Categories Soluções de ImpactoPosted on 02/12/202001/12/2020De carvão a abelhas: Quem são os 6 vencedores do “Nobel Verde” e suas causas Todos os anos, o Prêmio Ambiental Goldman (The Goldman Environmental Prize) homenageia os principais transformadores ambientais, reconhecendo seus esforços em proteger e melhorar o meio ambiente. O prêmio busca identificar e reconhecer líderes “de base”, aqueles envolvidos em esforços locais, onde mudanças positivas são criadas por meio da participação da comunidade ou do cidadão. Chamado de “Nobel Verde”, a lista dos vencedores 2020 foi anunciada na última segunda (30). Confira quem são eles e suas iniciativas. Chibeze Ezekiel (Gana) Como resultado direto de uma campanha popular de quatro anos criada por Chibeze Ezekiel, o Ministro do Meio Ambiente de Gana cancelou a construção de uma usina de carvão de 700 megawatts (MW) e um porto de embarque adjacente para importar carvão. A usina de carvão teria sido a primeira de Gana, mas Ezekiel lançou uma campanha para aumentar a conscientização sobre os danos do carvão e trabalhou com organizações de jovens para informar residentes e líderes locais sobre os custos de saúde e ambientais. O ativismo de Ezekiel impediu que a indústria do carvão entrasse no país e desviou o futuro energético do país para longe de uma matriz altamente poluente. Leia também: Guia da Energia: quais são os tipos existentes de energia, suas vantagens e desvantagens Leydy Pech (México) Leydy Pech, uma apicultora maia indígena, liderou uma coalizão que interrompeu o plantio da soja geneticamente modificada da Monsanto no sul do México. Os herbicidas usados nessas plantações logo contaminaram os suprimentos locais de mel, ameaçando os alimentos, o meio ambiente e a subsistência dos maias. Um estudo universitário local confirmou que o pólen da soja geneticamente modificada estava presente no mel, e qualquer presença de grãos transgênicos impediam que o mel fosse vendido na União Europeia. Como reflexo da iniciativa, o Supremo Tribunal mexicano decidiu que o governo violou os direitos constitucionais dos maias e suspendeu o plantio de soja geneticamente modificada. Por causa da persistência de Pech e da sua coalizão, em setembro de 2017, o governo mexicano revogou a autorização da Monsanto para cultivar soja geneticamente modificada em sete estados. Leia também: Por que precisamos de abelhas? Nemonte Nenquimo (Equador) Nemonte Nenquimo, uma mulher indígena da tribo Waorani na Amazônia equatoriana, liderou um movimento de resistência local, que contou com uma campanha indígena e ação legal, resultando em uma decisão judicial que protege 500.000 acres da floresta amazônica e do território Waorani da extração de petróleo. A liderança de Nenquimo e o processo abriram um precedente legal para os direitos indígenas no Equador, e outras tribos estão seguindo seus passos para proteger áreas adicionais de floresta tropical da extração de petróleo. Kristal Ambrose (Bahamas) Com um “exército” de jovens ativistas ambientais, Kristal Ambrose ajudou a redigir um projeto de lei de proibição de plástico, reuniu-se com o ministro do meio ambiente do país e convenceu o governo das Bahamas a proibir sacolas plásticas de uso único, talheres de plástico, canudos e recipientes e copos de isopor. Anunciada em abril de 2018, a proibição nacional entrou em vigor em janeiro de 2020. Leia também: Reciclagem, lixo doméstico e a luta sanitária durante a pandemia Paul Sein Twa (Mianmar) Buscando preservar o meio ambiente e a cultura Karen em Mianmar, Paul Sein Twa liderou seu povo na criação do Parque da Paz Salween, com 1,35 milhão de acres — uma abordagem comunitária única e colaborativa para a conservação —, na bacia do rio Salween. O Parque é administrado por comunidades locais e protege tigres ameaçados, pangolins, ursos e outros animais selvagens. A região é uma importante zona de biodiversidade e é o lar do povo indígena Karen, que há muito busca autodeterminação e sobrevivência cultural. O novo parque representa uma grande vitória a conservação em Mianmar. Lucie Pinson (França) Em 2017, o ativismo de Lucie Pinson pressionou com sucesso os três maiores bancos da França para eliminar o financiamento de novos projetos de carvão e empresas de carvão. Ela conseguiu obrigar as seguradoras francesas a seguirem o exemplo e, entre 2017 e 2019, as mega seguradoras AXA e SCOR anunciaram planos para encerrar a cobertura de seguro para projetos de carvão. “Finanças é uma ferramenta incrível para a mudança”, afirma Pinson, “porque por trás de todos os projetos, você encontrará um banco e uma seguradora”. Imagem Destaque: Ihor Hvozdetskyi/Shutterstock Compartilhe esse artigo: