Categories Tecnologias SociaisPosted on 06/09/202405/09/2024Cidades adotam IA do Google para enfrentar ondas de calor Em Miami (Flórida, EUA), durante um dia de calor intenso, alguns bairros podem ser até 12 graus mais quentes do que outros, devido ao fenômeno das “ilhas de calor urbanas” – causado pela infraestrutura que absorve e libera mais calor do que áreas arborizadas. Para enfrentar esse problema crescente com o agravamento das mudanças climáticas, o Google desenvolveu a ferramenta Heat Resilience, que utiliza inteligência artificial para ajudar cidades a calcular o impacto de soluções como o plantio de árvores e a instalação de telhados “frios”, projetados com materiais que refletem o calor. Essa ferramenta, em fase de teste em 14 cidades ao redor do mundo, usa imagens de satélite e aprendizado de máquina para analisar a quantidade de sombra gerada por árvores e a presença de telhados refletivos. A plataforma permite que os gestores urbanos simulem como o aumento da arborização ou a implementação de telhados frios podem influenciar a redução das temperaturas locais. Cidades podem, por exemplo, visualizar o impacto de aumentar a cobertura de árvores de 8% para 20% e quantificar a diminuição no calor. O desafio das ilhas de calor urbanas não é exclusivo de Miami. No Brasil, por exemplo, grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte enfrentam um cenário semelhante. Em São Paulo, a diferença de temperatura entre o centro urbano e áreas mais arborizadas pode chegar a 10°C. Áreas densamente construídas, com altos níveis de concreto e asfalto, absorvem mais calor, aumentando o uso de ar-condicionado e piorando problemas de saúde, como doenças respiratórias e estresse térmico. Essas disparidades climáticas entre diferentes regiões urbanas reforçam a importância de soluções inovadoras. A ferramenta do Google, lançada inicialmente em 2023, já tem ajudado cidades como Austin (Texas, EUA) a identificar os bairros que mais precisam de árvores e a estimar os impactos de medidas como a instalação de telhados refletivos. A possibilidade de quantificar esses efeitos permite um planejamento urbano mais estratégico e eficiente. Embora as reduções de temperatura possam parecer pequenas – como uma queda de 1 ou 2 graus –, esses ajustes são significativos. Uma diminuição de poucos graus pode aliviar a carga sobre o sistema de ar-condicionado, reduzir o consumo de energia e melhorar a saúde pública, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas. Assim, com o auxílio da inteligência artificial e de ferramentas como a Heat Resilience, cidades ao redor do mundo têm a oportunidade de adotar soluções que não só combatem o calor extremo, mas também promovem uma maior resiliência climática e uma melhor qualidade de vida para seus moradores. Compartilhe esse artigo: