Propósito e lucro: o Sistema B e o futuro dos negócios sustentáveis

Propósito e lucro: o Sistema B e o futuro dos negócios sustentáveis

O que você vai descobrir a seguir:

  • • Por que até mesmo microempreendedores podem se certificar no Sistema B.Como o Sistema B ajuda empresas a equilibrarem impacto e lucro.
  • • Por que a governança colaborativa é uma inovação necessária.
  • • O papel da diversidade e inclusão na transformação empresarial.

Durante o episódio #133 do podcast do InovaSocial, Rodrigo Gaspar, co-CEO do Sistema B Brasil, apresentou uma perspectiva provocativa sobre o potencial transformador das empresas na sociedade. O movimento Sistema B propõe que negócios sejam uma força para o bem, aliando impacto positivo ao crescimento econômico. Segundo Rodrigo, “não é sobre tamanho, não é sobre setor, não é sobre idade de negócio, é sobre uma decisão”.

O que é o Sistema B e como ele funciona?

O Sistema B foi criado em 2006 nos Estados Unidos com a missão de transformar o papel das empresas. No Brasil, o movimento iniciou suas atividades em 2013 e hoje reúne uma rede diversificada de negócios comprometidos com a sustentabilidade. Rodrigo destacou que o crescimento do Sistema B no país é expressivo: “Em 2020, nós tínhamos aproximadamente pouco mais de 100 empresas, e a gente está agora chegando a 350 empresas”.

A certificação B avalia cinco áreas principais de impacto: governança, trabalhadores, comunidade, clientes e meio ambiente. Essa avaliação, chamada de BIA, está disponível gratuitamente e mais de 15 mil empresas no Brasil já a utilizam como ferramenta de gestão de impacto.

Governança colaborativa: um novo modelo de liderança

Rodrigo Gaspar compartilha a liderança do Sistema B Brasil com outras duas co-CEOs, Cíntia e Jéssica, em um formato inovador de governança colaborativa. Esse modelo propõe uma maior distribuição de poder e processos decisórios mais inclusivos. Hoje, dentro desse lugar da equipe, tem dois que já estavam com mais tempo de casa, eu e a Cíntia, a Jessica chegando com um olhar complementar”, explicou.

“Tem muito mais diálogo do que o convencional, tem muito mais cuidado com a reciprocidade do que o convencional e tem muito mais cuidado com confiança,” disse Rodrigo. E ele reconhece que, apesar dos desafios, essa abordagem é uma evolução necessária para a nova economia que o Sistema B defende.

Outro aspecto central na atuação do Sistema B é a promoção da diversidade. Rodrigo demonstrou orgulho ao compartilhar dados sobre a equipe atual: “Nós temos 72% de mulheres, 61% de pessoas negras, 22% de representatividade LGBTQIAP+ e 6% com mais de 50 anos”. Essa pluralidade reflete os princípios do movimento, que busca equidade tanto nas empresas certificadas quanto em sua própria estrutura organizacional.

Nos últimos anos, o Sistema B Brasil registrou um crescimento expressivo. Em 2020, pouco mais de 100 empresas eram certificadas. Atualmente, a expectativa é atingir a marca de 350 empresas em 2024, refletindo o fortalecimento da rede e o aumento da adesão a práticas empresariais com foco em impacto positivo.

O futuro do Sistema B no Brasil

O Sistema B tem planos ambiciosos para o futuro. A meta é tornar a gestão de impacto uma prática central nos negócios, equiparada às demais obrigações empresariais. O objetivo é criar uma rede global de empresas que se destaquem não apenas pelo faturamento, mas também pelo impacto positivo gerado na sociedade e no meio ambiente.

Outro ponto relevante é a necessidade de políticas públicas que possam fortalecer o ecossistema de impacto. Medidas como a Estratégia Nacional de Impacto e o Projeto de Lei em tramitação na CCJ buscam consolidar o reconhecimento formal dessas empresas e suas práticas sustentáveis.

Como você pode se envolver

O episódio do InovaSocial é um convite aberto a empresários, empreendedores e profissionais que buscam transformar seus negócios. Não importa o porte ou o setor: o Sistema B oferece caminhos acessíveis para empresas que queiram aderir a práticas de impacto positivo. Ferramentas como a avaliação de impacto estão disponíveis até mesmo para microempreendedores individuais, que também podem se certificar como empresas B no Brasil.

Para mais detalhes e reflexões inspiradoras, ouça o episódio completo no player abaixo. E, como bem disse Rodrigo: “Se não nós, quem? Se não agora, quando?”


Créditos: Imagem Destaque – Jeppe Gustafsson/Shutterstock

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