Super NINA: App combate a violência de gênero no transporte público

Super NINA: App combate a violência de gênero no transporte público

O que você vai descobrir a seguir:

  • • Como a Super NINA facilita denúncias de importunação sexual diretamente em apps populares.
  • • De que forma os dados coletados ajudam a mapear áreas de risco e orientar políticas públicas.
  • • A expansão da plataforma e seu impacto em eventos massivos e contextos urbanos diversos.

No episódio #137 do podcast do InovaSocial, Simony César, fundadora da Super NINA e vencedora do Prêmio Empreendedor Social 2024 na categoria “Soluções que Inspiram”, compartilhou como sua trajetória pessoal e profissional a levou a criar uma tecnologia capaz de combater a violência de gênero no transporte público. Hoje, vamos mergulhar nos principais tópicos discutidos, explorando como inovação social, dados e mobilidade urbana podem se unir para transformar a experiência de milhões de mulheres.

A violência de gênero no transporte público é um problema sistêmico, mas muitas vezes invisível. De acordo com o Instituto Patrícia Galvão e o Instituto Locomotiva, 97% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência durante seus deslocamentos urbanos. No entanto, por anos, não existiam canais padronizados para denunciar essas situações, tampouco políticas públicas eficazes para combatê-las.

Foi a partir dessa lacuna que nasceu a Super NINA. Integrada diretamente a aplicativos amplamente utilizados pela população, como o WhatsApp e apps de transporte público, a NINA oferece um canal de denúncia rápido e acessível para casos de importunação sexual e outras formas de violência de gênero. O grande diferencial da plataforma é a sua simplicidade: sem a necessidade de baixar um novo app, o usuário consegue fazer denúncias em tempo real, acionando autoridades locais quando necessário.

Além de facilitar denúncias, a Super NINA transforma dados em ações. A plataforma coleta informações sobre os casos reportados, gerando mapas de calor que indicam os pontos mais perigosos da cidade, horários críticos e padrões de comportamento. Esses dados são fundamentais para que as prefeituras desenvolvam políticas públicas eficazes, como melhorar a iluminação em áreas de risco, otimizar o patrulhamento em determinados horários e redesenhar rotas de transporte para oferecer mais segurança.

Fortaleza foi a primeira cidade a adotar a Super NINA, com resultados expressivos. Em uma área que cobre quase 700 mil pessoas por dia, a plataforma ajudou a mapear zonas críticas e influenciou melhorias em políticas públicas locais. No fim de 2024, a NINA expandiu suas operações para Salvador, sendo testada durante o Festival da Virada – um dos maiores eventos do Brasil, que atrai milhões de pessoas. O piloto incluiu o treinamento de agentes de segurança e saúde, além de ambulantes credenciados, ampliando a rede de proteção durante os cinco dias de festa.

Simony destaca que o impacto da Super NINA vai além do transporte público. A plataforma também está sendo adaptada para monitorar áreas com grande circulação de pessoas, como terminais, festivais e eventos culturais. A ideia é criar um ecossistema de segurança que abarque diferentes contextos urbanos, ampliando a proteção para mulheres e outros grupos vulneráveis.

Empreender em um setor tão desafiador não foi fácil. Simony enfrentou obstáculos financeiros, especialmente durante a pandemia, quando tanto a mobilidade urbana quanto as políticas de combate à violência de gênero sofreram cortes significativos. Mas o reconhecimento da importância da NINA – como o prêmio Empreendedor Social e parcerias com órgãos públicos – tem sido essencial para abrir portas e expandir a operação.

A Super NINA é um exemplo claro de como tecnologia, dados e impacto social podem caminhar juntos para transformar cidades em ambientes mais seguros e inclusivos. Quer entender mais sobre essa jornada e os desafios enfrentados por Simony? Ouça o episódio completo no player abaixo e inspire-se nessa história de inovação e propósito.

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