Como o CO₂ pode ser usado para armazenar energia limpa em larga escala

Como o CO₂ pode ser usado para armazenar energia limpa em larga escala
O que você vai descobrir a seguir:
  • • Como uma nova tecnologia usa CO₂ para armazenar energia limpa de forma eficiente e acessível.
  • • Por que esse sistema pode ser essencial para garantir abastecimento renovável contínuo.
  • • Como o investimento do Google pode acelerar a adoção global dessa solução energética.

A transição para um mundo movido exclusivamente por energia limpa passa, necessariamente, por uma equação complexa: onde guardar toda essa energia quando o sol se esconde ou o vento silencia? É nesse contexto que surge uma solução engenhosa e promissora.

As estruturas circulares desenvolvidas pela empresa italiana Energy Dome funcionam como baterias de larga escala, projetadas para armazenar energia limpa de forma eficiente e acessível. Diferente das baterias convencionais, elas não utilizam metais raros nem dependem de reações químicas complexas.

Esta solução foi projetada para armazenar energia elétrica gerada por fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica: quando há produção acima da demanda (por exemplo, dias ensolarados ou ventania), a eletricidade excedente é usada para comprimir e liquefazer o CO₂; quando falta geração, esse CO₂ expande-se com força, gira uma turbina e retorna ao estado gasoso, gerando eletricidade limpa – mesmo durante a noite ou com vento fraco .

Como o CO₂ pode ser usado para armazenar energia limpa em larga escala

Quando há excesso de eletricidade, em períodos de sol forte ou ventos intensos, o CO₂ é comprimido e armazenado em estado líquido. Quando a energia é necessária, esse gás é liberado, retorna ao estado gasoso e movimenta uma turbina que gera eletricidade.

Todo o processo ocorre em um circuito fechado, sem emissões na atmosfera. O formato circular contribui para manter a eficiência térmica e permite que a estrutura seja instalada em diferentes locais com facilidade. Por utilizar materiais simples, como aço, água e o próprio CO₂, essa tecnologia pode ser reproduzida rapidamente em várias regiões do mundo.

A primeira planta da Energy Domes entrou em operação na Sardenha em 2022, e uma segunda unidade, maior e com capacidade para abastecer por até 10 horas contínuas, está em fase final de implantação.

O Google foi uma das primeiras a apostar nessa tecnologia em escala. Em parceria com a empresa italiana que desenvolveu o sistema, a gigante anunciou a instalação de um projeto piloto na mesma região. A meta é ambiciosa: operar seus data centers e escritórios com energia 100% renovável, inclusive nos períodos em que o sol não aparece e o vento não sopra. Se os resultados forem positivos, a ideia é expandir o modelo e torná-lo parte permanente da infraestrutura energética da companhia.

No fundo, a proposta da Energy Dome representa uma virada concreta na forma como lidamos com os limites da energia renovável. Durante muito tempo, a ideia de “estocar vento” foi tratada como uma impossibilidade quase metafórica. Agora, ela tem nome, forma e funcionamento comprovado.

CO2 Battery | Energy DomeCO2 Battery | Energy Dome
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