NFTs de Impacto Social e as doações para a ONG Banco de Alimentos

NFTs de Impacto Social e as doações para a ONG Banco de Alimentos

As polêmicas em torno dos NFTs (ou tokens não-fungíveis) tem sido o grande foco na maioria dos conteúdos sobre esta nova tecnologia. Mas, como já mostramos em nosso podcast, os tokens digitais possuem muitas utilidades. Particularmente, acredito que ainda não se utilizou nem 5% do potencial dos registros em blockchain. De documentos certificados, passando por rastreabilidade de itens, até royalties para artistas independentes (leia mais aqui), os NFTs ainda são uma tecnologia “do futuro”, algo pouco explorado.

Excluindo a especulação financeira, um setor que entendeu as vantagens dos tokens foi o cenário de  impacto social. No último domingo (03), terminou o NFT.Rio, evento focado no setor e que contou com diversos palestrantes de peso do cenário brasileiro. Durante o evento, o Mercado Bitcoin (MB) leiloou obras de artistas brasileiros e parte das vendas foram convertidas em benefício da ONG Banco de Alimentos. O leilão de “NFTs de Impacto Social”, como a própria empresa chamou, contou com a série “Hungry NFTs“, uma série de 33 obras de artistas brasileiros.

A ONG Banco de Alimentos está entre as primeiras organizações da sociedade civil no Brasil que começaram a receber doações por meio de NFTs, iniciativa que poderá permitir à instituição ampliar ainda mais a sua atuação de 24 anos de combate à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil.

Ouça também: Podcast #87 – Cachorro Caramelo NFT e os tokens de impacto social

“Hoje há 33,1 milhões de pessoas passando fome no Brasil e mais de 125 milhões em situação de insegurança alimentar, sem saber se terão o que comer em qualidade e quantidade suficiente, uma situação inaceitável. Acredito que as doações via NFTs poderão facilitar a mobilização de recursos e ajudar a fortalecer as ações das organizações da sociedade civil. Iniciativas como esta do MB são muito bem-vindas não só para trazer mais recursos, mas para aumentar a conscientização da sociedade para a causa do combate à fome”, afirma Luciana Chinaglia Quintão, fundadora e presidente da ONG Banco de Alimentos.

Criada há 24 anos e focada no combate à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil, a ONG Banco de Alimentos é pioneira no âmbito da sociedade civil, com ações integradas voltadas a “Alimentar, Educar e Transformar”. Por meio do trabalho denominado Colheita Urbana, recolhe alimentos no campo, na indústria e no comércio que são sobras de comercialização pela perda de seu valor comercial, mas que estão perfeitos para o consumo. Dessa forma, reduz o desperdício e entrega os alimentos para entidades sociais, minimizando os efeitos da fome e possibilitando a complementação alimentar de qualidade em 60 entidades assistidas continuamente, que atendem mais de 25 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.

Em 2021, a ONG distribuiu 3 milhões de quilos de alimentos beneficiando mais de 680 mil pessoas. Além da Colheita Urbana, a organização atua nos pilares Educação Nutricional, Conscientização e Assistência Social. Durante a pandemia, em ação de ajuda humanitária, ampliou a sua atuação e estruturou uma rede colaborativa de mais de 300 entidades sociais que passaram a ser beneficiadas pela doação de alimentos. Entre abril de 2020 e dezembro de 2021 distribuiu mais de 7,6 milhões de quilos de alimentos via Colheita Urbana, cestas básicas e cartões/cestas digitais, trabalho que continua a ser desenvolvido.

Para Sandro Langer, facilitador de ESG do MB, “o ‘NFT de Impacto’ une propósito e arte. Artistas doaram parte da venda de suas obras para projetos sociais e as pessoas que comprarem um NFT de Impacto estarão contribuindo para um mundo melhor”.

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