Categories Tecnologias SociaisPosted on 04/01/201925/05/2022Valser: a primeira bebida a obter seu CO2 a partir da atmosfera Se você, por acaso, você estiver passeando pela Suíça, entrar em um supermercado e comprar uma garrafa de Valser – uma marca de água com gás da Coca-Cola – o gás no interior dessa garrafa pode ter vindo do CO2 sugado da atmosfera. A Coca-Cola HBC Switzerland, fábrica de engarrafamento que fabrica as bebidas, anunciou no fim de 2018 uma parceria com a Climeworks, uma das pioneiras do mundo na captura direta de dióxido de carbono. Em suas fábricas, a Climeworks usa contêineres equipados com ma tecnologia que suga o ar para dentro, que então passa por filtros que capturam CO2, como uma árvore mega poderosa. Quando o filtro está cheio, o coletor é aquecido, liberando o gás em uma forma pura que pode ser injetada no subsolo para armazenamento – essa uma maneira de ajudar a começar a abordar o fato de que a quantidade de dióxido de carbono no ar é maior do que a em qualquer momento nos últimos 400.000 anos – ou usado pelos fabricantes. A primeira parceria da empresa foi com uma estufa próxima que usou o CO2 para ajudar as plantas a crescer mais rapidamente, e a indústria de bebidas foi o próximo passo natural. “A indústria de bebidas está entre os únicos mercados existentes atualmente usando CO2”, diz Christoph Gebald, cofundador e diretor da startup. Outras aplicações estão se tornando realidade, desde fabricar combustível ou concreto até fabricar plástico, sapatos ou até mesmo alimentos para peixes. Mas as estufas e a indústria de refrigerantes estão usando CO2 em escalas relativamente grandes agora. Colocar CO2 no refrigerante ou na água mineral, não é como armazená-lo no subsolo: quando você abre a garrafa, o gás é liberado. E embora a demanda global total das empresas de refrigerantes e alimentos para o produto seja de cerca de 6 milhões de toneladas por ano, o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas sugere que talvez precisemos remover cerca de 10 bilhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera por todos o ano deste século para ajudar a evitar os piores impactos da mudança climática. Mas, começando com a indústria de refrigerantes, a Climeworks espera poder ampliar sua tecnologia. “A indústria de bebidas é realmente a ponte de hoje que nos permite trabalhar ainda mais a nossa curva de custos e industrializar a tecnologia”, diz Gebald. “É realmente a ponte que falta entre as startups e, um dia, a escala climaticamente relevante para remover o carbono do ar”. Neste momento, a indústria normalmente obtém CO2 de fábricas de produtos químicos que usam gás natural como matéria-prima. Em alguns casos, os engarrafadores usam CO2 “natural” ou CO2 retirado do subsolo. A Coca-Cola, que foi nomeada como a líder do setor de bebidas no Índice Dow Jones de Sustentabilidade por vários anos seguidos, estava interessada em uma abordagem mais sustentável. Sugar CO2 da atmosfera é mais caro do que de outras fontes, mas a ideia é que, conforme a damanda aumente, o custo passe a cair. A nova parceria é um passo em direção à visão de longo prazo da Climeworks de construir suas fábricas em grande escala. Para remover 1% das emissões mundiais de CO2, a empresa calcula que seriam necessários cerca de 250.000 dispositivos de remoção de carbono. É um número impressionante. Mas é algo que os cientistas do clima acreditam que precisará acontecer. Para ajudar a manter o aquecimento global sob o índice de 1,5 graus Celsius, o mundo terá que ir além da economia zero-carbono – carros elétricos e energias renováveis são uma parte da solução, mas já há muito excesso de CO2 na atmosfera, também precisamos de tecnologia de emissões negativas. Por isso, o que parece ser uma ideia inusitada, pode ser um importante passo para a sustentabilidade. ___ Gostou do texto e quer fazer parte da nossa comunidade? Envie uma sugestão de pauta, um texto autoral ou críticas sobre o conteúdo para [email protected]. Compartilhe esse artigo: