Be My Eyes: Que tal “emprestar” seus olhos a um deficiente visual?

Be My Eyes: Que tal “emprestar” seus olhos a um deficiente visual?

Quando nos perguntamos como a tecnologia pode melhorar as vidas de pessoas com deficiência visual, somos apresentados a um desafio aparentemente simples.

“Eu quero ser capaz de encontrar a minha parada de ônibus.”

Enfrentar o trânsito de grandes cidades pode ser algo desafiador para qualquer cidadão. Mas, para pedestres cegos, cada parada de ônibus e cada plataforma de estação de metrô ou trem representa um desafio único.

A tecnologia do GPS pode ter uma diferença de 10 metros em sua precisão, o que não é um grande problema para pessoas com a visão perfeita, mas esses 10 metros podem fazer com que uma pessoa com deficiência visual perca seu ônibus e transformar a experiência toda em um momento frustrante.

Por isso, novas formas de resolver esse problema são sempre bem-vindas. E a soluções mais significantes vêm sendo os aplicativos para smartphone.

E uma dessas soluções é o Be My Eyes, que entrou em operação em 2015 e estabelece uma conexão de vídeo direta entre usuários com deficiência visual e voluntários visuais. A premissa é simples: muitas pessoas que são cegas não precisam de assistência real para completar suas tarefas diárias, apenas precisam de uma pequena ajuda.

Um voluntário visual pode ser solicitado para ajudar a identificar qual das duas latas contém tomate, por exemplo. Nesse caso, o usuário com deficiência visual pode preparar uma refeição apenas por conta própria – tudo o que ele precisa é uma confirmação rápida de que ela possui a lata correta. E esse modelo parece estar funcionando; mais de 540.000 voluntários e quase 40.000 pessoas com deficiência visual estão cadastradas no aplicativo, que na semana passada ganhou também uma versão para usuários Android.

“Uma mulher idosa agora pode ajudar uma pessoa com deficiência visual a configurar seu computador”, diz o fundador Hans Wiberg, que tem baixa acuidade visual. “Ela não precisa saber nada sobre computadores. Ela só precisa ler o que aparece na tela. E a outra pessoa pode fazer o resto.”

Para Hans, muitas pessoas visuais não convivem com pessoas que possuem deficiências visuais, o que faz com que elas pensem que as soluções que uma pessoa cega precisa são muito mais expansivas e caras que, afinal, elas precisam ser.

“Eu acredito que esses aplicativos estão permitindo que pessoas inteligentes vejam que as pessoas cegas apenas precisam de pistas simples para ajudá-las a fazer uma série de coisas em suas vidas.”

Para conhecer o Be My Eyes e fazer parte da comunidade, baixe o aplicativo disponível para Android e iOS, e assista aos vídeos abaixo, com o vídeo oficial de apresentação do aplicativo e a participação de Hans Wiberg no TEDxCopenhagen.

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