X Congresso GIFE: O público, o privado e o comum no investimento social privado

X Congresso GIFE: O público, o privado e o comum no investimento social privado

O terceiro e último dia do X Congresso GIFE abriu com o painel “Público, privado e comum: Chamados para novos campos de ação”. Mediado pela jornalista Flávia Oliveira, a discussão entre a linha tênue entre o público e o privado começou com a fala de Ana Lucia Villela, fundadora e copresidente do Alana, uma organização de impacto social que promove o direito e o desenvolvimento integral da criança. A pedagoga e mestre em psicologia da educação pela PUC – SP também é uma das acionistas e vice-presidente do Conselho da Itausa, fazendo parte da Diretoria do Itaú Cultural, Conselho do Itaú Social, além de ser membro dos comitês de Sustentabilidade da Duratex e de Diversidade do Itaú.

Ana abriu as falas afirmando que investimento social privado (ISP) precisa ser entendido como um misto de inovação e risco. Ela também afirmou que é nosso papel ajudar o Estado (e não só ficar esperando que as soluções venham até nós) e que todos têm interesse em ter um país melhor. Por fim, Ana chamou atenção para a diversidade em conselhos executivos que, segundo ela, atualmente possui apenas 11% de mulheres e 5% de negros.

Pegando o gancho das afirmações, Sérgio Rial foi o segundo a falar no painel. Rial, que ocupa, desde janeiro de 2016, a posição de Presidente Executivo do Santander Brasil, após um ano à frente do Conselho de Administraçãoes, reafirmou que precisamos parar com a contínua espera de que alguém virá nos salvar e que o protagonismo pessoal precisa aumentar. Particularmente concordo com as falas da Ana Lucia e do Sérgio Rial, o brasileiro precisa deixar a espera do salvador (não religiosamente falando, mas do salvador social) e assumir o protagonismo da sociedade, composta por… veja só… NÓS!

Rial ainda completou que a tolerância tem sido reduzida a zero, principalmente com as redes sociais e a possibilidade de vivermos em nossas bolhas sociais, onde todos compartilham das mesmas opiniões e o diferente é excretado para uma marginalização da opinião contrária. Rial afirmou que é “no diferente que acontecem as verdadeiras mudanças”, uma provocação à todos que querem impor sua verdade, acima de dados científicos, por exemplo.

As provocações não terminaram por aí. Dario Guarita Neto, presidente do conselho da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, reforçou o quorum das críticas à falta de protagonismo individual e questionou “como você se comporta em relação a sua empresa? O que você coloca dentro da sua casa? Como reage aos pequenos delitos?”.

As perguntas de Dario reverberaram na fala de Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil, que afirmou que “empresas precisam de propósitos para ter longevidade.” Paula também afirmou que a missão da empresa não pode ser algo ignorado, ela precisa estar alinhada ao plano de negócios e, só assim, seus funcionários e clientes vão acreditar nela.

Encerrando as falas do painel, Atila Roque, diretor da Fundação Ford no Brasil, retornou a questão da diversidade relembrando uma fala do empresário Celso Athayde no painel de ontem (05) que, quando questionado como as empresas podem falar o “favelês”, respondeu de forma simples e direta “contrate negros e favelados para a sua empresa também.”

Terminado o painel, Neca Setubal e José Marcelo Zacchi subiram ao palco para fazer um balanço dos números do X Congresso GIFE e encerrar mais uma edição (confira o vídeo completo abaixo).

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