Categories Inova+Posted on 06/02/2025A floresta e o clima: O que precisamos aprender para o futuro O que você vai descobrir a seguir: • O Brasil já perdeu 33% de sua vegetação nativa, o que afeta diretamente o equilíbrio climático e o regime de chuvas no país. • Projetos como o MapBiomas e a conectividade de comunidades tradicionais são cruciais para monitorar e preservar os biomas. • A regeneração natural de áreas desmatadas avança, mas precisa ser protegida contra novas ameaças. É fácil ignorar os sinais da crise climática quando não estamos diretamente na linha de frente. Mas o que acontece nas florestas brasileiras, especialmente na Amazônia, afeta diretamente o cotidiano das grandes cidades. No episódio #134 do podcast InovaSocial, o engenheiro florestal Tasso Azevedo, à frente do MapBiomas, nos ajuda a entender melhor essa interconexão essencial entre natureza, tecnologia e impacto social. O MapBiomas é uma ferramenta revolucionária que monitora, desde 1985, as transformações dos biomas brasileiros com uma precisão de 30 metros quadrados por pixel de imagem de satélite. Com esses dados, o projeto revelou uma estatística alarmante: 33% da vegetação natural do Brasil já foi perdida. Ainda mais preocupante é o fato de que um terço dessa perda aconteceu nos últimos 40 anos , um período relativamente curto em termos históricos. Azevedo também detalha como o desmatamento afeta a dinâmica climática em todo o país. A diminuição das áreas de floresta reduz a evapotranspiração, responsável pelos chamados “rios voadores” – massas de ar carregadas de umidade que garantem o ciclo de chuvas em diversas regiões. Sem esse fluxo, áreas como o Pantanal e o Cerrado enfrentam uma desertificação acelerada, o que compromete a agricultura e o abastecimento hídrico. Regeneração e preservação: qual é a prioridade? Apesar do cenário desafiador, há esperança. Segundo os dados do MapBiomas, cerca de 37 milhões de hectares estão em processo de regeneração natural. Esse processo espontâneo precisa ser protegido, já que áreas de vegetação secundária estão sendo desmatadas até dez vezes mais rapidamente do que as áreas de vegetação primária. Essa dinâmica leva a uma pergunta central: o que é mais urgente – investir em reflorestamento ativo ou proteger as áreas em recuperação? A resposta, para Azevedo, envolve um equilíbrio entre as duas estratégias, com foco em políticas que permitam à natureza se regenerar sem novas interrupções. Nesse contexto, as comunidades locais e tradicionais desempenham um papel vital. Conexão como ferramenta de proteção O projeto “Conexão Povos da Floresta”, coordenado por Tasso Azevedo, busca conectar mais de cinco mil comunidades amazônicas à internet, criando uma rede de comunicação que fortalece essas populações na defesa de seus territórios. Atualmente, apenas uma pequena fração dessas comunidades tem acesso à internet banda larga, o que limita a implementação de políticas essenciais, como saúde, educação e vigilância ambiental. Ao disponibilizar conectividade, o projeto permite que essas comunidades se tornem protagonistas na conservação da floresta, compartilhando suas práticas sustentáveis e denunciando atividades ilegais. Em contrapartida, o Brasil e o mundo ganham aliados fundamentais na luta contra as mudanças climáticas. O futuro ainda está em nossas mãos Encerrando a conversa no podcast, Azevedo deixa uma mensagem de otimismo: apesar dos desafios, é possível reverter muitos dos danos se houver um esforço coletivo e contínuo. Para ele, cada um de nós tem a responsabilidade de melhorar o ambiente em que vive, um passo de cada vez. O episódio completo está disponível logo abaixo. Vale a pena conferir para aprofundar o entendimento sobre as soluções tecnológicas, ambientais e sociais que podem ajudar a preservar nossos biomas e garantir um futuro mais sustentável. Compartilhe esse artigo: