Categories Soluções de ImpactoPosted on 09/12/201909/12/2019Pesquisadores desenvolvem bactéria capaz de se alimentar de CO2 As bactérias usadas na indústria da biotecnologia poderão, em breve, se alimentar de CO2 no lugar de açúcar, transformando a poluição atmosférica em biocombustíveis neutros em carbono ou até mesmo em alimentos. Em um estudo de uma década, cientistas do Instituto Weizmann de Ciência, de Israel, projetaram pela primeira vez uma forma de E. coli que pode consumir dióxido de carbono. A E. coli já é usada para fabricar drogas como a insulina (0 gene para a produção de insulina humana é adicionado às bactérias, que depois bombeiam o medicamento para dentro de suas células). Esse processo normalmente envolve alimentar as bactérias com açúcar à medida que elas crescem. Durante a pequisa, os cientistas aprimoraram a bactéria para que ela pudesse comer CO2, usando engenharia genética e “evolução assistida” no laboratório. “A indústria da biotecnologia se tornou muito, muito boa em manipular o genoma da E. coli, a fim de otimizá-lo como plataforma de produção”, diz Shmuel Gleizer, pesquisador do Instituto Weizmann de Ciência e autor de um novo artigo sobre o estudo publicado na revista Cell. A pesquisa também sugere que outros organismos heterotróficos (que não podem produzir seus próprios alimentos), também podem ser alterados para consumir CO2. Isso poderia incluir leveduras, que também são normalmente usadas no desenvolvimento de biotecnologias. Se o processo de produção usar energia renovável, “basicamente teremos emissões negativas de CO2“, diz Shmuel . Alguns produtos podem ser neutros em carbono – se as bactérias produzem combustível para aviação, por exemplo, os aviões que a utilizam ainda emitem gases de efeito estufa, mas não mais do que o CO2 que foi originalmente usado para produzir o combustível. Ainda são necessárias várias etapas até que esse processo se torne viável. Atualmente, quando a bactéria se alimenta de CO2, ela cresce muito mais lentamente do que se estivesse ingerindo açúcar; segundo os pesquisadores, a ideia é fazer com que versões futuras dessa bactérias cresçam mais rapidamente. A E. coli também precisará ser mais modificada para produzir produtos específicos. E o equipamento de produção nas fábricas de biotecnologia provavelmente terá que mudar também. A ciência está no caminho certo, mas segundo o próprio Shmuel, ainda há um longo caminho para otimizar esse processo. Para conferir o estudo completo, clique aqui. História relacionada: Abaixo, confira um vídeo com a participação de Morgan Vague no TEDxMtHood. Morgan é microbiologista e estuda as bactérias que, por meio de algumas adaptações criativas, desenvolveram a capacidade inesperada de comer plástico e poderiam nos ajudar a resolver nosso problema crescente de poluição. Créditos: Imagem Destaque – Kateryna Kon / Shutterstock Compartilhe esse artigo: