Fontes renováveis superam o carvão na matriz energética global

Fontes renováveis superam o carvão na matriz energética global
O que você vai descobrir a seguir:
  • • Energia solar e eólica superaram o carvão como principais fontes de eletricidade global.
  • • Emissões globais de CO₂ caíram graças à rápida expansão das renováveis.
  • • China, Índia e UE revelam caminhos diferentes na transição energética.

Durante muito tempo, o carvão reinou absoluto como o principal combustível da nossa eletricidade. Mas esse cenário, enfim, mudou. E de forma histórica. Pela primeira vez, as energias renováveis – com destaque para a solar e a eólica – ultrapassaram o carvão como a principal fonte de eletricidade do mundo. O dado vem do relatório da Ember Energy, que analisou o desempenho global na primeira metade de 2025.

Fontes renováveis superam o carvão na matriz energética global

A mudança não foi apenas simbólica. Foi estrutural. O crescimento da energia solar, por exemplo, foi tão robusto que, sozinho, respondeu por 83% do aumento da demanda global de eletricidade. A energia eólica também cresceu, embora em ritmo mais moderado, alcançando 9,2% da produção total de renováveis. Enquanto isso, a geração a partir de combustíveis fósseis caiu: 0,18% no total, com o carvão recuando 0,21% e o gás natural, 0,04%.

No mesmo período, as emissões de CO₂ associadas à geração elétrica global caíram 12 milhões de toneladas. Um recuo modesto, mas representativo. Sem o crescimento das renováveis, essas emissões teriam subido 236 milhões de toneladas, quase o total anual de todo o continente africano. Ou seja, o impacto evitado não foi pequeno.

Entre os maiores emissores do planeta, a resposta foi desigual. China e Índia, por exemplo, reduziram suas emissões, enquanto nos Estados Unidos e na União Europeia houve aumento. O motivo? Nas duas potências ocidentais, as renováveis não cresceram na mesma velocidade da demanda, exigindo uma compensação via gás e carvão.

O dado que mais impressiona talvez esteja na energia solar. A produção cresceu 31% globalmente. O maior salto da história. A liderança é chinesa, responsável por 55% desse crescimento, seguida por EUA com 14%, UE com 12% e Índia com 6%. Países como Hungria, Grécia e Paquistão bateram recordes históricos de geração solar.

Fontes renováveis superam o carvão na matriz energética global

Já a energia eólica teve um desempenho mais modesto. Alta de 7,7% frente a 9,1% no mesmo período do ano anterior. A Europa, por exemplo, enfrentou um clima menos favorável entre janeiro e abril, o que impactou a produção. A hidrelétrica também sentiu os efeitos do clima, com queda de 2%, principalmente por conta da seca em regiões como China, Brasil, Rússia e Turquia.

No Brasil, a transição energética também está em curso (e com resultados impressionantes!). Em 2024, energia solar e eólica já respondiam por cerca de 24% da eletricidade total, mais que o dobro em relação a 2019.

Esse protagonismo ficou ainda mais evidente em agosto de 2025, quando vento e sol atingiram 34% da geração elétrica nacional no mês.

Essa virada energética é uma notícia animadora. Mas também um lembrete. A transição para fontes limpas precisa de constância, políticas públicas ambiciosas e investimentos de longo prazo. O mundo já mostrou que consegue mudar. Agora, o desafio é acelerar.


Créditos: Imagem Destaque – TR STOK/Shutterstock

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