afirmou que todos os setores têm diferentes contribuições para o universo social e questionou porquê há tanto investimento no cenário, mas o Brasil ainda sofre com analfabetismo, altos índices de homicídios nas periferias, além de pergunta qual o nosso papel com as novas tecnologias. Em resumo, um discurso rápido, mas instigante e provocativo. Ainda no discurso de abertura, Neca afirmou que está na hora das empresas assumirem posicionamentos e que não há mais espaço para discursos de “nós contra eles”.

As palavras da presidente do conselho foram apenas introduções para o painel que viria a seguir. “Qual Brasil? Olhares para além do agora” reuniu grandes nomes como Luiza Trajano (presidente do conselho do Magazine Luiza), Joaquim Falcão (professor de direito da FGV), Eduardo Giannetti (economista), André Baniwa (representante da organização indígena da Bacia do Içana) e Djamila Ribeiro (filósofa), em um bate papo mediado pela antropóloga e co-fundadora do jornal Nexo, Paula Miraglia.

O painel, iniciado pelo economista Eduardo Giannetti começou falando sobre o Brasil pós Lava Jato e das mudanças no cenário geral do país. Nas palavras de Fernando Pessoa, Giannetti afirmou que o país “extraviou a tal ponto, que devemos estar no bom caminho.”

Já Luiza Trajano afirmou para o público que devemos “para de brigar” e montar um planejamento estratégico para país mudar nos próximos 10 anos. Ela ainda afirmou que as ações sociais da empresa não se separa da organização. Incentivando o público a descomplicar as discussões e tentar achar soluções.

Em seguida, André Baniwa apresentou o case da escola Baniwa, reconhecida pelo MEC como uma solução inovadora, para levar educação local sem perder a essência e as tradições indígenas.

Djamila Ribeiro foi a quarta integrante a falar. Ela que já foi parte de um texto do InovaSocial, lembrou que 2018 não marca apenas os 30 da democracia brasileira, mas também os 130 anos da abolição da escravatura. Djamila levantou discussões de como o país foi construído com exploração, nas mais diversas áreas e convidou o público a refletir sobre as consequências, ainda atuais, do nosso passado.

Com participação do público e várias perguntas envolvendo o cenário político e social do país, o primeiro grande painel praticamente encerrou o primeiro dia de congresso nos levando a pensar como serão os novos rumos, não apenas político, mas também sociais, de um país que, nas palavras de Giannetti, não passou por uma revolução como a francesa, mas terá que fazer uma revolução pela democracia.

É irônico pensar que, ao mesmo momento em que começava o painel em que se discutia o futuro do país, o STF iniciava o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, um marco jurídico e político do país (independente da posição política). Pessoalmente sinto que, apesar das responsabilidades não recaírem apenas no âmbito público, o fantasma da corrupção e de um cenário político incerto ainda assombra os mais diversos setores do Brasil. Seja empresária de sucesso, economista ou indígena, a corrupção e os jogos políticos permearam praticamente 100% das respostas.

Por fim, José Marcelo Zacchi, secretário-geral do GIFE (ouça aqui o podcast com ele), foi convidado ao palco para sintetizar as discussões do primeiro dia em um painel rápido e com impressões gerais do grupo. E isso foi apenas o primeiro dia. Até amanhã!

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