Categories Inova+Posted on 13/01/202512/01/20252024: O ano em que a Terra cruzou 1,5°C de aquecimento global. O que isso significa? O que você vai descobrir a seguir: Pela primeira vez, a temperatura média global superou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. O impacto de ultrapassar esse limite no clima, biodiversidade e segurança alimentar. A importância de ações imediatas para reverter a trajetória e alcançar metas climáticas. No ano de 2024, o mundo vivenciou um marco alarmante na crise climática: pela primeira vez, a temperatura média global superou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Este limite, como destacado no artigo da Yale Climate Connections, simboliza um ponto de inflexão com implicações profundas para ecossistemas, sociedades e economias em todo o planeta. Por que 1,5°C importa tanto? O aumento de 1,5°C não é apenas um número. Ele representa a linha entre impactos climáticos severos e catástrofes potencialmente irreversíveis. Com esse nível de aquecimento, ondas de calor extremo, como as vistas recentemente em regiões como o noroeste do Pacífico e a Sibéria, tornam-se mais frequentes e intensas. Com 1,5°C, o Ártico já está no caminho de ver verões sem gelo a cada 100 anos. Esse cenário pode agravar o efeito albedo, onde a perda de gelo reflete menos calor, acelerando ainda mais o aquecimento. Se esse limite for continuamente excedido, espécies que dependem de habitats específicos, como os corais, podem enfrentar extinções em massa, enquanto padrões climáticos globais, como o fluxo do Golfo, podem se alterar de forma drástica. Como chegamos aqui? As emissões de gases de efeito estufa, especialmente dióxido de carbono (CO₂), continuam a subir. Em 2024, os níveis de CO₂ na atmosfera atingiram o recorde de 420 partes por milhão. Esse aumento é alimentado por práticas insustentáveis, como o uso intensivo de combustíveis fósseis e a destruição de florestas tropicais, que são cruciais para absorver o excesso de carbono. Embora a pandemia de COVID-19 tenha temporariamente reduzido as emissões em 2020, o retorno à normalidade trouxe um aumento significativo, deixando claro que as soluções temporárias não são suficientes. Quais são as consequências de cruzar 1,5°C? O impacto do aquecimento global é amplo e varia de acordo com a região, com consequências que já começam a se manifestar de maneira alarmante. Um dos efeitos mais preocupantes é o aumento do nível do mar, que deve subir entre 0,26 e 0,77 metros até 2100. Esse avanço ameaça cidades costeiras em todo o mundo, colocando populações inteiras em risco de deslocamento. Além disso, a biodiversidade também enfrenta desafios sem precedentes. Com o aquecimento de 1,5°C, estima-se que cerca de 8% das plantas e 4% dos vertebrados possam perder mais da metade de seus habitats naturais, comprometendo ecossistemas inteiros e levando muitas espécies à extinção. A segurança alimentar é outro ponto crítico, especialmente para regiões já vulneráveis. Culturas essenciais como trigo, milho e arroz estão sofrendo declínios na produtividade, colocando milhões de pessoas em risco de insegurança alimentar. Esse impacto atinge de forma desproporcional comunidades que dependem da agricultura para subsistência, exacerbando desigualdades e criando novos desafios para a segurança global. O que podemos fazer? Apesar do cenário desafiador, ainda há tempo para agir. Para limitar o aquecimento a 1,5°C no longo prazo, é essencial reduzir as emissões globais em pelo menos 45% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Isso requer: Transição energética: Abandonar combustíveis fósseis em favor de fontes renováveis. Proteção de ecossistemas: Aumentar esforços para conservar florestas, oceanos e habitats críticos. Mudança de hábitos: Adotar padrões de consumo mais sustentáveis em escala global. O fato de 2024 ter ultrapassado o limite de 1,5°C não significa que estamos condenados, mas serve como um alerta de que cada fração de grau importa. A chave para reverter essa trajetória está em nossas mãos, por meio de ação coletiva e vontade política. Afinal, o futuro do planeta depende das escolhas que fazemos hoje. Créditos: Imagem Destaque – Leonid Sorokin/Shutterstock Compartilhe esse artigo: