Tudo o que você precisa saber sobre os novos recursos de acessibilidade da Apple

Tudo o que você precisa saber sobre os novos recursos de acessibilidade da Apple
O que você vai descobrir a seguir:
  • • Os recursos de acessibilidade que chegam aos produtos da Apple ainda em 2025.
  • • Como essas novidades ampliam a usabilidade para pessoas com diferentes tipos de deficiência.
  • • As experiências acessíveis fora dos dispositivos que também estão sendo desenvolvidas.

Durante muito tempo, acessibilidade era tratada como um detalhe. Um ajuste de menu, uma legenda escondida. Mas aos poucos (e felizmente) essa lógica começou a mudar. Hoje, falar em tecnologia sem considerar inclusão significa discutir inovação ignorando quem vai usá-la.

Em 2025, a Apple parece ter entendido isso como poucas empresas. A nova leva de recursos anunciada recentemente mostra que a acessibilidade passou a ocupar um lugar central nas decisões de design e inovação da Apple, assumindo o papel de protagonista em produtos como o iPhone, o Mac e o Vision Pro. De uma lupa redesenhada a um leitor braille integrado, passando por legendas em tempo real e reconhecimento de ambiente com inteligência artificial, o que está em jogo aqui é mais do que acessibilidade: é autonomia.

Hoje, você vai conhecer as principais novidades desse anúncio: o que são os novos rótulos de acessibilidade na App Store, como a lupa do Mac pode mudar o dia a dia de quem tem baixa visão, e por que o Braille Access pode se tornar uma virada de chave na forma como pessoas com deficiência visual se relacionam com a tecnologia. Spoiler: tudo isso funciona de forma integrada – e é aí que mora a genialidade.

Vale lembrar: embora os recursos já tenham sido anunciados, muitos deles serão disponibilizados ao longo de 2025.

Lupa de acessibilidade chega ao Mac


O nome pode soar simples, mas o impacto da nova Lupa para Mac vai muito além de um zoom digital. Pensada especialmente para pessoas com baixa visão, a ferramenta conecta a câmera do iPhone ou dispositivos USB ao computador, permitindo ampliar, registrar e até personalizar visualmente qualquer conteúdo físico: desde um texto impresso até uma apresentação em uma lousa.

Tudo isso com controle total: brilho, contraste, filtros de cor, perspectiva. Mais do que facilitar a leitura, o recurso cria um novo jeito de interagir com o ambiente – seja numa sala de aula, numa reunião ou na rotina de estudos. E como se não bastasse, a Lupa conversa diretamente com outro lançamento: o Accessibility Reader, que transforma o conteúdo capturado em texto digital, legível e personalizável.

É como dar superpoderes ao olhar de quem já precisa de ferramentas para enxergar o mundo com mais clareza.

Magnifier on Mac | AppleMagnifier on Mac | Apple

Rótulos de acessibilidade na App Store

Quando você vai baixar um app, normalmente observa a nota, os comentários, talvez o tamanho ou as permissões solicitadas. Mas e se você pudesse saber, antes mesmo do download, se aquele app funciona bem com leitores de tela? Ou se tem contraste ajustável, suporte a comandos de voz ou legendas? Essa é a proposta dos Accessibility Nutrition Labels.

A Apple está adicionando um novo espaço nas páginas dos apps para destacar, de forma clara e visual, quais recursos de acessibilidade estão presentes. A ideia é dar mais autonomia ao usuário e mais responsabilidade para quem desenvolve. Para o público com deficiência, isso representa algo crucial: previsibilidade. Com os Accessibility Nutrition Labels, o usuário evita surpresas desagradáveis ao testar um app que, no fim, não é compatível com suas necessidades de acessibilidade.

Com isso, a Apple também eleva o padrão da indústria. Afinal, quando uma empresa do tamanho dela começa a cobrar acessibilidade de forma explícita, todo o ecossistema é incentivado a seguir o exemplo.

Accessibility Reader: leitura personalizável

Nem todo mundo lê da mesma forma. Algumas pessoas têm dislexia, que afeta a decodificação de palavras; outras têm baixa visão, que dificulta a leitura de textos pequenos ou mal contrastados; e há ainda quem enfrente desafios cognitivos que afetam a concentração ou o processamento do conteúdo. Pensando nisso, o Accessibility Reader oferece um modo de leitura totalmente adaptável, com opções de personalização de fonte, espaçamento, cores e suporte para leitura em voz alta.

Disponível no iPhone, iPad, Mac e Vision Pro, o recurso também se conecta ao app Lupa, o que significa que você pode escanear um texto físico (um cardápio, um livro, uma placa) e lê-lo com todas as configurações que preferir. É uma ponte entre o físico e o digital, construída com empatia.

Braille Access

Se o texto é parte essencial da vida moderna, por que pessoas que usam braille deveriam ficar limitadas a dispositivos específicos ou software de difícil acesso? Pensando nisso, a Apple criou o Braille Access, um sistema integrado que transforma iPhone, iPad, Mac e Vision Pro em verdadeiros cadernos digitais braille.

Com ele, é possível abrir apps, fazer anotações e até resolver expressões matemáticas usando o código Nemeth, um sistema braille especializado que permite representar símbolos de matemática e ciências, muito usado por estudantes e profissionais dessas áreas.

Além disso, o Braille Access também oferece suporte a arquivos BRF (Braille Ready Format), um tipo de arquivo digital amplamente utilizado por leitores e anotadores braille. Isso significa que livros, documentos e materiais de estudo já existentes nesse formato podem ser acessados diretamente no ecossistema Apple, sem a necessidade de conversões ou softwares adicionais.

É um daqueles recursos que não só facilitam tarefas, mas também mudam o lugar do usuário no mundo. O que antes exigia um equipamento específico e, muitas vezes, caro, agora se torna parte do cotidiano, sem barreiras.

Atualizações para Watch, Vision Pro e outros dispositivos

Além dos grandes destaques, a Apple trouxe atualizações pontuais que, juntas, fazem diferença. O Apple Watch agora mostra Legendas ao Vivo durante o uso do recurso Ouvir ao Vivo, transformando o iPhone em um microfone remoto. O Vision Pro recebeu melhorias no zoom e um sistema de reconhecimento ambiental com inteligência artificial. Já o recurso Voz Pessoal, voltado para pessoas em risco de perder a fala, está mais rápido, acessível e natural: com apenas 10 frases gravadas, o sistema usa inteligência artificial para criar uma voz personalizada no aparelho em menos de um minuto.

Outros exemplos incluem: controle por movimento dos olhos e da cabeça, respostas táteis na música, reconhecimento de som com nomes próprios e até compatibilidade com interfaces cérebro-computador. Também há novidades no app Atalhos: o novo Hold That Thought sugere que o usuário registre informações rapidamente em uma nota para evitar perder o raciocínio em momentos de distração, enquanto o Accessibility Assistant, disponível no Apple Vision Pro, recomenda recursos personalizados com base nas preferências do usuário.

Iniciativas de acessibilidade nas plataformas da Apple

Durante o mês de maio, as Apple Stores ganham espaços dedicados aos recursos de inclusão, permitindo que visitantes explorem funcionalidades acessíveis de forma prática. No Apple Music, playlists hápticas mostram como a música pode ser sentida por meio de vibrações, graças ao recurso de Resposta Tátil da Música – uma experiência sensorial pensada especialmente para pessoas com deficiência auditiva.

No Apple Fitness+, a dançarina Chelsie Hill participa de uma aula especial de dança com Ben Allen. Chelsie é fundadora do Rollettes, grupo de mulheres cadeirantes que promove inclusão e representatividade por meio da dança. A presença dela reforça o compromisso da Apple com a diversidade também na atividade física. Já no Apple Books, Podcasts e News, o foco são histórias e experiências de pessoas com deficiência.

O Presidente Surdo”: documentário do Apple TV+

No Apple TV+, o destaque é o documentário “O Presidente Surdo”, já disponível na plataforma desde 16 de maio. A produção conta a história real do maior movimento pelos direitos civis da comunidade surda, que aconteceu em 1988, nos Estados Unidos. Ao longo de oito dias, quatro estudantes da única universidade para pessoas com surdez do mundo lideram uma mobilização histórica por representatividade e mudança.

Esse conjunto de iniciativas não aponta apenas para um avanço técnico, mas para uma mudança de postura. Porque, quando a tecnologia convida em vez de excluir, ela cumpre seu papel mais nobre: fazer com que todo mundo se sinta parte do futuro.

No fim das contas, a Apple quer que a acessibilidade deixe de ser “funcionalidade” para virar experiência. Um ponto de partida, não um recurso extra.

O Presidente Surdo — Trailer oficial | Apple TV+O Presidente Surdo — Trailer oficial | Apple TV+
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