Empresa de compartilhamento de bikes desenvolve capacete que fica acoplado ao veículo

Empresa de compartilhamento de bikes desenvolve capacete que fica acoplado ao veículo

2019 foi o ano do compartilhamento de bicicletas e patinetes, no Brasil. Eles tomaram as ruas das cidades país afora e, junto com a novidade, vieram os problemas – e o péssimo costume de alguns usuários que deixam esses pequenos veículos em qualquer lugar foi apenas o menor desses problemas. O que realmente causou preocupação foi o aumento do número de acidentes principalmente com patinetes elétricos. Em diversos pontos do mundo, acidentes infelizmente fatais levantaram um alerta da população e do poder público com relação à segurança.

Segundo um levantamento feito pelos Bombeiros de São Paulo, entre janeiro e agosto de 2019, foram registrados 346 acidentes por quedas de veículos como patinetes e skates. Em setembro, em Belo Horizonte (MG), o engenheiro Roberto Pinto Batista morreu ao bater a cabeça em um bloco de concreto, após cair de um patinete.

Cidades e empresas precisaram se movimentar para proporcionar mais segurança aos usuários desse serviço e aos pedestres que estivessem ao seu redor. Na cidade de São Paulo, por exemplo. a Prefeitura publicou em agosto o decreto que regulamenta serviço de compartilhamento de patinetes elétricos.

Entre as regras estabelecidas estão o limite de velocidade de 20 km/h, a definição dos locais onde a circulação é permitida. A circulação dos veículos somente será permitida nas ciclovias e ciclofaixas, nas vias com velocidade máxima permitida de até 40 km/h e nas ruas destinadas para lazer previstas no Programa Ruas Abertas. Para saber tudo sobre essa regulamentação, clique aqui.

Em São Paulo, as novas regras começaram a valer em 30 de outubro, mas a principal delas – a obrigatoriedade do uso do capacete – ainda deve ser discutida pelo Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV). Ainda assim, empresas devem advertir os usuários dos riscos de não usar o equipamento de proteção.

Sem dúvidas, o uso do capacete é a melhor forma de fazer com que a micromobilidade seja mais segura. E, pensando nisso, existem empresas no mundo todo buscando formas de integrar o capacete diretamente na bicicleta ou no patinete. Uma delas é a Wheels, que atua em Los Angeles (Califórnia, EUA).

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Nos últimos dois anos, pelo menos 12 pessoas nos EUA morreram em acidentes envolvendo patinetes elétricos. Enquanto, quando falamos de compartilhamento de bicicletas, as lesões são menos comuns. Pensando nisso a Wheels desenvolveu um veículo que é considerado uma bicicleta, mas também é muito semelhante a um patinete. Segundo a empresa, o veículo foi desenvolvido com um foco especialmente volta para a segurança, ele possui rodas maiores do que as de um patinete comum, enquanto seu assento e seu centro de gravidade são mais baixos.

Um capacete foi projetado para travar o para-choque traseiro do veículo. Quando os usuários alugam a bicicleta, é possível desbloquear o capacete através do app da empresa. Como incentivo, o usuário que opta por vestir o equipamento de segurança ganha 20% de desconto em sua corrida. O capacete é ajustável e, em seu interior, há um revestimento biodegradável que pode ser destacado a cada uso, para que ele esteja limpo para cada novo ciclista.

“Sabíamos desde o início que queríamos integrar um capacete à bicicleta, mas passamos por muitos testes em nosso laboratório antes de chegarmos a esse design”, diz Joshua Viner, CEO da Wheels. Segundo Joshua, o design do capacete é algo que está em constante desenvolvimento. Então, é provável que novos modelos surjam até que a opção perfeita seja encontrada.

No momento, esse problema talvez não esteja tão perto de ser resolvido. Em 2013, cidade de Boston (Massachusetts, EUA) criou uma vending machine de capacetes para seu sistema de compartilhamento de bicicletas, mas o serviço foi descontinuado. Em Seattle, onde o uso de capacete durante viagens de bike são exigidos por lei, o programa local de compartilhamento de bicicletas oferecia capacetes gratuitos, mas também foi descontinuado. A Bird, empresa de patinetes compartilhados, tentou doar milhares de capacetes, mas não viu que essa ação fez alguma diferença no uso do equipamento de segurança por seus usuários.

No Brasil, a Scheeeins desenvolveu o KP7, um capacete dobrável e ecofriendly que possui uma estrutura que faz com que qualquer força de impacto seja distribuída igualmente ao redor da cabeça do usuário – como um capacete tradicional (clique aqui para saber mais).

Embora existam pessoas que acreditem que os capacetes não sejam necessários e que elementos como um melhor planejamento das ruas e a imposição de limites de velocidade para carros sejam mais efetivos no quesito segurança, é preciso lembrar que os patinetes são um pouco diferentes das bicicletas. Muitas vezes, os acidentes acontecem em calçadas ou quando alguém cai na rua sem nenhum envolvimento de um carro.

A segurança deve ser uma questão importante tanto para empresas e para a gestão pública, quanto para os usuários desses serviços. Nós devemos ser os principais interessados a respeito de nossa própria segurança. Mais do que decretos, incentivos e afins, também é preciso um trabalho de conscientização – de novo, de novo e de novo.

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