iP&L: por que mensuração de impacto virou obrigação no mundo dos negócios

iP&L: por que mensuração de impacto virou obrigação no mundo dos negócios
O que você vai descobrir a seguir:
  • • O que é o Integrated Profit and Loss (iP&L) e por que a mensuração de impacto vai além de discurso.
  • • O desafio de integrar sustentabilidade à estratégia das empresas de forma prática.
  • • Como transformar propósito em números e decisões no mundo dos negócios.

No episódio #144 do podcast InovaSocial, o tema foi um dos maiores desafios para empresas que desejam ir além das boas intenções: transformar impacto em algo concreto, mensurável e útil na tomada de decisão. Quem compartilha os bastidores desse processo é Alexandre Leão, gerente de Sustentabilidade e Valoração de Impacto da Natura, em uma conversa conduzida por Victor Vasques, o host do programa. O episódio explora os aprendizados e os desafios de adotar um modelo que integra impacto, propósito e prática – e mostra como a mensuração de impacto pode se tornar parte efetiva da estratégia empresarial.

Por que medir impacto importa (de verdade)

No centro do debate está o Integrated Profit and Loss (iP&L), ferramenta criada para atribuir um valor financeiro às ações e efeitos da empresa sobre o meio ambiente, as comunidades e as pessoas. Com isso, aspectos como conservação de floresta, geração de renda ou bem-estar deixam de ser conceitos abstratos e passam a integrar o mesmo sistema de avaliação dos resultados financeiros. A ideia é simples na teoria, mas desafiadora na prática: transformar impacto em valor e colocar esse dado como critério real de decisão.

Para além das métricas, o episódio explora como esse modelo ajuda a identificar os pontos críticos que precisam ser recalibrados para que o impacto positivo aconteça de forma integrada, e não como compensação. Um exemplo citado na conversa é o trabalho com a Ucuuba, planta nativa da Amazônia que, durante muito tempo, era vista como um recurso de baixo valor: suas árvores eram derrubadas principalmente para a produção de cabos de vassoura, o que contribuía para o desmatamento.

A partir de parcerias com comunidades locais, a Natura ajudou a transformar esse cenário ao identificar, junto com o conhecimento tradicional, o potencial da Ucuuba como fonte de um bioativo com propriedades hidratantes para a pele. Com isso, a planta passou a ser preservada e valorizada como matéria-prima para a linha de cosméticos Ekos, promovendo a geração de renda para as comunidades, estimulando a economia da floresta em pé e oferecendo uma alternativa sustentável ao corte das árvores.

O impacto como padrão, não diferencial

O episódio convida à reflexão sobre os limites de siglas como ESG e o risco de transformar a sustentabilidade em mero modismo. O recado é claro: a mensuração de impacto não deve ser vista como um diferencial ou estratégia de marketing, mas como parte essencial e integrada das decisões de qualquer negócio que queira contribuir de forma real para um futuro viável. A conversa ainda destaca que alinhar propósito e performance não é mais opção: é o caminho necessário para empresas que buscam relevância e resiliência em um cenário cada vez mais desafiador.

Quer entender como impacto pode virar valor real nas decisões do dia a dia? Ouça o episódio completo abaixo.

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