Categories Soluções de ImpactoPosted on 27/03/201822/06/2022Extraindo água do ar para resolver crise hídrica na Cidade do Cabo Água limpa é uma necessidade básica, mas recentemente, na Cidade do Cabo (África do Sul), garantir isso não tem sido uma tarefa fácil. Após três anos de pouca chuva, a Cidade do Cabo está passando pela pior seca em um século; o que fez com que o governo restringisse o consumo diário de água a 87 litros por pessoa, tudo isso para evitar o que está sendo chamado de Dia Zero: data prevista para o corte do abastecimento não-essencial de água, quando os reservatórios atingirem 13,5% da sua capacidade. Em janeiro, o Dia Zero estava previsto para 12 de abril de 2018; mas, em um período de quase dois meses, esse dia foi adiado para junho, julho e, na última semana, a decisão foi mudar a data do Dia Zero para 2019. De qualquer forma, caso não haja chuvas até lá, é possível que o Dia Zero aconteça em agosto de 2018. Junto à chegada desse desafio iminente, surgiu também uma competição chamada Water Abundance XPRIZE, cujo objetivo é incentivar equipes a construir uma tecnologia capaz de extrair um mínimo de 2.000 litros de água por dia da atmosfera, usando 100% de energia renovável, a um custo de dois centavos por litro. Um dos cinco finalistas é Behdad Moghtaderi, da Universidade de Newcastle (Austrália), cuja equipe desenvolveu um processo que aquece o ar, e então o resfria. “Entramos na competição querendo desenvolver uma tecnologia o mais simples possível, para garantir sua aplicação em todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento,” disse Behdad. Protótipo da Universidade de Newcastle Geralmente, os geradores de água atmosférica são baseados em ciclos de refrigeração que resfriam o ar abaixo do ponto de condensação. A equipe de Behdad está transformando essa ideia, uma vez que seu processo se baseia no aquecimento do ar, e não no resfriamento. “O primeiro passo é absorver a água à noite, usando um dessecante. Então, usamos a energia solar durante o dia para produzir ar quente e úmido que pode ser resfriado. Quanto mais quente o ar, mais água ele vai reter; então, resfriando aquele ar quente, nós recuperamos a água,” explica Behdad. As demais equipes finalistas não divulgaram muitos detalhes sobre suas soluções, mas vale registrar que existem duas finalistas dos Estados Unidos (Havaí e Chicago), uma da Índia e uma do Reino Unido. Cada equipe finalista receberá um prêmio de US$250.000,00 como forma de reconhecimento após se destacarem entre 98 participantes. Seus dispositivos serão testados na segunda fase da competição, em julho, e o vencedor receberá um prêmio de US$ 1.500.000,00. Abaixo, confira imagens que registraram a seca do lago Theewaterskloof, principal responsável pelo abastecimento de água de Cidade do Cabo: ___ Gostou do texto e quer fazer parte da nossa comunidade? Envie uma sugestão de pauta, um texto autoral ou críticas sobre o conteúdo para [email protected] Compartilhe esse artigo: