NASA anuncia vencedores de sua competição para desenvolver habitações impressas em 3D em Marte

NASA anuncia vencedores de sua competição para desenvolver habitações impressas em 3D em Marte

A NASA selecionou 5 projetos vencedores de sua competição de habitações impressas em 3D, incluindo uma comunidade de cápsulas feitas a partir da superfície marciana e um container vertical em formato oval.

A On-Site Habitat Competition convidou os participantes a desenvolverem um abrigo sustentável para uma equipe de astronautas em uma missão em Marte, usando técnicas de construção que pudessem ser realizadas a partir de impressoras 3D.

Os grupos precisaram desenvolver uma solução que considerassem questões como: transporte de materiais da Terra para Marte e também a diferença de atmosfera e visual do novo planeta. Cada grupo também teve que desenvolver representações digitais das características funcionais e físicas desse novo lar dos astronautas em Marte.

“Estamos muito felizes e entusiasmados de ver o sucesso deste grupo tão diversificado. Cada equipe imprimiu a sua marca”, disse Monsi Roman, gerente de programa do Centennial Challenges, da Nasa. “Eles não estão apenas projetando estruturas, mas estão pensando em habitações que permitirão aos nossos exploradores espaciais viver e trabalhar em outros planetas. Estamos empolgados em ver os projetos ganharem vida”, completa.

Os 5 grupos foram selecionados pela NASA a partir de 18 grupos participantes, que enviaram seus projetos do mundo todo. Os vencedores foram ranqueados por um sistema de pontos e irão dividir um prêmio de US$ 100.000,00 – o valor com o qual cada grupo será premiado foi determinado a partir de sua pontuação no ranking.

nasa-habitacao-3d-desafio-centenario-inovasocial-03

Em primeiro lugar, está o Zopherus, uma habitação modular impressa em 3D sem necessidade de interferência humana, feita a partir da superfície de Marte. No conceito apresentado pela equipe, um módulo de aterrissagem digitalizaria seus arredores e selecionaria uma área de impressão ideal, enquanto robôs autônomos seriam implantados a partir da embarcação para coletar materiais para a impressora 3D. O módulo de aterramento se sela no chão para fornecer um ambiente de impressão protegido e pressurizado e, em seguida, mistura materiais e começa a imprimir um estrutura hexagonal.

Graças à sua estrutura modular, várias habitações Zopherus podem ser impressas uma ao lado da outra, criando uma comunidade. Cada habitação é construída usando um material composto de gelo, óxido de cálcio e massa marciana, que são coletados por veículos móveis. Uma grande janela no mezanino de cada habitação proporciona vistas panorâmicas da paisagem marciana, além de permitir que a luz crie um pequeno jardim hidropônico para o crescimento da vegetação e produção de oxigênio.

Em segundo lugar, ficou o projeto Marsha, com uma estrutura vertical oval, desenvolvida para lidar com a atmosfera interna pressurizada e choques estruturais que podem ocorrer em Marte. Como o Zopherus, o projeto também usa materiais que podem ser encontrados na superfície marciana, eliminando a necessidade de foguetes para transportar materiais direto da Terra.

A equipe desenvolveu uma mistura de fibra de basalto, extraída da rocha marciana, e bioplástico renovável (ácido polilático) derivado de plantas que seriam cultivadas em Marte. Ao contrário do formato comunal dos habitats de Zopherus, cada habitat de Marsha funciona como uma estrutura separada das outras.

A equipe do terceiro lugar, Kahn-Yates, também projetou suas habitações como unidades individuais, com formas elegantes e ovais para minimizar o impacto de possíveis tempestades de poeira.

Depois de aterrissar em Marte, o casco exterior se separa do módulo de navegação espacial, deixando para trás um núcleo pré-fabricado. Após o pouso, um braço de cinco eixos se estende do topo do núcleo e imprime uma fundação, também usando materiais encontrados na paisagem marciana.

A luz solar pode entrar na habitação por meio da redução ou eliminação de partes da camada central de concreto na camada exterior da casca. De acordo com a equipe, isso também ajudaria na jardinagem e na produção de alimentos.

Em quarto lugar está a SEArch+/ Apis Cor, que apresentou uma habitação com um design de carcaça dupla para proteger a estrutura da radiação solar galáctica. A habitação projetada pela equipe do quinto lugar, Northwestern University, apresenta uma concha esférica e uma cúpula parabólica externa (confira o vídeo ao final desta publicação).

A On-Site Habitat Competition é a terceira fase do 3D-Printed Habitat Centennial Challenge, criado para explorar as tecnologias de construção necessárias para criar soluções habitacionais sustentáveis na Terra, na Lua, em Marte e além. A primeira fase, a Design Competition, ocorreu em 2015 e exigiu que as equipes submetessem seus projetos arquitetônicos. A segunda fase, a Structural Member Competition, ocorreu entre 2016 e 2017 e tece seu foco nas tecnologias de materiais, pedindo às equipes que criassem componentes estruturais. Há ainda mais quatro fases do desafio, que culminará na impressão real dos projetos dos finalistas, no início de 2019.

Para saber mais sobre os Centennial Challenges e acompanhar suas próximas fases, clique aqui.

__

Gostou do texto e quer fazer parte da nossa comunidade? Envie uma sugestão de pauta, um texto autoral ou críticas sobre o conteúdo para [email protected].

Compartilhe esse artigo: