Categories Negócio de Impacto SocialPosted on 20/12/202104/05/2022O futuro sem petróleo e carvão: 2022 será o ano das baterias no Brasil Talvez os resultados da COP 26 não tenham sido o que muita gente esperava e ainda falta um longo caminho a ser trilhado para a redução significativa das emissões de CO2, mas uma coisa é certeza: existe um futuro onde o combustível fóssil deixará de ser a principal matriz energética. E isso não vai acontecer devido às pressões de grupos ambientalistas e/ou os alertas sobre as mudanças climáticas. Isso vai acontecer porque “todo Carnaval tem o seu fim”, incluindo o do petróleo. Parece uma afirmação sem fundamento, mas já havíamos adiantado no texto “As previsões da Singularity University até 2038 – Parte II: O futuro”, que uma das previsões para 2030 é o fim do petróleo e o encerramento das atividades petrolíferas devido a escassez de matéria-prima. Além disso, existe um mercado imenso para ser explorado e, quem sair na frente, terá uma grande vantagem na próxima década. Segundo o Renewables 2020 Global Status Report (“Relatório de Status Global dos Reutilizáveis 2020”, em tradução livre), a energia renovável atualmente representa apenas 11% do consumo total de energia final. Ou seja, temos um vasto mercado sedento por energia elétrica e que, em menos de uma década, precisará ser reinventado. Aliás, não precisa ser reinventado, mas redirecionado. Não precisamos reinventar, pois já possuímos as tecnologias necessárias, precisamos apenas de ajustes e de uma mudança do foco. Quando falamos sobre um futuro sem combustíveis fósseis, muitas vezes imaginamos uma metrópole retro-futurística alimentada por quantidades infinitas de energia. Nossa visão utópica do mundo seria aquela em que não precisamos nos preocupar com impactos ambientais ou emissões, onde podemos nos desenvolver sem obstáculos. Com arranha-céus de vidro e aço, cobertas por painéis solares e vegetação. Florestas até onde a vista alcança, com turbinas eólicas. Carros que operam em silêncio e sem nuvens agourentas ondulando o horizonte cinza. Uma integração perfeita de tecnologia e natureza; criando um mundo com ar puro, igualdade e prosperidade. O grande ponto é que estas tecnologias já existem. Painéis solares, turbinas eólicas, barragens hidrelétricas, geradores de marés e bioetanol são tecnologias atuais. Cidades como Cingapura integram a vegetação na selva urbana e os veículos elétricos estão conquistando o mundo. Em 2010, haviam apenas 17 mil carros elétricos circulando pelo mundo. Em menos de dez anos, em 2019, este número saltou para 7,2 milhões. No Brasil: Aneel se prepara para regular baterias e incentivar energia renovável Por aqui, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já adiantou que “2022 será o ano da regulação das baterias”. Segundo André Pepitone — presidente da Aneel —, a agência buscará aprovar as regulações necessárias para destravar o mercado de armazenamento de energia. Segundo o dirigente, as baterias são parte importante para o crescimento das fontes limpas de energia, eólica e solar. E, durante evento promovido pela empresa de tecnologia chinesa Huawey no mês de novembro, Pepitone ainda destacou que “o Plano Nacional de Energia, estratégia que define as prioridades do país em termos de investimentos na área, prevê um aumento da participação dessas fontes na matriz elétrica para cerca de um terço do total”. Outro ponto que Pepitone também destacou a necessidade de avançar na regulação da chamada geração distribuída. Muito utilizado pelo setor de energia solar, é o modelo conhecido como on grid, onde a produção de energia ocorre de forma descentralizada em pequenos sistemas, como no caso dos painéis solares instalados em telhados de residências. Neste caso, a energia elétrica gerada é usada pelo próprio imóvel e a sobra é enviada à concessionária, que concede créditos ao consumidor. Ainda em novembro, a Aneel aprovou o primeiro projeto de armazenamento de energia em baterias em larga escala. O projeto, instalado na subestação de Registro (SP), é o primeiro dentro do sistema de transmissão brasileiro e está previsto para começar a atender à demanda de energia elétrica no fim de 2022. Segundo a ISA Cteep, empresa responsável pelo projeto, o plano é que baterias de lítio serão instaladas em uma área de aproximadamente 4 mil m², com porte equivalente a cerca de 30 contêineres, e terão 30 MW de potência instalada, o que garante o atendimento da demanda máxima do litoral sul paulista (aproximadamente 400 MW), beneficiando 2 milhões de pessoas. __ Créditos: Imagem Destaque – Andre Nery / Shutterstock Compartilhe esse artigo: