Categories Tecnologias SociaisPosted on 28/08/201826/05/2022Google Glass pode se tornar uma ferramenta importante para crianças com autismo O Google Glass pode nunca ter alcançado o consumidor médio, mas em breve ele poderá se tornar uma ferramenta importante para crianças com autismo que buscam melhorar suas habilidades sociais. Um novo estudo exploratório publicado na npj Digital Medicine fornece novas evidências de que os óculos de realidade aumentada emparelhados com o software certo podem fazer uma grande diferença para crianças com autismo. O estudo analisou os efeitos e a viabilidade do uso de um wearable chamado Superpower Glass. Desenvolvido por uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, o Superpower Glass é executado no Google Glass e em um smartphone Android. Partindo do fato de que crianças com autismo geralmente acham difícil reconhecer expressões faciais e fazer contato visual, a invenção usa um software com aprendizado de máquina para ajudar as crianças a identificar emoções enquanto navegam pelas interações sociais. No estudo, 14 crianças entre 3 e 17 anos com um diagnóstico de autismo testaram o Superpower Glass em casa por pouco mais de dois meses. Ao final do estudo, as crianças pontuaram uma média de 7,4 pontos a menos em uma escala que mede o comprometimento social; índices mais altos indicam um diagnóstico de autismo mais grave. A pontuação de seis crianças foram tão baixas que seu diagnóstico foi movido para uma classe menos severa de autismo. “Alguns familiares comentaram que foi como se uma chave tivesse sido mudada,” diz Dennis Wall, um dos líderes do estudo e professor associado de pediatria, psiquiatria e ciências de dados biomédicos na Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford. “Eles estão dizendo, ‘agora meu filho está olhando para mim.'” Enquanto as descobertas são promissoras, Dennis diz que elas devem ser interpretadas de forma cuidadosa. O estudo não incluiu um grupo de controle, o que significa que os pesquisadores não podem julgar de forma exata o tamanho do efeito do dispositivo nas crianças. A próxima fase da pesquisa é um estudo controlado randomizado envolvendo mais de 70 crianças que usaram Superpower Glass ou não. Segundo Dennis, o estudo está completo e mostra efeitos positivos semelhantes para crianças que usam o wearable, mas a pesquisa não será publicada até o final deste ano. O software desenvolvido por Dennis e seus colegas reconhece felicidade, tristeza, raiva, repulsa, surpresa, medo, desprezo e emoções neutras. Quando uma criança usa o Superpower Glass, ela recebe um feedback audiovisual que reflete as emoções capturadas pela câmera voltada para fora. As crianças que usam Superpower Glass podem jogar um jogo chamado Capture o Sorriso, que é uma atividade de “caça ao tesouro” que leva o usuário fazer com que alguém ou sorria para ele. No jogo Adivinhe a Emoção, as crianças tentam fazer contato visual com seus pais e adivinham qual emoção eles estão demonstrando. Dennis diz que o aplicativo usa técnicas semelhantes às encontradas na terapia comportamental padrão para crianças com autismo. Nesse cenário, os terapeutas usam flashcards para ajudar as crianças a entender como identificar e ler emoções. No entanto, muitas vezes há longas listas de espera para ver um terapeuta comportamental, e Dennis diz que as crianças podem se beneficiar mais quando têm acesso rápido ao tratamento. Embora o programa tenha sido desenvolvido usando o Google Glass, o software em si pode ser executado em um telefone Android conectado a qualquer tipo de óculos de realidade aumentada. Ainda assim, vamos ter que esperar pelo menos um ano para ver o Superpower Glass sendo comercializado. O objetivo de Dennis é que a invenção se torne um tipo de terapia que seja reembolsada pelos planos de saúde, fazendo com que o Superpower Glass possa ser amplamente acessível ao maior número possível de pacientes. Para conferir como o Superpower Glass funciona na prática, assista ao vídeo abaixo produzido pela Associated Press (em inglês): ___ Gostou do texto e quer fazer parte da nossa comunidade? Envie uma sugestão de pauta, um texto autoral ou críticas sobre o conteúdo para [email protected]. Compartilhe esse artigo: