Adesivo com microagulhas fornece contracepção por um mês

Adesivo com microagulhas fornece contracepção por um mês

Contraceptivos raramente são algo prático – embora haja uma série de tipos de métodos contraceptivos, os mais usados no mundo hoje em dia são o DIU (que é algo que precisa ser implantado e é algo invasivo – mesmo que minimamente) e as pílulas anticoncepcionais (que é algo que precisa ser lembrado e administrado todos os dias). Considerando isso, uma equipe liderada por pesquisadores da Georgia Tech está desenvolvendo um sistema contraceptivo indolor feito com microagulhas, que as mulheres podem aplicar em cinco segundos, e só precisa ser administrado uma vez ao mês.

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Quando esses adesivos são aplicados, eles distribuem drogas por meio de uma série de agulhas minúsculas que se dissolvem ou se soltam sob a pele. Cientistas já testaram seu uso para administrar antibióticos, vacinas contra gripe, insulina, medicamentos contra o câncer de pele, anticoagulantes (para combater coágulos sanguíneos) e até drogas para derreter a gordura.

Portanto, faz sentido que os contraceptivos entrem nessa lista. As placas de microagulhas têm uma ampla gama de vantagens: as pessoas podem administrá-las em casa sem precisar de supervisão médica e, como as agulhas ficam na pele, não há resíduos perigosos. Os adesivos também são relativamente baratos e não precisam ser refrigerados, tornando-os mais fáceis de armazenar e transportar.

No caso desse estudo, o adesivo fornece um medicamento chamado levonorgestrel, que é o ingrediente ativo da pílula do dia seguinte. Embora ele funcione da mesma maneira que os outros adesivos, os pesquisadores da Georgia Tech desenvolveram um novo design que permitiria que a carga hormonal fosse liberada lentamente ao longo de um mês.

As microagulhas são feitas do ingrediente ativo levonorgestrel, misturado com polímeros que se quebram com segurança no corpo, liberando a droga por semanas.

Ao testar o adesivo em ratos, a equipe descobriu que 100 microagulhas foram suficientes para elevar os níveis de levonorgestrel em na corrente sanguínea em uma quantidade alta o suficiente para ter um efeito contraceptivo. Uma aplicação foi suficiente para os níveis na quantidade certa por mais de um mês.

A equipe já desenvolveu um adesivo maior, para uso humano, que deve ser testado em breve. Uma versão futura pode até ser capaz de transportar o medicamento em quantidade suficiente para durar seis meses, mas é necessário mais tempo de trabalho para chegar nesse resultado.

“Nós ainda não sabemos como os sistemas de microagulhas contraceptivos funcionariam em humanos”, diz Mark Prausnitz, autor do estudo. “Como estamos usando um hormônio anticoncepcional já utilizado em outros métodos, estamos otimistas de que o adesivo seja um contraceptivo eficaz. Também esperamos que uma possível irritação da pele no local da aplicação do adesivo seja mínima, mas essas expectativas precisam ser verificadas em estudos clínicos.”

A pesquisa foi publicada na revista Nature Biomedical Engineering, clique aqui para conferir o estudo completo.

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