Sustentabilidade e diversidade desfilaram no Paris Fashion Week 2025

Sustentabilidade e diversidade desfilaram no Paris Fashion Week 2025
O que você vai descobrir a seguir:
  • • Como Stella McCartney consolidou seu papel de referência em sustentabilidade no Paris Fashion Week 2025.
  • • O que a adoção de novos materiais e práticas ecológicas revela sobre o futuro do luxo.
  • • Como a diversidade ganhou protagonismo nas passarelas e redefiniu o padrão de beleza em Paris.

O Paris Fashion Week sempre foi uma vitrine de tendências, mas em 2025 o evento assumiu outro papel: o de laboratório do que será o futuro da moda. As passarelas parisienses se tornaram um espaço para discutir os rumos de um mercado que movimenta bilhões e, ao mesmo tempo, enfrenta cobranças crescentes por responsabilidade ambiental e social.

Num cenário em que o consumidor busca transparência, autenticidade e valores, o luxo precisou se reinventar. A criatividade, que antes se concentrava no design das roupas, agora se estende à forma de produzir, comunicar e até de pensar o consumo.

A edição deste ano mostrou uma indústria em transição: mais atenta, mais consciente e mais disposta a repensar seus próprios códigos. Um retrato do momento em que a moda deixa de ser só tendência e passa a ser também reflexão.

Hoje, você vai ver como dois momentos do Paris Fashion Week 2025 traduzem essa virada: a visão sustentável e afetiva de Stella McCartney e a força da diversidade que conquistou as passarelas de Paris.

Stella McCartney e o avanço da moda sustentável

A estilista britânica Stella McCartney reafirmou seu papel de pioneira na moda sustentável com uma das coleções mais comentadas do Paris Fashion Week 2025. Apresentada no Centre Pompidou, a coleção intitulada Come Together reforçou o compromisso de uma moda livre de produtos de origem animal e apresentou as “fevvers”, um novo material vegetal que reproduz o aspecto das penas sem causar impacto à vida animal.

Tingidas com corantes naturais, as “fevvers” apareceram nas peças finais do desfile, incluindo um vestido lilás assimétrico usado pela modelo Alex Consani, em uma das imagens mais marcantes da temporada. Nos bastidores, Stella explicou sua intenção: “É estranho que arrancar penas de um pássaro ainda seja visto como algo delicado na moda. Estou tentando mostrar que é possível ter o mesmo teatro, o mesmo glamour, sem a crueldade.”

A apresentação começou com a atriz Helen Mirren recitando a letra de Come Together, dos Beatles, em uma performance que uniu arte e ativismo. A escolha da música tem um significado íntimo e simbólico. A canção foi escrita em 1969 por John Lennon e Paul McCartney, o pai da estilista, e se tornou um dos hinos da fase final dos Beatles, marcada por experimentação e crítica à cultura da época. Ao retomá-la em 2025, Stella reaproximou sua própria história familiar da ideia de união e consciência coletiva que o título sugere.

Com 98% da coleção desenvolvida a partir de materiais sustentáveis, Stella McCartney mostrou que o luxo pode ser exuberante e ético ao mesmo tempo. Ainda assim, seu trabalho provoca reflexões sobre os limites da sustentabilidade dentro da indústria da moda, um setor que, mesmo com avanços em materiais e processos, continua enfrentando o desafio do consumo excessivo.

Helen Mirren opens Stella McCartney's Paris Fashion Week show, Johnny Depp attendsHelen Mirren opens Stella McCartney's Paris Fashion Week show, Johnny Depp attends

Diversidade real nas passarelas de Paris

A diversidade também marcou presença nas passarelas de Paris. A modelo e influenciadora britânica Nikki Lilly, que vive com uma condição rara chamada AVM craniofacial, fez sua estreia no Paris Fashion Week e se tornou símbolo de uma nova fase da moda, mais inclusiva e representativa.

Sua presença foi amplamente celebrada pela mídia e pelo público, reforçando a ideia de que a beleza não precisa se encaixar em moldes preestabelecidos. Além dela, outros desfiles trouxeram modelos de diferentes idades, corpos e origens, refletindo um esforço crescente por pluralidade real no setor.

A representatividade vai além do que se vê na passarela. A verdadeira inclusão acontece quando alcança também os bastidores: os times de criação, as campanhas e as lideranças. Em 2025, Paris deu sinais de avanço, mas ainda há muito a construir.

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