Categories Tecnologias SociaisPosted on 14/06/202106/05/2022Conheça o bioplástico inspirado na seda das aranhas Quando falamos sobre o lixo plástico presente nos oceanos, é comum pensarmos em elementos como canudos, garrafas, tampas, etc. Mas a verdade é que parte desse lixo plástico é “invísivel”. Pastas de dente, shampoo, detergente para roupas e outros produtos que fazem parte de nossa rotina e costumam conter partículas minúsculas de microplástico em sua composição, usadas para esfoliar a pele ou retirar impurezas. Quando usamos produtos que contém microplásticos em sua composição, essas partículas escorrem pelo ralo e podem poluir os cursos de água. Atualmente, existem muitas marcas desenvolvendo produtos de uso diário sustentáveis e, ao mesmo tempo, existem outras iniciativas pesquisando e desenvolvendo opções naturais e biodegradáveis como alternativa ao uso de microplásticos. Uma startup criada na Universidade de Cambridge (Inglaterra) quer substituir essas partículas – e outros plásticos que são difíceis ou impossíveis de reciclar – por um material à base de plantas que pode se dissolver facilmente. O bioplástico imita a seda da aranha, um dos materiais naturais mais fortes que existem no planeta, em nível molecular. “As moléculas da seda da aranha estão fortemente ligadas, embora as próprias interações sejam muito fracas”, diz Tuomas Knowles, professor de química da Universidade de Cambridge e um dos autores de um novo artigo na Nature Communications sobre a pesquisa. “A forma como a natureza consegue fazer isso é organizando-as em um padrão regular.” Os cientistas desenvolveram um novo processo para dissolver a proteína vegetal nas condições certas, de forma que ela assuma uma estrutura semelhante. O processo usa pouca energia e pode utilizar ingredientes sustentáveis – no estudo, a equipe usou de proteína de soja isolada, um subproduto da fabricação do óleo de soja. Outros materiais à base de plantas que muitas vezes acabam no lixo também podem ser usados. Ao contrário de outros bioplásticos, ele não precisa ser modificado quimicamente para que os materiais se unam e sejam duráveis, mas também se dissolve com muito mais facilidade. “Não modificamos a própria molécula de forma alguma”, diz Knowles. “Nós apenas os remontamos em arranjos totalmente diferentes. E se você faz isso de forma inteligente, o resultado é um material realmente forte, que ainda são totalmente biodegradáveis, exatamente da mesma forma que uma teia de aranha é biodegradável. ” Isso significa que o bioplástico pode se decompor em uma caixa de compostagem doméstica, ao contrário de muitos outros plásticos compostáveis que requerem condições específicas encontradas apenas em instalações de compostagem industriais. Embora a equipe ainda não tenha testado como ele se decompõe no oceano, eles esperam que o bioplástico também se decomponha facilmente no ambiente, ao contrário de alguns outros plásticos compostáveis que só se decompõem especificamente na água quente. A Xampla, startup nascida da pesquisa, planeja lançar seus primeiros produtos ainda este ano. Embora a tecnologia pudesse ser usada para fazer diferentes tipos de plástico, a equipe decidiu se concentrar nas áreas que podem ter o maior impacto primeiro, incluindo os microplásticos em detergentes para a roupa. “Se você acha que é difícil de coletar sacolas plásticas do meio ambiente, imagine tentar coletar esses pedaços de plástico que são pequenos demais para serem vistos a olho nu”, continua o professor. “Uma vez que estão no ecossistema, eles permanecem por milhares ou dezenas de milhares de anos.” E por isso, desenvolver alternativas que possam substituir os microplásticos desses produtos que fazem parte de nosso dia a dia é algo tão importante. Para saber mais sobre o estudo e o produto final desenvolvido pela Xampla assista aos vídeos a seguir. The plastic inside products – and us Plant protein material inspired by the spider __ Créditos: Imagem Destaque – dmitriyGo / Shutterstock Compartilhe esse artigo: