4 maneiras de praticar o ócio criativo – e melhorar a satisfação pessoal

Há momentos em que tudo o que a gente precisa fazer é dar uma pausa na rotina. Seja para oxigenar a mente ou simplesmente descansar, o chamado “ócio criativo” é uma forma eficiente de aliviar as tensões profissionais, recuperar a capacidade criativa e, por mais incrível que pareça, aumentar a satisfação com o próprio trabalho.

No entanto, por mais que todo mundo reconheça a necessidade de “dar uma parada” de vez em quando, boa parte das pessoas não sabe como fazer isso na prática. Em muitos casos, a simples ideia de tirar um tempo livre passa a ser acompanhada de um sentimento de culpa – uma sensação de que, ao dedicar um momento de puro descanso a nós mesmos, acabaremos sendo profissionais, ou mesmo pessoas, abaixo da média.

A verdade, no entanto, é que a ociosidade faz parte da nossa natureza. Em poucos milhares de anos, deixamos de ser caçadores-coletores, com atividades intermitentes e espontâneas, e nos tornamos trabalhadores em período integral. O cérebro, no entanto, não passou por mudanças tão grandes de lá pra cá.

Uma vez saturada, nossa mente pode responder com apatia e ansiedade, fazendo com que o desempenho das funções cognitivas seja medíocre. No mundo moderno, porém, nada costuma ser mais cansativo do que a infinidade de estímulos que recebemos constantemente – inclusive enquanto nos supostos momentos de descanso.

Talvez por isso, a maioria das recomendações para alimentar o ócio criativo consiste em praticar a introspecção: dedicar-se ao aqui e ao agora, com especial atenção às atividades puramente relaxantes. Em resumo, não é porque paramos o trabalho para checar o Instagram que isso serve de repouso para o cérebro.

Do escapismo ao mindfulness, a busca por técnicas ou hábitos que nos afastam da realidade caótica é mais antiga do que se pensa – mas e você, já encontrou a sua forma de fazer isso? Na lista a seguir, conheça 4 maneiras de exercitar o ócio criativo e colher seus benefícios:

Shinrin yoku

Para os japoneses, não há nada melhor do que um banho de floresta para aliviar as tensões do dia a dia. A prática, batizada por lá como “shinrin yoku”, chega a ser prescrita por médicos, sendo associada a melhorias na memória, criatividade e concentração. Além disso, uma vez praticado com companhias, o “shinrin yoku” também pode estreitar laços afetivos.

Tal como o nome indica, praticar o banho de floresta é simples: basta ir à área verde mais próxima – pode ser um parque, não necessariamente uma floresta – e se concentrar em contemplar o local.

E caso você queira realizar alguma atividade enquanto faz isso, também não há problema algum. Sinta-se livre para caminhar, correr, acampar, fazer piqueniques ou até mesmo jardinagem. O importante é estar envolto na atmosfera verde.

Fika

A palavra sueca “Fika” pode ser traduzida como “uma pausa para um café e um bolo”, mas a prática vai muito além disso. Não importa se você prefere suco de laranja ou um pão com manteiga na chapa, a verdadeira mensagem aqui é sobre estar presente, curtir o momento e ir mais devagar.

Adicionalmente, o “fika” também ressalta a importância de valorizar as refeições. Quantas vezes, por exemplo, você já não tomou café enquanto fazia outras coisas, dividiu a pausa para um lanche com uma olhadinha no celular ou pior: almoçou de frente para o computador?

Pois é, para os suecos, dedicar-se inteiramente a esses momentos é tão benéfico que alguns contratos de trabalho preveem um tempo para o “fika”. E apesar das vantagens, a prática é tão simples quanto se sentar e apreciar um café.

Você pode praticar o “fika” em qualquer lugar, a qualquer momento, sozinho ou acompanhado.

Dolce far niente – a doçura de não fazer absolutamente nada

Você já considerou a possibilidade de não fazer absolutamente nada? Pois bem, a expressão “italiana dolce far niente” exprime exatamente esse prazer da despreocupação em fazer alguma coisa. Afinal, por mais relaxantes que sejam as práticas citadas anteriormente, às vezes, tudo o que precisamos é dar uma pausa, no sentido mais literal da palavra.

Apesar de parecer a mais simples das práticas abordadas aqui, não fazer nada pode ser bastante desafiador. Isso porque, além dos inúmeros estímulos que precisamos ignorar, a ideia pode trazer novamente a sensação de culpa. Uma vez com essa culpa superada, porém, é fácil praticar o ócio criativo – e passar a viver mais fazendo menos.

Sem confundir o “dolce far niente” com um cochilo, procure se deitar ou se sentar em algum lugar confortável, desligue o celular e concentre-se no que for mais despretensioso ao seu redor: o céu e as nuvens, o transitar das pessoas ou dos carros, o balançar de algum objeto ao vento… simplesmente, deixe-se ser levado.

Música

Assim como todas as artes, a música tem o poder de transformar completamente o nosso estado emocional. Por esse motivo, após um dia extenuante, é possível que aquele tão necessário descanso esteja a apenas uma melodia de distância. Além disso, atualmente, há diversos serviços que, além de músicas, oferecem diferentes sons para relaxar – desde ruído branco ao canto de pássaros na floresta.

E se você não quiser baixar um app só para isso, basta buscar por “lo-fi” ou “soundscape” em plataformas como o YouTube ou Spotify. Além de gratuitos, ambos oferecem uma enorme variedade de atmosferas musicais – é só dar play e se concentrar.

Nesse contexto, a “Lo-fi Girl” é um ótimo exemplo. Ela é uma personagem de animação que se tornou o ícone da popular transmissão ao vivo de música lo-fi hip hop no YouTube. Durante anos, essa transmissão tem proporcionado a muitas pessoas um fundo musical relaxante e constante para estudar, trabalhar ou simplesmente relaxar.

lofi hip hop radio 📚 – beats to relax/study to

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Créditos: Imagem Destaque – DimaBerlin/Shutterstock