Extraindo água do ar para resolver crise hídrica na Cidade do Cabo

Extraindo água do ar para resolver crise hídrica na Cidade do Cabo

Água limpa é uma necessidade básica, mas recentemente, na Cidade do Cabo (África do Sul), garantir isso não tem sido uma tarefa fácil.

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Após três anos de pouca chuva, a Cidade do Cabo está passando pela pior seca em um século; o que fez com que o governo restringisse o consumo diário de água a 87 litros por pessoa, tudo isso para evitar o que está sendo chamado de Dia Zero: data prevista para o corte do abastecimento não-essencial de água, quando os reservatórios atingirem 13,5% da sua capacidade.

Em janeiro, o Dia Zero estava previsto para 12 de abril de 2018; mas, em um período de quase dois meses, esse dia foi adiado para junho, julho e, na última semana, a decisão foi mudar a data do Dia Zero para 2019. De qualquer forma, caso não haja chuvas até lá, é possível que o Dia Zero aconteça em agosto de 2018.

Junto à chegada desse desafio iminente, surgiu também uma competição chamada Water Abundance XPRIZE, cujo objetivo é incentivar equipes a construir uma tecnologia capaz de extrair um mínimo de 2.000 litros de água por dia da atmosfera, usando 100% de energia renovável, a um custo de dois centavos por litro.

Um dos cinco finalistas é Behdad Moghtaderi, da Universidade de Newcastle (Austrália), cuja equipe desenvolveu um processo que aquece o ar, e então o resfria.

“Entramos na competição querendo desenvolver uma tecnologia o mais simples possível, para garantir sua aplicação em todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento,” disse Behdad.

Protótipo da Universidade de Newcastle
Protótipo da Universidade de Newcastle

Geralmente, os geradores de água atmosférica são baseados em ciclos de refrigeração que resfriam o ar abaixo do ponto de condensação. A equipe de Behdad está transformando essa ideia, uma vez que seu processo se baseia no aquecimento do ar, e não no resfriamento.

“O primeiro passo é absorver a água à noite, usando um dessecante. Então, usamos a energia solar durante o dia para produzir ar quente e úmido que pode ser resfriado. Quanto mais quente o ar, mais água ele vai reter; então, resfriando aquele ar quente, nós recuperamos a água,” explica Behdad.

As demais equipes finalistas não divulgaram muitos detalhes sobre suas soluções, mas vale registrar que existem duas finalistas dos Estados Unidos (Havaí e Chicago), uma da Índia e uma do Reino Unido.

Cada equipe finalista receberá um prêmio de US$250.000,00 como forma de reconhecimento após se destacarem entre 98 participantes. Seus dispositivos serão testados na segunda fase da competição, em julho, e o vencedor receberá um prêmio de US$ 1.500.000,00.

Abaixo, confira imagens que registraram a seca do lago Theewaterskloof, principal responsável pelo abastecimento de água de Cidade do Cabo:

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