Mitos sobre Transtorno Bipolar que precisam ser quebrados

Mitos sobre Transtorno Bipolar que precisam ser quebrados

Quando as pessoas ouvem “transtorno bipolar”, elas podem imaginar alguém em êxtase em um momento e deprimido em outro. Como a saúde mental é tão estigmatizada e muitas vezes mal entendida, muitas pessoas tendem a acreditar em muitos equívocos, e há uma série de mitos acerca do transtorno bipolar que precisam ser quebrados. Como muitas pessoas não têm tempo para realmente conversar com alguém com transtorno bipolar ou serem esclarecidas por um profissional especialista em saúde mental, continuamos a pegar essas informações a partir do senso comum, o que nem sempre é algo preciso ou até mesmo real.

“As doenças mentais são muitas vezes mal compreendidas e caracterizadas incorretamente, principalmente quando se trata de algo relacionado ao transtorno bipolar,” diz Madeline William, PsyD., Psicóloga que trata de pacientes pelo aplicativo LiveHealth Online. “Da mesma forma que o TDAH e o TOC são normalmente normalizados ou mal interpretados, é provável que você tenha ouvido alguém dizer: ‘Estou me sentindo tão bipolar hoje’. No entanto, o transtorno bipolar não é uma ação ou sentimento único, é um transtorno crônico caracterizado por um de dois padrões específicos de disfunção emocional, comportamental, fisiológica e interpessoal.”

Para compreender melhor as questões relacionadas à saúde mental é preciso colocar de lado todos os seus preconceitos e separar os fatos da ficção. Aqui estão sete mitos sobre o transtorno bipolar, que precisam ser quebrados, e a realidade real por trás deles:

“Transtorno bipolar se trata apenas de mudanças de humor”

É errado afirmar que ter transtorno bipolar significa estar chateado em um momento de feliz em outro. Para se chegar ao diagnóstico de Transtorno Bipolar Tipo I ou II, o paciente deve ter distintos Episódios Depressivos Maiores e Episódios Maníacos / Hipomaníacos.

Episódio Depressivo Maior é o que chamamos de depressão, e suas características principais são o humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de mudanças somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade da pessoa de funcionar. O Episódio Maníaco é caracterizado por uma excitação eufórica do humor, por uma intensa agitação motora, irritabilidade, distraibilidade e por uma reduzida necessidade de sono. Por fim, o Episódio Hipomaníaco é uma alteração de humor semelhante à mania, porém com menor intensidade.

No entanto, cada um desses episódios deve durar muitos dias ou até várias semanas para que eles estejam em consonância com este diagnóstico. É muito incomum e atípico para uma pessoa experimentar ambos os episódios na mesma semana, muito menos no mesmo dia.

“Ao experienciar um episódio maníaco, os indivíduos com transtorno bipolar ficam eufóricos”

Episódios maníacos também podem não ser o que você pensa. Realmente, é possível sentir uma elevação de humor durante um episódio maníaco ou hipomaníaco, que pode até parecer agradável. No entanto, um episódio maníaco também pode envolver irritabilidade, ego super inflado, extroversão excessiva e comportamentos exagerados. E nada disso se trata de emoções ou comportamentos necessariamente agradáveis ou desejados.

“Se alguém com transtorno bipolar está expressando uma emoção, isso está acontecendo apenas devido ao seu transtorno”

Nem toda emoção que uma pessoa com transtorno bipolar sente é irracional ou injustificada. Da mesma forma que uma pessoa diabética pode ter uma dor de ouvido que não tem nada a ver com o seu distúrbio, uma pessoa com transtorno bipolar nem sempre sente algo apenas causado por seu transtorno. Todas as pessoas têm seus bons e maus momentos ou dias. Se uma pessoa em sua vida tem transtorno bipolar e ela parece abatida, irritada ou chateada, comece fazendo perguntas e demonstrando preocupação, em vez de assumir o que pode estar causando sua irritação.

“Você precisa ter mania para ser bipolar”

Segundo o psiquiatra Dr. Alex Dimitriu, nem todas as pessoas com transtorno bipolar passaram ou vão passar por um episódio maníaco. Algumas pessoas podem simplesmente experimentar ciclos de mau humor ou humor estável. Enquanto outras podem ter períodos de maior irritabilidade e produtividade.

“Os altos e baixos são iguais”

Infelizmente, é comum que pessoas bipolares passem mais tempo em estado depressivo do que em euforia. O transtorno bipolar tende a não ser uma doença justa, e enquanto os altos podem ser bons, os baixos podem ser terríveis, e muitas vezes podem acontecer muito mais e com mais frequência.

“Não existe tratamento para o transtorno bipolar”

O transtorno bipolar pode ser tratado, sim. Uma combinação de psicoterapia e medicação tem sido altamente eficaz no tratamento dos sintomas do transtorno bipolar. A medicação pode incluir estabilizadores de humor, antidepressivos e / ou antipsicóticos,e eles geralmente não são descontinuados ou rapidamente alterados em dosagem ou freqüência. A psicoterapia pode permitir tempo para processar episódios emocionais e elaborar estratégias eficazes para ajudar a controlar os sintomas do transtorno.

“O transtorno bipolar é tratado apenas com medicação”

Embora os medicamentos sejam essenciais durante as fases mais graves de um episódio, a terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a regular o humor durante outras fases da doença. A terapia familiar é bastante útil para fornecer apoio aos pais, filhos e irmãos, e para dar mais estabilidade à família. A terapia de grupo pode realmente ajudar, através do monitoramento e apoio dos colegas, a motivar as pessoas a seguirem com seus medicamentos.

Como muitas questões que rondam a saúde mental, o transtorno bipolar tende a ser mal interpretado, mas quebrar esses mitos pode nos ajudar a entender melhor esse transtorno. Se você ou alguém que você conhece pode estar sofrendo de transtorno bipolar, falar com um profissional pode ser o primeiro passo para quebrar o estigma e encontrar ajuda.

Para ter uma visão mais aprofundada sobre o assunto, confira a série de vídeo abaixo, produzidos pela YouTuber Julia Jolie, diagnosticada com transtorno bipolar em 2017:

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