Prova de humanidade: IA e deepfakes impulsionam corrida por identidade digital

Prova de humanidade: IA e deepfakes impulsionam corrida por identidade digital

  • • Brasil é o 2º país mais visado por bots, com 51% do tráfego web dominado por automação maliciosa.
  • • Crimes digitais movimentam R$ 186 bilhões ao ano, e 55% dos brasileiros já sofreram tentativas de fraude.
  • • A prova de humanidade surge como nova camada ética e técnica para restaurar a confiança online.

Outubro marca o Mês de Conscientização sobre Cibersegurança e o alerta nunca foi tão urgente. À medida que a inteligência artificial se populariza, as fraudes digitais se tornam mais sofisticadas, desafiando a linha entre o que é humano e o que é criado por máquina.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, 55% dos brasileiros foram vítimas de golpes ou tentativas de fraude online no último ano. O impacto chega a R$ 186 bilhões anuais, tornando o crime digital o tipo de crime patrimonial que mais cresce no país, com aumento superior a 400% desde 2018. Em 2024, foram registrados 2,1 milhões de golpes virtuais, mais de quatro por minuto .

Esse avanço tem combustível claro: o crescimento dos bots e da inteligência artificial aplicada a fraudes automatizadas. O Relatório Bad Bot 2025, da Imperva, mostra que pela primeira vez o tráfego automatizado superou a atividade humana na internet, representando 51% de todo o tráfego web. Desses, 37% são bots maliciosos usados para roubo de credenciais, disseminação de desinformação e sequestro de contas. O Brasil ocupa o segundo lugar mundial em ataques, atrás apenas dos Estados Unidos .

Deepfakes e o colapso da confiança digital

A combinação entre inteligência artificial generativa e deepfakes vem impulsionando um tipo de fraude quase cinematográfica. Golpes com vozes clonadas, vídeos falsos e perfis automatizados já fazem parte da rotina de crimes digitais. Casos de “familiares clonados” pedindo dinheiro ou de “executivos falsos” criados por IA ilustram o quanto a manipulação visual e emocional evoluiu .

Relatórios internacionais, como o Global Cybersecurity Report 2025 da Fortinet, mostram que 60% das empresas sofreram incidentes que afetaram tanto sistemas de TI quanto de tecnologia operacional, um alerta para setores críticos como finanças, saúde e manufatura.

Nesse cenário, a discussão sobre autenticidade digital deixa de ser um detalhe técnico e passa a ser uma questão central para o futuro da internet. Entre as iniciativas que buscam responder a esse desafio, o protocolo World tem ganhado atenção global ao propor um modelo de identificação baseado na chamada prova de humanidade.

O sistema, batizado de World ID, busca garantir que cada identidade digital represente uma pessoa real, sem abrir mão da privacidade. A verificação é feita apenas uma vez, por meio de um dispositivo físico (o Orb) que analisa padrões biométricos oculares e converte essas informações em um código criptográfico. Esse código funciona como uma espécie de selo de autenticidade, permitindo confirmar que o usuário é humano sem expor seus dados pessoais.

A proposta não é apenas técnica, mas conceitual: criar uma camada de confiança que permita interações mais seguras em meio ao avanço dos conteúdos sintéticos e das identidades automatizadas. À medida que a inteligência artificial amplia seu alcance, a prova de humanidade surge como um passo necessário para preservar a integridade das relações digitais e o próprio sentido de confiança no ambiente online.

Ep 3: How World ID can be usedEp 3: How World ID can be used

Créditos: Imagem Destaque – Kundra/Shutterstock

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