Educação natural: conheça a tendência que transforma escolas em parques

Educação natural: conheça a tendência que transforma escolas em parques

Com o avanço da conscientização ambiental, abordagens educacionais que privilegiam o contato com a natureza têm ganhado espaço, sobretudo nos primeiros anos de ensino. Nas propostas do gênero, além de haver um forte estímulo às atividades ao ar livre, toda e qualquer oportunidade de conhecer mais sobre o meio ambiente é aproveitada, seja na escola ou diretamente na floresta.

Chamada de educação natural, essa tendência pouco tem a ver como conceito homônimo desenvolvido por Jean Jacques Rousseau – e busca, acima de tudo, reconectar o ser humano à natureza. Para tanto, parques se transformam em escolas e vice-versa, e o ensino passa a contar com muito mais recursos para desenvolver as capacidades cognitivas, sociais e até emocionais dos alunos.

Muito embora esteja crescendo nos últimos anos, a prática de associar o aprendizado ao contato com a natureza não é nova: além do movimento escoteiro, que aplica esse conceito desde o início do século XX, a educação característica das regiões rurais, bem como a dos povos originários, há tempos colhem os benefícios de ensinar suas crianças a partir do meio ambiente.

Considerando isso, a novidade trazida pela educação natural se dá no contexto urbano, onde, em alguns países, a arquitetura das escolas vem se adaptando progressivamente para as novas – ou antigas – formas de ensinar.

Localizada no Brooklyn, em Nova York, a Wonderforest é uma dessas novas escolas com foco na educação natural. Em razão disso, além de um programa de ensino com base na ecologia, os alunos – crianças de dois a quatro anos – dispõem de diversos espaços biofílicos, onde podem brincar e aprender com segurança.

Ao longo do prédio, um caminho sinuoso, inspirado em um rio, conecta os três ambientes – a Floresta, a Estufa e a Zona Úmida. Conforme os nomes indicam, cada um deles busca simular um tipo de contato com a natureza, razão pela qual a decoração, as cores, as texturas, e até mesmo a água e o solo utilizados, são cuidadosamente planejados.

No ambiente da floresta, o primeiro no percurso do rio, materiais táteis e de origem sustentável dominam a decoração. Logo ao lado, uma área foi inteiramente revestida com grama artificial e simula uma pequena encosta, permitindo brincadeiras e atividades que exploram as leis da física.

Já na Estufa, um corredor repleto de plantas dá acesso às salas de aula, ao passo em que enormes paredes de vidro garantem o máximo de iluminação natural. Neste ambiente, as crianças aprendem a cuidar de diferentes espécies vegetais, além de conhecerem suas propriedades medicinais, estéticas ou ecológicas.

Finalmente, o último espaço é o mais interativo de todos – na zona úmida, os alunos têm acesso a uma cozinha em miniatura, a qual podem usar para entender conceitos como flutuabilidade e dinâmica (o estudo dos movimentos). Adicionalmente, graças à enorme mesa aquática presente no local, também é possível fazer bagunça e se sujar, o que é essencial.

A proposta desenvolvida na Wonderforest é especialmente inovadora. Isso porque, muito embora as crianças sequer tenham idade para explorar o mundo externo, a educação natural não deixa de ser aplicada.

Inclusive, a fim de garanti-las mais autonomia e incentivar a curiosidade, a própria disposição das salas de aula, em relação aos espaços interativos, permite supervisionar as crianças com o mínimo de intervenção. Dessa forma, além da brincadeira ser livre, os pequenos são estimulados a descobrir a natureza das coisas por si só, sem nunca deixar a segurança de lado.

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