3 passos para identificar e investir em empresas de impacto socioambiental real

3 passos para identificar e investir em empresas de impacto socioambiental real

Todos os dias, lemos e assistimos a notícias difíceis — desde temas como as mudanças climáticas e as guerras ao redor do mundo. Encontrar um ponto de luz positivo em meio ao caos é um desafio que, muitas vezes, parece impossível; mas, apesar disso, é importante lembrar que existem pessoas ao redor do mundo dedicando suas vidas e suas carreiras e gerar um impacto positivo na vida das pessoas e no planeta.

Por isso, pessoas investidores que desejam apoiar esses negócios de impacto — que trabalham com políticas sociais e ambientais sólidas e adotam inovações e disrupções positivas — só precisam saber onde procurar, porque esses negócios existem.

Recentemente, Howard W. Buffett — professor da Universidade de Columbia, autor de best-sellers e membro de vários conselhos corporativos onde se concentra em estratégias de ESG e sustentabilidade — listou três pontos de partida para ajudar investidores a identificar empresas de impacto socioambiental real, que vão além da responsabilidade social corporativa tradicional.

1. Busque empresas que não apenas falem sobre impacto, mas que também ajam com esse objetivo

O número de empresas que apresentam relatórios de responsabilidade social corporativa nunca foi tão alto. De fato, as empresas sabem que esse é um assunto importante, mas será que elas realmente agem dessa forma em suas camadas mais profundas? Segundo um artigo escrito por Kenneth P. Pucker na Harvard Business Review, esse aumento nos relatórios não se correlacionou a uma redução semelhante no impacto ambiental por corporações. Com isso, podemos concluir brevemente que só gerar relatórios claramente não é a solução.

Embora seja útil e importante que as empresas tenham pelo menos uma consciência básica de suas pegadas de carbono, essas informações são apenas dados se as empresas não aprenderem com elas. As empresas de impacto que realmente dão um passo além e integram os geradores de valor de sustentabilidade em seus principais modelos de negócios são as que devem ser observadas.

Para isso, Howard W. Buffett usa como exemplo a Case and New Holland, empresa líder setor de fabricação de equipamentos agrícolas e de construção. A Case and New Holland desenvolveu uma estratégia global de sustentabilidade e está atingindo metas abrangentes em relação ao uso de energia, resíduos e ciclos de vida de produtos circulares. Com isso, não é surpresa que a empresa esteja no topo dos Índices de Sustentabilidade Dow Jones por 11 anos consecutivos: a Case and New Holland não apenas está reduzindo o risco de suas próprias operações, mas também de todo o sistema do qual ela depende.

Empresas como essas estão usando o imenso desafio climático global para gerar inovação e mudanças positivas, garantindo maior crescimento em todos os quesitos.

2. Encontre empresas que olhem além das emissões de escopo 1 e 2

Segundo Howard, a maioria das empresas que relatam suas pegadas de sustentabilidade analisam apenas suas próprias emissões diretas e suas emissões indiretas. E isso é compreensível – quantificar o impacto ambiental de uma empresa com relação a emissões que ela não controla é algo realmente complexo. Mas também é preocupante, já que mais de 90% das emissões de uma empresa podem ficar fora dos escopos 1 e 2.

No entanto, como um número crescente de exemplos prova, as empresas que estão realmente determinadas a entender sua pegada de sustentabilidade não permitem que esse desafio as impeçam. Em sua análise, Howard cita a Inari, uma startup de genética de plantas em estágio avançado com sede em Cambridge, Massachusetts. A Inari está aproveitando a Modelagem de Sistemas Dinâmicos do MIT para quantificar os efeitos diretos e posteriores esperados de seus produtos. O time usa modelos complexos para projetar a pegada social e ambiental de suas ações e também calcula proativamente os melhores produtos e programas para reduzir quantidades específicas de emissões específicas.

Considerando que nosso planeta está em um ponto de inflexão com as mudanças climáticas, onde o tempo está se esgotando para tomar decisões abaixo do ideal, esse nível de análise é inestimável.

3. Não se apoie apenas em medidas de ESG tradicionais

As medidas de ESG são extremamente necessárias e têm um propósito importante. Mas elas sozinhas não o único ponto a ser levado em consideração. A maioria dos sistemas de classificação está tentando avaliar os riscos econômicos para a empresa com base em fatores ESG; mas não medem os impactos E e S que uma empresa está gerando no mundo externo.

“Para investidores em potencial que desejam testar um sistema, basta olhar para as classificações MSCI de empresas como Exxon ou Philip Morris,” diz Howard. “Quando uma empresa de petróleo e gás – cujo modelo de negócios principal é baseado em atividades que prejudicam um futuro saudável – têm tudo menos uma pontuação negativa, você sabe que a classificação ESG não mede o impacto.”

Howard aconselha que, em vez de se preocupar se uma classificação é enganosa, os investidores devem fazer sua própria pesquisa. Procure relatórios anuais e os leia. Avalie as intenções das empresas entendendo seus objetivos, estratégias e ações no mundo real. Ao consumir o suficiente dessas informações, ficará claro rapidamente quais esforços de sustentabilidade das empresas terminam com um relatório sofisticado e quais vão muito mais além.

A boa notícia é que deve se tornar cada vez mais fácil encontrar as empresas de impacto que estão trabalhando ativamente para apoiar um futuro saudável para o nosso planeta.

“É claro que o tempo é curto – a cada dia, os desafios climáticos se tornam mais pronunciados. Mas meu otimismo cresce à medida que mais dados e recursos se tornam disponíveis para pessoas que investem em um futuro melhor para o nosso planeta,” conclui Howard Buffett.

Para complementar essa publicação, recomendamos a palestra de Dawn Lippert, fundadora e CEO da Elemental Excelerator, investidora global em tecnologia climática e diretora de inovação e comunidade da Emerson Collective.

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