Estudo comprova benefícios dos alertas nos rótulos de alimentos no Chile

Estudo comprova benefícios dos alertas nos rótulos de alimentos no Chile

A Universidade do Chile divulgou um estudo realizado em parceria com a Universidade Diego Portales (Chile) e a Universidade da Carolina no Norte (Estados Unidos) que revela mudanças nos hábitos alimentares da população chilena com a implementação do rótulo frontal de advertência adotada no país.

A pesquisa realizada no Chile ocorreu em 2017 – um ano após a implementação da política de alimentação saudável no país, que inclui o novo modelo de rotulagem – e ouviu mães de crianças entre 2 e 14 anos, já que elas são as principais responsáveis pelas escolhas de compras de alimentos nos domicílios chilenos.

De acordo com o estudo, as participantes compreenderam que a regulação foi implementada para combater a obesidade infantil no Chile, e reconhecem que os produtos com mais advertências são escolhas menos saudáveis. Muitas também afirmaram que usam os octógonos como um guia de compras e para “desmascarar” os falsos saudáveis, como iogurtes e barras de cereal.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os resultados são extremamente relevantes. “Os achados reforçam os benefícios que esse tipo de rótulo traz para a compreensão da informação e decisão de compra em relação aos alimentos mais saudáveis, já que se mostrou eficiente não somente para as mães, mas também para crianças de todas as classes sociais”, afirma Laís Amaral, nutricionista do Instituto.

Com a publicação do estudo, outros países podem utilizar os dados para incentivar a criação de políticas públicas que mudem a rotulagem desses locais, como é o caso do Brasil, onde a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conduz um processo regulatório que visa atualizar as regras de rotulagem nutricional. Neste debate, o Idec apresentou uma proposta de rotulagem frontal em formato de triângulos baseada no modelo chileno; o sistema de advertências foi recomendado pela equipe técnica da agência reguladora como o modelo mais eficiente para o Brasil.

“A lei chilena sobre rotulagem e publicidade foi a primeira desse tipo no mundo todo. Muitos países estão seguindo os passos do Chile e introduziram modelos similares de rotulagem frontal de advertência em alimentos e bebidas não saudáveis. Esse estudo mostra que a regulação realmente muda a forma de as mães pensarem e comprarem alimentos para seus filhos”, afirma Lindsey Smith Taillie, professora assistente de nutrição da UNC e co-autora do estudo.


Clique aqui para conferir os resultados do estudo chileno (em inglês)


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