Categories Soluções de ImpactoPosted on 16/10/201924/05/2022São Francisco está reprojetando sua rua principal para que ela tenha menos carros e mais bicicletas A Market Street é uma das principais ruas de São Francisco, na Califórnia (EUA). Ela começa no icônico Ferry Building e passa pelo distrito financeiro da cidade, com lojas, hotéis, prédios comerciais – como a sede do Twitter – e a praça em frente à Prefeitura; e é um lugar que pode aterrorizar muitos pedestres e ciclistas. “Ando de bicicleta na Market Street todos os dias e, na condição atual, ela é realmente uma colcha de retalhos”, diz Brian Wiedenmeier, diretor executivo da San Francisco Bicycle Coalition, uma organização sem fins lucrativos que pressiona a cidade para reprojetar a rua há mais de uma década. “Em um trecho, agora, existem ciclovias pintadas de verde, mas elas desaparecem repentinamente na maior parte do caminho. Em outros pontos, a ciclovia e a rua se cruzam repentinamente. Você fica lado a lado com pessoas em ônibus, bondes, táxis, motoristas de aplicativos que estão dirigindo na rua, às vezes ilegalmente, e com veículos e caminhões de entrega. Não é uma experiência para quem é fraco de coração. E sabemos que a principal razão pela qual mais pessoas não andam de bicicleta em nossa cidade é porque as ruas não parecem seguras.” Cinco dos dez cruzamentos mais perigosos da cidade estão na Market Street. Em um cruzamento, na esquina da Market com a Fifth Street, 38 pedestres foram atropelados entre 2010 e 2016. Em agosto de 2019, uma mulher de 79 anos foi atingida em um acidente e faleceu. A rua faz parte da “High-Injury Network” da cidade, um mapa que sinaliza como uma pequena porcentagem de ruas são responsáveis pela maior parte dos ferimentos graves e mortes, quando pedestres e ciclistas são atingidos por carros. Levando em conta as estatísticas, a cidade acabou de votar em um projeto que pretende transformar radicalmente o design da rua, com o objetivo de torná-la mais segura. O projeto inclui novas ciclovias e irá eliminar totalmente carros particulares em um trecho de 3,5km da rua. A última vez que a cidade reprojetou a rua foi na década de 1960, mas além de ser um design é desatualizado, ele não é seguro para ciclistas e pedestres. O novo projeto incluirá zonas de segurança nos cruzamentos, para permitir que as pessoas atravessem a rua com mais segurança. E a expectativa é de que as novas ciclovias – que ficarão na mesma altura da calçada – incentivem um maior fluxo de ciclistas na região. Além das mudanças no design da rua, em um trecho de 3,5km não será permitido o tráfego de carros particulares, incluindo os de aplicativos; novas zonas de embarque e desembarque serão adicionadas em ruas próximas. Os táxis ainda serão permitidos, mas a expectativa é de que o menor volume de tráfego torne a rua mais segura, o que também irá ajudar os ônibus a circularem mais com mais agilidade – como aconteceu recentemente na cidade de Nova York, quando carros foram banidos de uma de suas ruas principais. Melhorar a qualidade da locomoção a pé de bicicleta também pode trazer mais vida à Market Street. “Estamos lutando por um design que coloque as pessoas em primeiro lugar”, diz Wiedenmeier. “E, como resultado, acredito que isso fará com que mais pessoas caminhem e andem de bicicleta pela rua. E quando você tem mais pessoas compartilhando o espaço público dessa forma, ele se torna mais animado, mais seguro e transmite um sentimento maior de comunidade.” Se você gostou dessa publicação, também irá gostar de: Como podemos criar cidades mais inclusivas? TOP 10: As melhores cidades do mundo para bicicletas Como será nosso futuro nas cidades? Compartilhe esse artigo: