TrashBoom: barreira flutuante impede que toneladas de plástico cheguem aos oceanos

TrashBoom: barreira flutuante impede que toneladas de plástico cheguem aos oceanos

Criada por uma empresa alemã chamada Plastic Fischer, o TrashBoom é uma barreira flutuante desenvolvida com o objetivo de impedir que toneladas de resíduos plásticos entrem nos oceanos.

A empresa nasceu em 2019, após uma viagem dos três estudante alemães ao Vietnã. Durante sua acomodação em um apartamento em Cà Mau, Georg, Moritz e Karsten perceberam que a vista do rio de sua varanda era, na verdade, um fluxo de plástico, isopor e outros resíduos que flutuavam na superfície da água e se dirigiam ao oceano. Essa “paisagem” despertou no trio a necessidade de agir para encontrar uma solução para esse problema. Essa viagem os conscientizou sobre a crise global do plástico que ameaça o mundo: 8 a 12 milhões toneladas de resíduos plásticos acabam nos oceanos anualmente.

“Percebemos que cada peça que vimos acabaria para sempre no mar, se transformaria em microplástico e ameaçaria a biodiversidade e a vida marinha.”

Após a viagem, Georg teve a ideia de construir um dispositivo que coletasse automaticamente o plástico do rio e o levasse para a margem. Em janeiro de 2019, o trio conseguiu construir o dispositivo, funcionou perfeitamente durante os testes. E, em abril de 2019, Georg, Moritz e Karsten, fundaram a Plastic Fischer.

Em junho do mesmo ano, o time de fundadores de Plastic Fischer se mudou para a Indonésia; mas, quando testaram sua ideia em um ambiente real, infelizmente, os dispositivo não funcionou, devido à baixa velocidade do fluxo dos rios durante a estação seca. Mas eles não desistiram, ao invés disso, se dirigiram a Bandung, onde fica o rio Citarum, um dos rios mais poluídos do mundo. O trio uniu forças com o exército nacional encarregado de limpar o rio.

Então, surgiu a ideia que resultou no TrashBoom: uma cerca flutuante feita de materiais disponíveis localmente que impedem que o plástico vá para o oceano. Os resíduos plásticos são recolhidos manualmente dos sistemas diariamente e transportados para instalações de triagem. Todos os recicláveis são reintroduzidos na cadeia de abastecimento. No entanto, a maioria do material coletado não é reciclável e, portanto, é encaminhada para processamento térmico em incineradores certificados.

A importância desta solução ser feita de materiais disponíveis localmente e usar tecnologia simples a um baixo custo que até os países em desenvolvimento podem pagar, é que isso tudo evita importações de alta tecnologia — o que economiza tempo, carbono e dinheiro, garantindo, também, um reparo rápido e uma alta escalabilidade. Acopladas com malha de aço que chega a 50 centímetros de profundidade, cada unidade pode ser conectada a outras para formar uma corrente que pode se adaptar facilmente a diferentes tamanhos de rios.

Em janeiro de 2022, a Plastic Fischer começou a operar oficialmente na cidade de Trivandrum, na Índia. Nos próximos três anos, a empresa pretende coletar mais de 550 toneladas de plástico fluvial e impedir que ele entre nos oceanos. Além disso, as operações já criaram mais de 50 empregos locais para facilitar a limpeza de mais dos sistemas TrashBoom em bueiros e rios da cidade.

Atualmente, a empresa trabalha na Índia (Bangalore/Varanasi), Indonésia (Bandung), e tem um planos de iniciar operações no Vietnã. O objetivo da Plastic Fischer a curto prazo é expandir massivamente para outras cidades na Índia e na Indonésia, pois nos dois países há muitos rios poluídos para enfrentar. Por fim, a empresa quer crescer mais rápido e se espalhar por todo o mundo, por isso, sua tecnologia de código aberto está disponível gratuitamente em seu site.

Para saber mais, assista ao vídeo a seguir.

Plastic Fischer - What we doPlastic Fischer – What we do
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