Categories Soluções de ImpactoPosted on 18/08/202518/08/2025Plásticos na saúde: indispensáveis, mas problemáticos O que você vai descobrir a seguir: • Por que os plásticos são indispensáveis para salvar vidas e prevenir infecções em hospitais. • Os riscos ambientais do descarte inadequado de resíduos médicos plásticos. • Como bioplásticos e iniciativas como o Greener NHS oferecem soluções reais para o futuro. Nos hospitais, cada detalhe pode ser a diferença entre a vida e a morte. Nesse cenário, o plástico ocupa um papel central: está nas luvas que evitam a contaminação de um cirurgião, nas seringas que aplicam vacinas, nos cateteres que mantêm pacientes vivos, nas embalagens que preservam medicamentos estéreis. Sem ele, a segurança dos procedimentos médicos seria drasticamente comprometida. A pandemia de Covid-19 deixou isso ainda mais evidente. Máscaras, aventais e protetores faciais – quase todos feitos de plástico – foram escudos contra a disseminação do vírus, protegendo milhões de profissionais de saúde e pacientes. Em outras palavras, os plásticos não apenas salvaram vidas, mas sustentaram o funcionamento dos sistemas de saúde em um momento crítico. Mas essa mesma força é também sua fraqueza. Globalmente, o setor de saúde gera cerca de 15 milhões de toneladas de plástico por ano. No Brasil, os hospitais brasileiros geram em média cerca de 3 kg de resíduos por leito ao dia, sendo quase 1 kg de materiais infectantes. O problema se agrava porque apenas 60% desses resíduos recebem tratamento adequado, enquanto o restante pode acabar em aterros ou incinerado de forma irregular, contribuindo para poluição do solo, do ar e para o agravamento da crise dos microplásticos. Bioplásticos: uma alternativa em construção Pesquisas avançam para que o futuro da saúde seja também sustentável. Os bioplásticos, feitos a partir de plantas, algas ou fibras naturais, oferecem novas possibilidades: • Suturas absorvíveis que se degradam no corpo, eliminando a necessidade de retirada. • Implantes biodegradáveis, reabsorvidos pelo organismo durante a cicatrização. • Dispositivos impressos em 3D com polímeros sustentáveis, aplicados em reconstruções ósseas e articulares. • Curativos e membranas artificiais que reduzem risco de infecção e não geram resíduos tóxicos. • Embalagens de celulose, resistentes e estéreis, mas totalmente compostáveis. Além de reduzir resíduos, esses materiais podem diminuir em até 25% as emissões de gases de efeito estufa do setor médico. O desafio ainda é o custo – muitas vezes até 50% maior que o dos plásticos convencionais – e as exigências rigorosas de esterilização e regulação. Soluções já em prática: o caso do Greener NHS Transformar essa realidade exige políticas públicas e compromissos institucionais. Um exemplo inspirador vem do Reino Unido, com o programa Greener NHS, criado para tornar o sistema nacional de saúde britânico o primeiro do mundo com emissão líquida zero até 2040. O programa aposta fortemente na redução de plásticos de uso único, substituindo itens por versões reutilizáveis ou biodegradáveis sempre que possível. Também promove a compra sustentável, priorizando fornecedores que adotam materiais reciclados ou de base biológica. Outra frente importante é a gestão inteligente de resíduos, ampliando a reciclagem e diminuindo a dependência da incineração, que libera poluentes nocivos. Resultados concretos já apareceram. O NHS eliminou centenas de milhões de talheres, pratos e copos de plástico descartável em hospitais, trocando-os por alternativas sustentáveis. Também passou a investir no reprocessamento seguro de certos dispositivos médicos de uso único, prática que reduz custos e impede que toneladas de resíduos sejam enviadas para aterros. Esse modelo mostra que é possível conciliar eficiência hospitalar, segurança dos pacientes e responsabilidade ambiental. Se iniciativas semelhantes forem implementadas em outros países, os ganhos serão imensos: menos poluição, menos microplásticos no meio ambiente e uma redução significativa da pegada de carbono do setor da saúde. Saiba mais sobre a iniciativa no vídeo a seguir: Steps towards net zero with Manchester University NHS Foundation Trust Compartilhe esse artigo: